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Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 100 :: Outubro/2006 :: - |
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A REALIDADE PROFISSIONAL EM PERNAMBUCOAstrólogos de vida dupla
Não é só Superman que precisa esconder sua identidade e trocar de roupa às escondidas na cabine telefônica. Os astrólogos de Recife também precisam bancar super-heróis de vida dupla. Como os de todo o resto do país, aliás. Uma das cidades onde é possível obter-se um retrato mais realista das verdadeiras condições em que a Astrologia é exercida no Brasil é Recife, cujas características locais determinaram o surgimento de toda uma geração de astrólogos de vida dupla. Vamos conhecê-los:
Até pouco tempo Angela se dividia entre o trabalho de astróloga e a vida de funcionária de uma instituição financeira. Torcedora fanática do Clube Náutico Capibaribe, é capaz de trocar um cliente por um lugar na arquibancada do estádio dos Aflitos - mesmo que o clube do coração, há anos na segunda divisão do campeonato brasileiro, esteja mal das pernas. O Náutico, diga-se de passagem, é quase unanimidade entre astrólogos pernambucanos, entre os quais é raro encontrar torcedores do Sport Recife ou do Santa Cruz.
Aquário fala de uma igualdade, mas está longe dessa nivelação por baixo que se costuma ver por aí. Se compreendermos bem o mito do rapto de Ganimedes, veremos que a união deste com Júpiter acontece "...nas alturas...", num movimento ascendente em direção ao Olimpo, sinalizando para a necessidade de nos identificarmos com o infinito em nós mesmos, de ultrapassarmos nossa humanidade em busca do Sagrado. O texto é uma citação de Alcides Martins, mostrando que a reflexão astrológica desenvolvida em Pernambuco já pode ser lida dentro da vetusta Universidade de São Paulo e divulgada num dos sites oficiais da instituição.
Ronaldo Castro - Formado em Filosofia, seguidor da linha tradicional em Astrologia e autor de diversos artigos e monografias de excelente qualidade acadêmica. Autor do livro Saber do Céu, publicado pela Editora Bagaço (Recife). Como tantos outros astrólogos locais, também trabalha num órgão da Prefeitura.
Cacah Travassos - Durante muitos anos foi professora alfabetizadora da rede pública municipal, onde desenvolveu uma experiência singular: a responsabilidade por classes de estudantes cegos e deficientes visuais, cujas limitações obrigaram Cacah a desenvolver técnicas criativas para a motivação e desenvolvimento da auto-estima e da assertividade dessas crianças com necessidades especiais. Conta Cacah que, entre outras atividades extracurriculares, chegou a levar as crianças para passeios de barco pelo rio Capibaribe. É ela quem relata: "Muita gente estranhava a idéia de levarmos meninos cegos para passear de barco. Acontece que eles podem ouvir, e sempre é possível trabalhar a experiência de sentir a diferença do barulho do barco quando passa embaixo de cada ponte. Se é a forma que eles têm de entrar em contato com o mundo, por que não estimular?" Cacah tem algumas pesquisas envolvendo a presença do simbolismo astrológico em obras literárias - um tema recorrente, aliás, entre astrólogos pernambucanos. José Miranda - É astrólogo profissional vinculado ao SINASPE e auditor do Estado da Paraíba. Foi um dos coordenadores da vigília promovida em Natal, quando do eclipse solar de março de 2006.
Stela Siebra Brito - Cearense de nascimento e recifense de coração, Stela tem formação em Comunicação e fez carreira no BANDEPE (Banco de Pernambuco S.A.). Atualmente trabalha em oficinas de letras e de contação de histórias. Stela é uma verdadeira enciclopédia no que se refere à cultura popular nordestina. Com ela é possível aprender sobre a origem das cirandas, das cantigas de roda, do frevo e do maracatu. Com memória privilegiada e energia inesgotável, é capaz de cantar peças da música local ou recitar poetas pernambucanos durante horas seguidas. Anabela Simão - é astróloga profissional e tem formação acadêmica em Artes Cênicas. Reica Santos - é psicóloga e astróloga profissional, associada ao SINASPE.
Cris Aragão - No momento vivendo no Rio de Janeiro, Cris é mais uma astróloga interessada em Literatura. É autora, por exemplo, de alguns artigos que exploram significados astrológicos na obra de Cecília Meireles. Conta Cris que demorou muito a acostumar-se ao ritmo do Rio de Janeiro. "Nos primeiros tempos", ela diz, "sentia-me muito deprimida, exatamente porque falta aqui no Rio o clima de apoio mútuo e de estímulo à discussão e pesquisa que encontramos lá em Pernambuco". Astrologia como jornada de trabalho adicionalO contato com a comunidade de astrólogos
pernambucanos confirma o óbvio: a imagem estereotipada do "bruxo
esotérico" ainda pode conseguir algum espaço em estandes
de shopping center, mas está bem longe da realidade da prática
profissional. Todos têm excelente formação acadêmica
e cultural. Do ponto de vista financeiro, praticamente todos os entrevistados
em Recife estariam melhor se deixassem de lado a consultoria astrológica
para se dedicar exclusivamente a suas profissões "convencionais".
Para a maioria, a Astrologia concorre com as horas de lazer. Quase todos
levam vida dupla, como um super-herói de história em quadrinhos.
E ninguém trocaria a Astrologia por nada. Outros textos de Fernando Fernandes. |
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