Dr. Jekyll e Mr. Hyde -
a novela de um escritor marciano
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Das mais de 60 adaptações de
O Médico e o Monstro para o cinema, a mais famosa
é dos anos 30, com direção de Rouben Mamoulian
e Fredric March no papel principal. No cartaz, Mr. Hyde, tal
como o Hulk, também é esverdeado. |
Stevenson nasceu em Edimburgo, Escócia, em
13 de novembro de 1850. Uma rápida olhada em seu mapa solar
já é suficiente para uma descoberta reveladora: nada
menos que seis planetas estão em signos marcianos (três
em Áries, três em Escorpião), ênfase ainda
mais pronunciada pela existência de uma conjunção
Sol-Marte em Escorpião! Para simplificar, podemos dizer que
o autor de O Médico e o Monstro era, ele mesmo, um
tipo supermarciano. Isso ajuda a explicar a facilidade com que Stevenson
tematizou o conflito entre a eclosão da agressividade e da
sexualidade masculinas em estado bruto (Marte) e a desesperada tentativa
de repressão dos instintos (Saturno). As 150 páginas
de O Médico e o Monstro foram escritas de uma tacada
só, em menos de uma semana, e conta-se que Stevenson sonhava
capítulos inteiros da trama. É significativo também
que tivesse Saturno em Áries, signo marciano, em oposição
a Júpiter em Libra. São os planetas da inserção
social na polaridade que exprime o conflito entre o ego e a alteridade.
Mais significativo ainda é que esta oposição,
dirigida por arco solar, estivesse alinhada com o Sol natal de Stevenson
no ano em que ele escreveu O Médico e o Monstro.
Robert Louis Stevenson vivia num país industrializado
onde a energia masculina encontrava cada vez menos espaço
de manifestação instintiva, na medida em que era inexoravelmente
drenada para duas atividades alienadoras: o trabalho nas fábricas
e a guerra. Entre vender sua força de trabalho como operário
ou soldado, alguns homens simplesmente negavam a disciplina saturnina
e tornavam-se outsiders radicais. O Mr. Hyde de Stevenson
antecipou em apenas dois anos o início dos assassinatos de
Jack, o Estripador, primeiro serial killer dos tempos modernos.
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Carta solar de Robert Louis Stevenson, calculada
para 12h (horário estimado) LMT de 13.11.1850 - Edimburgo,
Escócia. Observar a concentração de planetas
nos dois signos de domicílio de Marte. |
Seguindo a mesma linha, ao longo do século
XX, na medida em que os Estados Unidos assumiam a liderança
do mundo civilizado e industrializado, deslocava-se também
para os Estados Unidos o interesse pela temática do homem
de ciência, cuja função deveria ser trazer mais
progresso à humanidade, que sucumbe aos riscos de sua própria
prática e transforma-se num monstro. O cinema e os quadrinhos
estão repletos de cientistas loucos que querem dominar a
Terra, ou de cientistas bem intencionados que se transformam em
seres disformes ao perder o controle sobre substâncias químicas
e radiações. O tema, de tão explorado, acabou
transformado em filão de humor, do qual o melhor exemplo
é O Professor Aloprado, de Jerry Lewis, de 1963 (depois
refilmado por Eddie Murphy).
Em 1886, quando escreveu O Médico
e o Monstro, Stevenson tinha os arcos solares de Júpiter
e Saturno ativando diretamente seu Sol natal em Escorpião. |
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Sendo Marte regente do ferro, dos trabalhadores que
transformam o metal, dos soldados, dos operários que lidam
com máquinas, caldeiras e fornos, dos veículos com
motor a explosão e tudo o mais, é também o
planeta cujo universo de significados mais o qualifica como um regente
geral da atividade industrial. Os desequilíbrios na aplicação
da ciência e da tecnologia, quando motivados pela competição
exacerbada e pelo espírito de pioneirismo levado a extremos,
são distúrbios marcianos. E suas vítimas, sejam
Mr. Hyde, o Professor Aloprado ou Hulk/Bruce Banner, são
todas manifestações de um Marte que escapa ao controle
e retorna à condição "primitiva".
Feitas estas observações, podemos entender
melhor agora o mapa do lançamento do Hulk, que apresentamos
a seguir.
O mapa do monstro verde
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Dr. Jekyll e Mr. Hyde - a novela de um escritor
marciano
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