Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 184 :: Outubro/2013 |
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SIMPÓSIO DO SINARJ 2013Terceira Força:
Sinarj revive He-Man
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Entrevista |
Lançado em 1983, o personagem He-Man se notabilizou pela força descomunal no combate aos vilões que tentam tomar o castelo de Grayskull, no planeta Etérnia. "Eu tenho a força!" era o brado que indicava os grandes momentos de ação do seriado. Trinta anos depois, a diretoria do Sinarj dá um passo além, trazendo para o 15º Simpósio Nacional a Terceira Força, resultante do entrecruzamento da astrologia com outras áreas de conhecimento. Nesta entrevista, Marcia Mattos, Carlos Hollanda, Renato Chebar e Fernanda Santa Roza revelam os poderes de Grayskull e as armas secretas para um evento de sucesso.
Marcia Mattos (presidente), Renato Chebar (vice-presidente), Carlos Hollanda (diretor técnico) e Fernanda Santa Roza (diretora de comunicação) são alguns dos integrantes da diretoria do Sindicato dos Astrólogos do Rio de Janeiro - Sinarj, responsável pela organização do 15º Simpósio Nacional de Astrologia. O evento acontece nos dias 23 e 24 de novembro, no Hotel Mirador, em Copacabana, e é antecedido por um Pré-Simpósio no dia 22 de novembro, na Universidade Cândido Mendes de Ipanema. Nesta entrevista, eles falam da proposta do maior evento anual de astrologia na América Latina, este ano turbinado pela abordagem transdisciplinar e pela oxigenação no quadro de palestrantes. Também integram o Sinarj José Maria Gomes Neto (diretoria social), Patrícia Messina (diretoria de RP) e as conselheiras Celisa Beranger e Maria Eugenia de Castro.
CONSTELAR - A diretoria do Sinarj está cheia de gente que veio das áreas de comunicação, marketing e finanças. Certamente esta característica influencia o processo de planejamento. Como vocês veem o simpósio? Como um produto, em si, como uma estratégia para alavancar a inserção social da astrologia ou como um espaço de reforço de vínculos profissionais?
MARCIA MATTOS - A realização de um Simpósio de astrologia tem sempre várias finalidades. A primeira delas na minha opinião, é criar oportunidades de encontro entre pessoas ligadas ao meio (profissionais, curiosos, estudantes, etc). São poucas as situações em que o grande número de pessoas que participa do meio astrológicopossa realmente se encontrar de algum modo. Neste sentido tem um caráter realmente "social".
A segunda finalidade é sem sombra de dúvida apresentar trabalhos e nomes que possam acrescentar conhecimento e despertar interesse por pesquisas e estudos de temas e técnicas astrológicas ou afins. Neste sentido, gerar conhecimento.
Por último, e não menos importante, é fortalecer o Sinarj como entidade respeitada e sólida no meio astrológico.
CONSTELAR - A pesquisa com o público do ano passado influenciou na escolha do tema e dos palestrantes do simpósio deste ano?
MARCIA MATTOS - A filosofia que norteia a atual gestão do Sinarj, com seus diretores vindos de áreas variadas, é sempre inovar. Nossa intenção é trazer novidades, quer pela escolha dos temas, quer pelos palestrantes convidados. Estamos evitando a repetição, ou o automatismo em trazer sempre os mesmos nomes que ja participaram dos simpósios anteriores, ou de abordagens que já foram exploradas. Temos também a preocupação de a cada novo simpósio superar em qualidade, apresentação e organização o evento anterior. O objetivo é aprimorar. Elevar o nível em todos os quesitos, esperamos conseguir isso. O esforço é nesse sentido, para que não haja a sensação por parte do público de "já vi isso antes". Na minha opinião este evento está superior aos produzidos anteriormente por esta mesma gestão.
Marcia Mattos comenta a variedade de temas e palestrantes.
CONSTELAR - Afinal, que história é essa de "terceira força"?
CARLOS HOLLANDA - São duas as formas pelas quais podemos entender a noção de "Terceira Força". A astrologia é, em si, um saber composto por Razão e Sonho, Matemática e Percepção, Filosofia e Mitologia. Cada item desses, sozinho, é uma expressão particular, mas a astrologia permite a fusão entre esses pares de opostos de modo funcional, eficaz, criativo. De duas características, se forma uma terceira, que não é nem uma nem outra, mas algo diferente.
CONSTELAR - Diferente em que sentido? Uma síntese? Ou um vetor de energia?
CARLOS HOLLANDA - A astrologia é um saber extremamente maleável ao contato e, às vezes, até à mescla com outros tipos de conhecimento, formando, assim, uma outra coisa, uma "terceira força". O astrólogo que é também psicanalista não faz só psicanálise nem faz só astrologia. Sua prática é, talvez, mais poderosa no sentido de obtenção de resultados, pela síntese entre duas maneiras diferentes de encarar a mente e comportamento. Um médico que aplica a astrologia às suas práticas terapêuticas, unindo-a a algum outro tipo de conhecimento análogo ou bem diferenciado (homeopatia, educação física e coisas do tipo), não trata os pacientes do mesmo modo que uma medicina convencional e restrita a um só tipo de olhar. Ele ganha em profundidade e em suporte para seus diagnósticos, na corroboração ou eliminação de suspeitas, na prevenção... Sem contar que não trata apenas o corpo do sujeito, mas também de sua constituição como corpo e psique. Fica mais completo, dentro desse terceiro elemento. O entrecruzamento de saberes, sejam eles científicos ou simbólicos (alguns deles extraídos diretamente de concepções mágicas do mundo), forma algo diferente, mas, por isso mesmo, muito eficaz sob diferentes pontos de vista. Daí partiu a idéia da "Terceira Força". Trata-se, também, de um empréstimo do jargão filosófico e psicológico.
