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olhar brasileiro em Astrologia
Edição 100 :: Outubro/2006 :: - |
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ASTROLOGIA E PESQUISA HISTÓRICAO Grito do Ipiranga com precisão de GPS
Pesquisas mais acuradas permitem corrigir a planta da cidade de São Paulo em 1822 e podem determinar com exatidão o local do Pouso do Ipiranga, onde foi proclamada a Independência do Brasil por Pedro I. Relembrando mais uma vez trecho de artigo do professor Murilo Carvalho, publicado no Caderno Mais da Folha de S. Paulo de 26.12.1999, onde transcreve explicações dadas por Pedro Américo sobre as razões que o levaram a retratar no quadro O Grito do Ipiranga imagens que sabia não serem concordantes com a realidade dos fatos acontecidos naquela tarde de 7 de setembro de 1822, às margens do riacho do Ipiranga, quando dom Pedro I proclamou a Independência do Brasil (ver Constelar n° 46). Um pintor de história deve restaurar com a linguagem da arte um acontecimento que não presenciou e que 'todos desejam contemplar revestido dos esplendores da imortalidade'. Assim escreveu Pedro Américo em texto explicativo sobre o quadro conhecido como 'O Grito do Ipiranga', completado em Florença em 1888 por encomenda da comissão de construção do monumento do Ipiranga. A tela tornou-se ícone nacional, representação maior da Independência. O texto descreve o grande cuidado do pintor em reproduzir de maneira exata o acontecimento. Leu, pesquisou, entrevistou testemunhas oculares, visitou o local. No entanto, por razões estéticas, teria sido obrigado a fazer mudanças nos personagens e no cenário a fim de produzir os esplendores de imortalidade. Foi por isso, para não ofuscar os esplendores de imortalidade, que o Pouso do Ipiranga foi demolido e esquecido pela comissão de construção do monumento. Pois seria difícil construir esplendores envolvendo esse modesto lugar e as circunstâncias que levaram dom Pedro a estar ali, quando recebeu a correspondência vinda da corte, para em seguida proclamar a Independência. Fig. 01 - Planta atual do entorno do Monumento da Independência. No texto Proclamação da Independência, publicado em Constelar n° 46, citei o Pouso do Ipiranga, sem chegar à sua localização correta. Agora, considerando planta do Arquivo da Cúria Metropolitana, do conjunto Mappas das Parochias da Archidiocese de S. Paulo, de 1911, folha 43, volto a falar do Pouso do Ipiranga e do lugar onde estava, nas proximidades dos trajetos do córrego e do caminho para Santos em 1822. Essa planta da Cúria, que data da época da canalização do rio Tamanduateí e do início da construção do prédio do Museu [*], mostra a posição do riacho (Rio Ypiranga) antes de sua canalização e mostra também o traçado das ruas que existiam no entorno do lugar onde foi proclamada a Independência. Agora, depois de canalizado, o riacho Ipiranga tem curso paralelo à frente do Monumento, enquanto na planta da Cúria ele cruza o eixo do Parque da Independência mais ao Sul, entre as direções das atuais ruas Leais Paulistanos e dos Sorocabanos - mais perto da Casa do Grito, que ainda existe no local.
Pelo traçado das ruas, a planta da Cúria permite deduzir o trajeto do caminho para Santos na região do riacho. Entre essas ruas, se destacam, por fugir do padrão quadrangular, o início da atual rua Bom Pastor e toda a rua hoje chamada de Benjamin Jafet. Essa não observância do padrão retangular indica que o início da Bom Pastor e a Benjamin Jafet já existiam como caminhos na época em que a planta da Cúria foi construída. Ou seja, o caminho para Santos, se afastando das áreas mais baixas do terreno, passava pelo atual trajeto da rua Benjamin Jafet e seu prolongamento, até o riacho do Ipiranga, praticamente em linha reta. Parte desse prolongamento, atualmente, inclui pequeno trecho da rua Bom Pastor e a ligação do início da rua Leais Paulistanos com o fim da Av. Dom Pedro I. No sentido oposto, o caminho para Santos alcançava a atual rua Silva Bueno - onde há um marco que indica que por essa rua passava esse caminho. Dessa forma, é provável que o Pouso do Ipiranga estivesse próximo, ou mesmo no lugar onde foi construído o Monumento, e não onde foi sugerido no estudo apresentado em Constelar n° 46 - que teve por base planta existente na Biblioteca do Museu do Ipiranga. Essa planta do Museu mostra um cercado, quase quadrado, com construções, que poderiam indicar o lugar do antigo Pouso Ipiranga e venda do Alferes, mas tendo em vista o curso antigo do riacho (da planta da Cúria) e o aceitável trajeto do caminho para Santos, chega-se à conclusão que esse cercado não representa o Pouso do Ipiranga.
Concluindo, a posição do riacho antes de ser canalizado, mais o provável caminho para Santos e principalmente o que disse Pedro Américo, de ter sido obrigado a fazer mudanças nos personagens e no cenário da Independência para que fossem gerados os esplendores da imortalidade, se conclui que o Pouso Ipiranga estava no lugar onde hoje está o Monumento da Independência - lugar que possui as seguintes coordenadas geográficas: S 23°34'44,2" e W 046°36'37,2", obtidas a partir de rede de satélites geodésicos GPS (Global Position System, ou Sistema de Posicionamento Global). Observação r1 (raio equatorial da Terra)
= 6.378 km. Outros textos de Raul V. Martinez. |
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