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Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 100 :: Outubro/2006 :: - |
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ASTROLOGIA E PESQUISA HISTÓRICAO Grito do Ipiranga com precisão de GPS
Pesquisas mais acuradas permitem corrigir a planta da cidade de São Paulo em 1822 e podem determinar com exatidão o local do Pouso do Ipiranga, onde foi proclamada a Independência do Brasil por Pedro I.
Um pintor de história deve restaurar com a linguagem da arte um acontecimento que não presenciou e que 'todos desejam contemplar revestido dos esplendores da imortalidade'. Assim escreveu Pedro Américo em texto explicativo sobre o quadro conhecido como 'O Grito do Ipiranga', completado em Florença em 1888 por encomenda da comissão de construção do monumento do Ipiranga. A tela tornou-se ícone nacional, representação maior da Independência. O texto descreve o grande cuidado do pintor em reproduzir de maneira exata o acontecimento. Leu, pesquisou, entrevistou testemunhas oculares, visitou o local. No entanto, por razões estéticas, teria sido obrigado a fazer mudanças nos personagens e no cenário a fim de produzir os esplendores de imortalidade. Foi por isso, para não ofuscar os esplendores de imortalidade, que o Pouso do Ipiranga foi demolido e esquecido pela comissão de construção do monumento. Pois seria difícil construir esplendores envolvendo esse modesto lugar e as circunstâncias que levaram dom Pedro a estar ali, quando recebeu a correspondência vinda da corte, para em seguida proclamar a Independência. Fig. 01 - Planta atual do entorno do Monumento da Independência. No texto Proclamação da Independência, publicado em Constelar n° 46, citei o Pouso do Ipiranga, sem chegar à sua localização correta. Agora, considerando planta do Arquivo da Cúria Metropolitana, do conjunto Mappas das Parochias da Archidiocese de S. Paulo, de 1911, folha 43, volto a falar do Pouso do Ipiranga e do lugar onde estava, nas proximidades dos trajetos do córrego e do caminho para Santos em 1822. Essa planta da Cúria, que data da época da canalização do rio Tamanduateí e do início da construção do prédio do Museu [*], mostra a posição do riacho (Rio Ypiranga) antes de sua canalização e mostra também o traçado das ruas que existiam no entorno do lugar onde foi proclamada a Independência. Agora, depois de canalizado, o riacho Ipiranga tem curso paralelo à frente do Monumento, enquanto na planta da Cúria ele cruza o eixo do Parque da Independência mais ao Sul, entre as direções das atuais ruas Leais Paulistanos e dos Sorocabanos - mais perto da Casa do Grito, que ainda existe no local.
Pelo traçado das ruas, a planta da Cúria permite deduzir o trajeto do caminho para Santos na região do riacho. Entre essas ruas, se destacam, por fugir do padrão quadrangular, o início da atual rua Bom Pastor e toda a rua hoje chamada de Benjamin Jafet. Essa não observância do padrão retangular indica que o início da Bom Pastor e a Benjamin Jafet já existiam como caminhos na época em que a planta da Cúria foi construída. Ou seja, o caminho para Santos, se afastando das áreas mais baixas do terreno, passava pelo atual trajeto da rua Benjamin Jafet e seu prolongamento, até o riacho do Ipiranga, praticamente em linha reta. Parte desse prolongamento, atualmente, inclui pequeno trecho da rua Bom Pastor e a ligação do início da rua Leais Paulistanos com o fim da Av. Dom Pedro I. No sentido oposto, o caminho para Santos alcançava a atual rua Silva Bueno - onde há um marco que indica que por essa rua passava esse caminho. Dessa forma, é provável que o Pouso do Ipiranga estivesse próximo, ou mesmo no lugar onde foi construído o Monumento, e não onde foi sugerido no estudo apresentado em Constelar n° 46 - que teve por base planta existente na Biblioteca do Museu do Ipiranga. Essa planta do Museu mostra um cercado, quase quadrado, com construções, que poderiam indicar o lugar do antigo Pouso Ipiranga e venda do Alferes, mas tendo em vista o curso antigo do riacho (da planta da Cúria) e o aceitável trajeto do caminho para Santos, chega-se à conclusão que esse cercado não representa o Pouso do Ipiranga.
Concluindo, a posição do riacho antes de ser canalizado, mais o provável caminho para Santos e principalmente o que disse Pedro Américo, de ter sido obrigado a fazer mudanças nos personagens e no cenário da Independência para que fossem gerados os esplendores da imortalidade, se conclui que o Pouso Ipiranga estava no lugar onde hoje está o Monumento da Independência - lugar que possui as seguintes coordenadas geográficas: S 23°34'44,2" e W 046°36'37,2", obtidas a partir de rede de satélites geodésicos GPS (Global Position System, ou Sistema de Posicionamento Global). Observação r1 (raio equatorial da Terra)
= 6.378 km. Outros textos de Raul V. Martinez. |
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