Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 123 :: Setembro/2008 :: - |
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A ASTROLOGIA COMO CAMINHO ESPIRITUALOs signos fixos, a esfinge e os mitos do apego
Escorpião: o mito de Hércules e a Hidra de LernaHércules e a Hidra de Lerna em A Hidra era um monstro terrível que habitava numa caverna e infestava um pântano insondável. O monstro era uma serpente gigantesca com nove cabeças, sendo que uma era imortal. Seu hálito fétido, apenas, era capaz de destruir toda a vida ao seu redor, inclusive os rebanhos e as colheitas do lugar. Hércules usou flechas incandescentes para forçar o monstro a sair da caverna. O animal, enfurecido, tentava atingi-lo com sua cauda, mas ele se esquivava e golpeava as cabeças do monstro. A cada cabeça cortada, surgiam duas outras em seu lugar. A luta prosseguiu até que Hércules se lembrou das palavras de seu mestre: é ajoelhando que nos elevamos e é nos rendendo que triunfamos. Então ele se ajoelhou e ergueu o monstro da água para a luz do sol. Conforme a luz batia sobre a hidra, ela encolhia cada vez mais até cair sem vida. Só a cabeça imortal ainda se agitava. Então Hércules a cortou e em seu lugar surgiu uma jóia. O pântano onde habita a Hidra é a mente. Cada vez que uma cabeça é decepada outras duas aparecem. Acontece o mesmo com os pensamentos negativos: quando afastamos um, outros tomam seu lugar. Erguer o monstro no ar significa expor a fera interior à consciência, à razão, examiná-la à luz da sabedoria e do pensamento elevado. Assim, as respostas aos nossos problemas muitas vezes vêm quando buscamos um novo ângulo, uma nova perspectiva. Uma das cabeças contém uma jóia, ou seja, toda a dificuldade, por pior que seja, contém em si, algo de inestimável valor, um dom, uma fonte de poder. Escorpião, signo oposto a Touro, significa o espírito, o que não tem forma. Aqui aparece em seu aspecto mais transcendente, a águia, simbolizando a vitória sobre as paixões, ou natureza animal propriamente dita. O verbo correspondente é Ousar. Ousar enfrentar a matéria, ultrapassá-la e vencê-la, divinizando-a, sem rejeitá-la, porque fora do plano material, não existe evolução. O apego material é que nos mantêm presos à Roda dos Renascimentos e Mortes. Aquele que conhece os outros é sábio; mas quem conhece a si mesmo é iluminado! Aquele que vence os outros é forte; mas aquele que vence a si mesmo é poderoso! (Tao Te King, cap. 33; Lao Tsé) A tarefa mais difícil para o ser humano é governar a si mesmo. Ainda temos que vencer a hidra, a matéria é o campo de batalha onde evoluímos. O desafio é fazer com que a mente, a emoção e a natureza física funcionem como uma unidade. Quando achamos que já superamos nossos instintos, eles nos surpreendem. Temos que mostrar a nós mesmos que a matéria não pode nos deter no caminho que já iniciamos. Sem a experiência física não podemos ter contato com o divino, até porque Deus está no nosso próximo, na natureza. Tudo depende do tipo de relação que mantemos com o mundo material: se de apego ou de desprendimento. Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões cavam e roubam. Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não cavam nem roubam, porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração. (Mateus 6.19-21 e Lucas XII, 33-34) Desenvolver dons espirituais, não amarrar nossa felicidade na matéria, que é transitória, mas nas coisas do mundo do espírito, eis a receita da paz emocional. Quem se apega a suas posses materiais perde a paz quando fica sem elas. Se guardarmos bens espirituais, ninguém nos poderá tirá-los. Calar-Ousar (Eixo Touro/Escorpião) Fora da experiência material não existe evolução. É na luta diária na matéria que conquistamos a consciência. É fácil ser santo longe das tentações, ou, como dizia o caro Prof. Waldyr: “É na guerra que se ganham medalhas...” Leão: o mito de Parsifal e o Rei do GraalO Graal, um objeto misterioso, sustentador e preservador da vida, é guardado por um rei doente num castelo difícil de se achar. A região