Dois eclipses totais, um da Lua e outro do Sol,
marcam o mês de novembro de 2003. Eclipses têm sido
um dos maiores tópicos de discórdia entre astrólogos,
gerando infindáveis polêmicas sobre seu verdadeiro
significado, aplicações práticas e alcance
dos efeitos. Nenhum tema mobilizou tanto os astrólogos nos
anos 90 quanto o grande eclipse total de agosto de 1999. Agora,
as mesmas questões voltam à tona.
Correndo o risco de uma simplificação
grosseira, temos as seguintes correntes interpretativas quando se
trata de analisar eclipses:
|
O eclipse da Lua de novembro traz à
tona, outra vez, as diferenças de abordagem do tema entre
astrólogos, que vão desde o fervor místico
ao ceticismo total. |
Astrólogos de orientação
mística ou esotérica - Tendem a ver nos eclipses,
especialmente se acompanhados de alinhamentos planetários
ou configurações planetárias geometricamente
notáveis, poderosos indicadores de transformações
energético-espirituais para a humanidade. Mais comumente
atribuem a tais fenômenos um sentido positivo, com efeitos
benéficos para a humanidade: despertamento espiritual, avanço
da consciência e assim por diante.
Catastrofistas - São astrólogos
de várias linhas filosóficas e correntes metodológicas
que têm em comum a tendência a repetir, a cada eclipse,
previsões altamente negativas, que vão desde a possível
ocorrência de guerras e fenômenos geológicos
até - no limite extremo - a destruição completa
da humanidade. Estão entre os seguidores desta linha os astrólogos
que mais se interessam pela interpretação de profecias
como as de Nostradamus e São Malaquias.
Mundanos - São astrólogos com
boa experiência em previsões de ordem coletiva, aplicáveis
à esfera política e econômica, que utilizam
eclipses e configurações raras como indicadores de
importância complementar, que potencializam outras configurações
ou ciclos concomitantes. Avessos ao exagero, sua grande preocupação
costuma ser de ordem técnica, com a identificação
precisa da região geográfica e dos temas em que se
darão as manifestações do eclipse.
Antideterministas - São, na maioria,
astrólogos de orientação comportamental, que
se recusam a ver num mapa astrológico qualquer sinalização
de processos objetivos. Situando-se no pólo oposto dos astrólogos
catastrofistas, tendem a minimizar a importância de eclipses
- até mesmo pelo fato de que não atribuem grande importância
às técnicas preditivas, a não ser pelo seu
uso psicológico.
Mais uma vez: esta é uma simplificação
grosseira. Na prática, cada astrólogo tem um pouco
de cada um dos tipos aqui descritos, ora com predominância
de uma tendência, ora de outra. O que se pode afirmar, com
toda a certeza, é que não há certezas absolutas
quanto a eclipses, nem serenidade suficiente para lidar com a multiplicidade
de possibilidades interpretativas.
A seguir, quatro artigos abordam os dois fenômenos
- o eclipse lunar de 8 de novembro de 2003 e o solar de 23 de novembro.
O eclipse lunar é, de longe, o que desperta maior interesse,
tendo em vista a ocorrência simultânea de uma configuração
pouco comum, que é a formação nos céus
de um hexágono ou estrela de seis pontas envolvendo cinco
planetas e o asteróide Quíron, todos formando trígonos,
sextis e oposições entre si. Quíron é
exatamente o ponto polêmico da configuração,
já que não é planeta, mas apenas asteróide,
e ninguém - nem mesmo os astrônomos - conhece sua exata
localização atual. Justamente por suas minúsculas
dimensões, Quíron é muito sujeito a interferências
gravitacionais. Nada garante que continue na órbita em que
foi identificado, nos anos setenta, já que desde então
simplesmente não foi mais visto.
Para os astrólogos místicos, Quíron
está em Capricórnio, compondo com Sol, Lua, Saturno,
Júpiter e Marte uma magnífica Estrela de Davi que
abre um grande portal de iluminação para os terráqueos.
Para os mais céticos, não há estrela nem portal.
Vamos conhecer os dois lados.
|
Eis o mapa do eclipse calculado para o Rio
de Janeiro, às 23h18 do dia 8.11.2003. A estrela de seis
pontas está presente desde que se leve em consideração
o asteróide Quíron (junto ao Descendente, em oposição
a Saturno). |
A teoria da Convergência
Harmônica - o que circula na Internet
"Em 16 e 17 de agosto de 1987, planetas e a humanidade
se alinharam em oração trazendo Bênçãos
de Graça e Esperança para a humanidade. Um grande
Portal se abriu para que cada um estivesse no caminho da Iluminação.
