Os processos de orientação profissional
e de orientação vocacional utilizam os mesmos princípios
astrológicos. Os primeiros, por serem mais específicos,
exigem estudo mais completo que os segundos. Raul Martinez dá
um roteiro do que levar em conta e mostra um exemplo passo a passo
de aplicação da técnica.
A escolha correta da profissão é importante,
por determinar, de certa forma, o rumo da própria existência.
Mas, mesmo com essa importância, chegar à atividade
adequada para uma pessoa, a partir de sua carta de nascimento (*),
não é tarefa fácil. Assim como não é
fácil descobrir a profissão de alguém que já
a exerça, apenas analisando sua carta astrológica.
Essas dificuldades devem-se em parte às oportunidades
de trabalho que são oferecidas à pessoa, nem sempre
as mais convenientes para ela, e à multiplicidade de profissões
existentes. No entanto, a maior dificuldade, nesse tipo de estudo,
deve-se ao fato de a profissão se interligar fortemente com
todos os setores da vida, representados na figura do nascimento.
Além disso, para se propor uma atividade adequada
a alguém, é necessário que se conheça
o meio onde vive, sua capacidade intelectual, a formação
escolar (ou possibilidade de formação), assim como
suas condições orgânicas e de saúde -
informações essas que não devem discordar de
significados astrológicos correspondentes, presentes em sua
carta.
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Abóboras podem trazer
a felicidade? Sim, se plantá-las for a verdadeira vocação
do indivíduo. A dúvida entre dirigir uma empresa,
planejar uma usina nuclear ou plantar abóboras só
pode ser respondida com investigação criteriosa
do mapa e também das condições sociais,
culturais e econômicas em que o indivíduo vive.
(Foto: felizes plantadores de abóboras no Mississipi) |
Na análise da figura do nascimento, para se
chegar à profissão adequada, o Ascendente, o Meio-Céu
e as casas VI e II devem ser considerados prioritariamente. Quando
a pessoa manifesta forte tendência profissional ou vocação,
a tarefa do astrólogo fica simplificada, passando a ser uma
análise de elementos específicos, associados a essa
forte tendência.
(*) - Para a época da busca de orientação
profissional, comumente existem elementos astrológicos concordantes
com isso.
Ordem dos elementos astrológicos a serem analisados
1. - O trabalho, como aplicação de
forças físicas e intelectuais para concretização
de um objetivo, está correlacionado com a casa I - que deve
ser analisada de forma completa, considerando os signos que estão
nessa casa, a posição do regente do Ascendente e a
do co-regente se houver, a posição do dispositor desse
regente, os planetas que estão na casa I e as casas que regem,
os aspectos envolvidos, inclusive os recebidos pelo Ascendente.
2. - Devido à atividade desenvolvida ser fator
determinante no processo de classificação social,
no meio em que a pessoa vive, o Meio-Céu (o ponto mais alto
da carta) e a casa X devem ser analisados de forma semelhante à
adotada para a casa I.
3. - Como a atividade profissional conduz à
especialização, ao conhecimento de detalhes e a certa
rotina e obrigatoriedade, a casa VI também precisa ser analisada.
4. - Devido ao exercício profissional sempre envolver ganhos,
a casa II é outro elemento a ser considerado prioritariamente.
5. - Por ser desejável que a pessoa goste
do que faz, que goste do que cria ou ajuda a criar, deve ser verificado
que tipo de relação existe entre significadores da
profissão e elementos ligados à casa V.
6. - A posição do Sol na figura, por
ser ponto de convergência de atenções (regente
natural da casa V, considerada no item anterior), é outro
elemento correlacionado com o trabalho. Ptolomeu, no capítulo
IV do livro IV do Tetrabiblos, diz que o senhor da profissão
está ligado ao Sol e/ou ao Meio-Céu - valorizando,
se existir, o planeta próximo do Sol, que nasce antes dele;
e, se existir, o planeta próximo do Meio-Céu, que
recebe aspecto aplicativo da Lua.
7. - Verificar se há astros próximos dos ângulos
da carta, pois esses astros ganham força, como afirmava Ptolomeu
e foi demonstrado por Michel Gauquelin, em estudo envolvendo milhares
de nascimentos.
8. - Finalmente, lembrar:
- que casas e signos com vários planetas sempre
estão fortalecidos;
- que signos fixos (e as casas correspondentes) favorecem funções
executivas; que signos cardeais favorecem funções
criativas, e que os signos comuns favorecem funções
que exigem maior potencial de adaptação.
- que, no caso de trabalho em sociedade, devem ser analisadas as
casas VII dos sócios e suas compatibilidades - escolhendo,
se possível, datas convenientes para formalização
da sociedade e para o início das atividades.
Um
exemplo de aplicação da técnica
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