em volta do castelo está devastada. O rei e a terra só se recuperarão se um cavaleiro perfeito, de nobres virtudes, encontrar o castelo e, ao ver o que nele há, fizer uma determinada pergunta. Se ele não o fizer, tudo vai continuar como está, o castelo vai desaparecer e o cavaleiro terá que iniciar uma nova busca. Se ele for bem sucedido, o rei sara, a terra floresce e ele se torna o novo guardião do Graal. Parsifal levanta o Santo Graal enquanto uma pomba desce sobre ele. Parsifal, criado pela mãe num bosque isolado, um dia vê passar cinco cavaleiros e resolve seguir com eles, sem ao menos se despedir da mãe, que acaba morrendo de desgosto. Na viagem, briga com o cavaleiro vermelho e o mata. Encontra uma donzela em apuros, apaixona-se e se inicia sexualmente com ela, mas acaba abandonando-a, tal como fez com a mãe. Chegando a um rio profundo e sem passagem possível, ele vê um pescador que lhe indica o caminho para o castelo. No mesmo instante, do rio emerge o castelo, e ele entra. O rei estava ferido na coxa ou na virilha, dependendo do narrador. Então ele tem a visão de uma espada, uma lança gotejando sangue, uma moça trazendo um Graal de ouro cravejado de pedras preciosas e outra moça com uma bandeja de prata. Ele permanece em silêncio e não ousa dizer nenhuma palavra enquanto vê os objetos. Vai dormir e, quando acorda, o castelo está deserto. Ao sair encontra uma mulher que lhe diz que ele fracassou, pois não fez a pergunta. Parsifal vai embora e passa por muitas aventuras e muito sofrimento, o que lhe confere sabedoria e compaixão. Só então é capaz de reencontrar o castelo, ver o Graal e fazer a pergunta fatal: - a quem serve o Graal? Ao som destas palavras, o rei fica curado e revela ser seu avô. A terra floresce novamente e ele se torna o guardião do Graal. A pergunta - A quem o Graal serve? - implica a existência de algo ou alguém superior, poderoso, digno de ser servido; esse alguém é o Pai Celeste, o doador da vida, adorado como Sol, cuja fonte de amor e compaixão é representada pelo Graal. O Graal é um símbolo feminino, pois é capaz de conter algo como a mãe contém o filho em seu ventre. É portanto um símbolo lunar. A lua reflete a luz do sol, e o Graal serve ao sol espiritual, ou seja, a Deus. Isso implica que o sacrifício ou sacro-ofício que o Graal preconiza é o sacrifício da personalidade, o aspecto lunar. Parsifal está deixando de viver como um ego e inicia a jornada rumo ao self, a individualidade integrada. Leão, signo de Fogo, regido pelo Sol, é a cauda e as patas, onde estão as garras. Simboliza a individualidade. O Sol é o coração do mapa. E por ser coração é também o Amor. Sendo oposto a Aquário, signo da Fraternidade, indica que é preciso transformar o Amor Próprio em Amor ao Próximo, que deve haver equilíbrio entre individual e coletivo, tal como as células que, apesar de terem consciência individual, atuam de forma global dentro do organismo maior, que é o nosso corpo. Leão é Querer. Querer entendido como Vontade. Quando rezamos Seja feita a Vossa Vontade, estamos concordando em que as vontades individuais não devem prevalecer sobre a Vontade de Deus e a Vontade de Deus é o Bem da Humanidade, que deve nortear toda a ação do ser humano autoconsciente. Porque todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar será exaltado Todo aquele que quiser tornar-se grande entre vós, se faça vosso servo, e o que quiser tornar-se o primeiro dentre vós se faça vosso escravo, assim como o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para dar a sua vida em resgate de muitos. (Mateus 20. 26-28) O Sol é um símbolo do espírito, da consciência e da vontade. Quando desconectado da natureza superior, ele é conhecido como Ego e associado à personalidade, ao orgulho, à tirania e ao egoísmo. Quando está conectado com a unidade da vida universal, é conhecido como Self. Esse último tem a ver com o conceito de livre-arbítrio, com o querer. Só então o amor próprio pode se transformar em amor ao próximo. |
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