Milhões de pessoas se uniram naquele dia abraçando
o momento com o coração e mente, o que criou a chamada
"Convergência Harmônica". [...]
No dia 8 de novembro, existe outra oportunidade de mudança
e evolução, através do que tem sido chamado
de concordância harmônica. [...] será
lua cheia, eclipse lunar e haverá uma configuração
de uma Estrela de Davi no céu. O momento do eclipse foi chamado
de concordância harmônica pelo astrólogo
John Mirehiel. Esta configuração no céu e este
momento é considerado uma marca no tempo quando massas
de pessoas irão despertar para sua origem Divina. [...] O
alinhamento que forma a Estrela de David ativa cada célula
de cada pessoa. Este código celular identifica um sinal,
uma oportunidade de mover-se alem do que é limite, permitindo
que a humanidade abrace a cura planetária com tanta emoção
que tudo o mais deixa de ter importância. [...] Todas as pessoas
irão despertar para este momento, com profunda verdade e
lembranças sentidas a nível celular."
(Gillian MacBeth-Louthan)
"O dia 8 de novembro de 2003 será o término
de um ciclo de nossa Galáxia, reconhecido no Calendário
Maia, quando a humanidade estaria completando o realinhamento com
os ciclos naturais de nossa Mãe Terra. A médium Silvia
Browne diz que a data 2012 para o término deste ciclo de
sofrimento está errada e o momento correto seria no término
de 2003.
Pesquisas apontam que na grande Pirâmide do Egito está
gravado em sua arquitetura interna um calendário que se encerra
no ano 2003. [...] Xamãs Peruanos da linhagem dos Incas e
Apaches descendentes dos que viviam nos Andes reconhecem que no
final de 2003 haveria um grande evento que marcaria o final dos
tempos atuais, um período de limpeza quando tudo está
de cabeça para baixo, eles acreditam que haverá uma
abertura no tempo e que as pessoas que estiverem em sintonia poderão
iniciar um novo ciclo harmonioso, em seus corpos de Luz. [...]
O mapa astral da concordância harmônica
mostra uma mandala multidimensional em geometria sagrada, oferecendo
uma série de símbolos que são significativos
em muitos sistemas de crenças. Eles contêm por exemplo
a representação de uma estrela de 8 pontas que é
chamada Merkabah, o símbolo que representa o corpo
de luz. Praticantes da Meditação do Merkabah
visualizam seus corpos viajando no tempo, de um momento presente
para o próximo. Este exercício, permite que cada um
possa estar eternamente vivenciando o presente enquanto juntos aprendem
como trabalhar novos conceitos energéticos do tempo.
(John Mirehiel, astrólogo que há
anos vem chamando a atenção para configurações
como a de 8 de novembro)
"Os Elohins, sopraram os 12 aspectos solares no eixo do planeta
Terra e ativaram o sistema de energia sintonizado no reino mineral,
através dos cristais do planeta.
A coluna vertebral de todas as pessoas se elevou à quarta
dimensão vibracional, através dos 7 chacras principais
e dos meridianos correspondentes. Desde 1987, a Presença
de Deus em cada um tem integrado em cada órgão e célula
novas frequências de energia para que cada um pudesse viver
em harmonia e saúde alterando o DNA, para que cada um perceba
que é possível transmutar o limite, o sofrimento,
a doença. [...]
Os efeitos e energias do alinhamento galático de 8 de novembro
e o eclipse lunar estarão atuando na Terra até 23
de novembro durante o eclipse do sol. Em 23 de novembro, haverá
uma grande Dispensação Crística com uma benção
de luz e cura do corpo mental da humanidade. Este
dia irá possibilitar à humanidade erguer o véu
e mover-se às energias da Quinta Dimensão, alinhando-se
assim com padrões de energia do corpo causal da Perfeição.
O resultado desta conjunção de fatores irá
mudar o padrão de consciência humana no nosso sistema
de mundos."
(Patrícia Diane Cota-Robles, EUA)
A estrela de seis pontas nos
céus: Convergência Harmônica ou pedregulho no
meio do caminho? - Carlos Hollanda
Explosões solares, calendário
maia e Estrela de Davi - Carlos Hollanda
Eclipse, Lilith, tenentismo e UNESCO
- Tanyah Rodrigues
Leia também na edição
14:
Eclipse, Histeria
e Milenarismo - Fernando Fernandes
O que é um eclipse
- Raul V. Martinez
O eclipse de 11 de agosto
de 1999 - Raul V. Martinez
Astrologia, globalização
e mundança de paradigma - Paula Falcão
|