Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 96 :: Junho/2006 :: - |
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MITOLOGIA E ASTRONOMIAVaruna ou Oceanus,
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B. R. Rodrich |
Os mitos Órficos, uma tradição grega particular, cujos ritos e relatos parecem aderir influências religiosas orientais, falam sobre um antigo regente universal dono dos atributos de Urano e Oceano.
Saturno (Cronos), desejando ser rei do universo, declarou guerra contra Ófion, um titã com aparência de serpente. Ófion governava no Olimpo, mas foi destronado e lançado no inferno. Em uma variante, ele se exila no oceano que circunda a Terra.
Ófion é um aspecto antigo e direto de Oceano, que, devido a uma possível evolução ou estratificação do mito, também originou Urano. Como Varuna, o titã Oceano também foi um rei universal destronado. Varuna perdeu seu trono por motivos diferentes. Não podendo vencer o terrível dragão Vitra que engoliu as águas universais, teve de aceitar que o jovem Indra demonstrasse suas forças vencendo com os raios o demônio cruel. Após a vitória, Varuna cedeu seu trono ao novo rei, Indra.
De certo modo o mito da serpente vencida parece ser aludido no mito nas tradições gregas de Ófion, um deus serpente vencido por Saturno. Porém Indra se identifica com Júpiter, Filho de Saturno, porque ambos tem os raios como arma.
Então Varuna guarda relação com serpentes e monstros aquáticos; não é por nada que os utilizava como montaria. E Oceano gosta de se acercar das mesmas criaturas. A arte antiga dos gregos, em seus vasos mostra um Oceano metade homem metade serpente.
A ilustração mostra diversos o tamanho relativo de diversos planetóides encontrados no cinturão de Kuiper e seu tamanho relativo quando comparados com Plutão e seu satélite, Caronte. O planetóide 2001 KX76 vem sendo chamado de Íxion. O único objeto de dimensões compatíveis com a designação de planeta é o 2003 UB313, chamado provisoriamente Xena, cujo diâmetro é 17% maior do que o de Plutão. |
Antes de considerar Varuna, é interessante repensar a quem deve ser dado o mérito pela descoberta de 2000 WR106, e qual seu verdadeiro nome. Pois, mesmo não o vendo, Thomas J. J. See postulou sua existência com um erro pequeno de período orbital. A McMillan e Larsen coube apenas encontrá-lo. E considerando que Oceanus é o conhecido 2000 WR106, hoje chamado de Varuna, notamos sua influência astrológica observada e nos trabalho de alguns astrólogos. Talvez tenha influência sobre o signo de Touro e sobre a Casa II ou ainda sobre Sagitário e a Casa IX, considerando-se que Oceanus é um deus dos limites e que vê além das barreiras.
Oceanus fala de riqueza e da abundância de bens, mas não apenas de modo cumulativo, mas dispersivo também; uma fonte abundante que dispersa seus frutos. Por isso a cornucópia é seu símbolo, junto com o Touro, seu animal consagrado tanto pelos gregos como, segundo dizem, pelos atlantes.
O mito dos atlantes sugere abundância de riquezas, tranqüilidade e também abundante riqueza de conhecimento e sabedoria, pois está relacionada a Oceanus. Sendo um antigo regente do mundo, preside a observância das leis para a harmonia dos ciclos da vida. Como imagem da sabedoria, revela organização e difere de Netuno, O Místico, ligado ao mundo onírico das forças narcotizantes, ilógicas e confusas.
Alguns astrólogos sugerem que possua atributos da Casa XII, casa dos aspectos incompreensíveis da vida, que agem de modo indireto e distante. Talvez seja possível esta análise, já que Oceanus não perdeu de todo a sua regência, mas sim divide o governo das águas com Netuno. Enquanto Oceanus demonstra passividade e organização, Netuno fala do ilógico com atividade rigorosa.
Kutalyov observa que, vindo após Plutão, Oceanus (Varuna) não nos leva para as alturas ao invés de continuar a descer às profundezas do rei subterrâneo. Oceanus então possui um aspecto dual, pois eleva às alturas do céu e conduz aos abismos aquáticos. Considera que Oceanus influencia no ganho de notoriedade e glória imortais para além da popularidade presidida pelo fausto planeta Júpiter, e ainda diferindo de Júpiter quanto a leis e justiça secular, ele é a personificação da justiça e eqüidade divina. Essa eqüidade faz dele um nivelador que harmoniza e iguala os homens de modo divino.
Kutalyov se refere ainda a algumas data estudadas nas quais o poder de Oceanus se mostra significativo:
Estes dados foram retirados de um artigo escrito por
Kutalyov. Ele também observou as posições de Oceanus
(Varuna) em cartas natais de pessoas famosas e ligadas ao poder. Sua influência
é crucial sobre síntese, integração, conclusão,
decisão e a fluência das coisas. Ele abre os canais para
o fluxo das energias assim como os fecha.
As semelhanças com Júpiter parecem muitas, e não
há diferença entre leis e justiça secular, e justiça
e eqüidade divina. Júpiter governa sobre ambas. Assim as suposições
de Kutalyov parecem fracas. Oceanus (Varuna) talvez esteja ligado ao acúmulo
de coisas, o acúmulo de sabedoria e aprendizado, com também
pode estar relacionado com o modo como lidamos com as perdas de posições
ou bens e até pessoas. Talvez fale de como lidamos com mudanças
e transformações em nossos mundos, como reagimos com elas
e o que acumulamos após. Os mitos de Varuna e Oceanus relatam com
força perdas e transformações: ambos perderam governo,
mas continuam sábios e poderosos. Todavia, essas observações
têm como base apenas a mitologia hindu e grega. Faz-se necessário
e sine qua non o estudo da órbita de Oceanus (Varuna) que
se aproxima da de Netuno atravessando a de Plutão, e os eventos
da época de seu descobrimento.
Efemérides do planetóide Varuna
Saiba mais sobre B. R. Rodrich.
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