Carlos Hollanda, Diretor Técnico do Sinarj (e especialista em super-heróis), aprofunda a discussão sobre a Terceira Força.
CONSTELAR - Qual a melhor estratégia pra aproveitar o simpósio? Dar preferência aos temas que já conhecemos e usamos no dia a dia? Ou explorar tópicos novos, mesmo que dificilmente venhamos a utilizá-los?
MARCIA MATTOS - Eu indicaria um balanço entre ambas as estratégias. É assim que faço quando frequento congressos no exterior. Tento assistir as abordagens novas, com as quais não terei chance de contato tão facilmente, desde que faça parte do meu campo particular de interesse. Não deixo de assistir no entanto os temas que já fazem parte do meu campo habitual de aplicação, para buscar um aprimoramento. Eu recomendo um balanço entre as duas situações: expansão de visão mais aprimoramento.
CONSTELAR - A programação contempla todas as linhas da astrologia?
MARCIA MATTOS - Tem palestras para todos os gostos, níveis e campos de interesse. A vantagem é que ninguém vai ficar frustrado em escolher assistir uma palestra em detrimento de outra, pois todas as apresentações serão gravadas e disponibilizadas em CD para todos os inscritos. Tivemos a preocupação em atender o interesse de todos e prestigiar todos os palestrantes ao registrar suas apresentações.
CONSTELAR - Alguns dos palestrantes de 2013 são especialistas em outras áreas de conhecimento. É o caso, por exemplo, do Ernani Fornari (agricultor e terapeuta) e do Nei Naiff (tarólogo), que não têm na astrologia sua principal atividade. Qual o objetivo do Sinarj ao estabelecer essas pontes?
MARCIA MATTOS - A ideia de convidar palestrantes que atuam em segmentos de astrologia está no coração do tema desse simpósio: A terceira força: A astrologia e sua interseção com os outros saberes. Isto é: de que forma a astrologia, quando atua sobre um campo, um objeto de conhecimento fora dela (economia, saúde finança, psicologia) cria um terceiro campo que não é mais astrologia pura e nem mais o outro campo de saber puro. A escolha de profissionais de outras áreas não astrológicas - Ernani Fornari, terapeuta; Cristina Volker, oncologia psicológica - foi feita para reforçar essa interseção de conhecimentos. O convite ao Nei Naiff, tarólogo, também faz parte desta mesma ideia: o cruzamento da astrologia com ciências afins, que costumo chamar de ciências hermanas. A astrologia se avizinha muito bem de muitos outros saberes. É isto que queremos demonstrar.
CONSTELAR - Em 16 anos de simpósio, jamais houve um palestrante da Amazônia, ou sequer do interior do Nordeste. Este é um dado preocupante, pois metade do país está fora do circuito de cursos e eventos. Por que a astrologia não chega a Belém, Manaus ou Juazeiro do Norte?
MARCIA MATTOS - Tivemos a preocupação de selecionar astrólogos de diferentes partes do pais (Brasília, Paraná, Rio Grande do Sul, Recife, Fortaleza), e também de fora do país, como Peru, Portugal e Argentina. Mas não cobrimos todas as áreas desse extenso país. Acredito que uma instituição nacional possa criar polos de germinação, "incubadoras" de astrologia nessas regiões onde ela ainda não se desenvolveu como poderia, este é um desafio para ser lançado.
CONSTELAR - Quais são os astrólogos que farão palestras no simpósio pela primeira vez?
MARCIA MATTOS - Alexandre Chut, Andrea Maluf, Eduardo Krug, Fernanda Santa Roza, Francisco Seabra, Isabel Guimarães, João Acuio, Mario Talavera, Patricia Messina, Silvia Morgensztern... Mais alguém?
FERNANDA SANTA ROZA - E a Vanessa Paim.
CARLOS HOLLANDA - Faltou colocar o Dimitri, como palestrante (e não como participante de mesa, como acho que já rolou). O Francisco Seabra já participou, anos atrás, de um simpósio, logo na abertura. A Vanessa Paim nunca palestrou. A Vanessa Tuleski acho que também não.
Andrea Maluf traz um dos temas mais inovadores e oportunos do Simpósio: a discussão do TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade e o risco da banalização do uso da ritalina, a "droga da obediência".
CONSTELAR - Sabemos que formar e manter seu networking é uma motivação relevante para quem vem ao simpósio. Contudo, com palestras simultâneas e programação apertada, o participante às vezes fica dividido entre o que acontece nas salas e os contatos do cafezinho. Que estratégia vocês sugerem para o pessoal que quer conversar e conhecer gente nova? Como dividir o tempo entre as palestras e a troca de impressões?
RENATO CHEBAR - Congressos e simpósios sao momentos de espalhar conhecimentos e de explorar novas pesquisas, estudos e pensamentos afins. Nao diria que a programacao está apertada, pois sao praticamente três dias com bastante tempo para trocas e novas amizades. Teremos vários momentos de confraternização, como os almoços de sábado e de domingo, e também teremos dois 'coffee breaks' por dia. Neste ano ofereceremos, gratuitamente, para cada participante do simpósio, as gravações de todas palestras. Portanto não precisa ter correria. Minha sugestão é aproveitar bem as palestras, participar dos almoços e, quem sabe, dar uma esticada na sexta e no sábado à noite! Como diz o nosso amigo e colega Otavio Azevedo: Simpósios têm que ser uma festa!
CONSTELAR - O público leigo, com interesse em astrologia mas pouco conhecimento técnico, tem algo a fazer no simpósio?
MARCIA MATTOS - Sim. Daí a ideia de criar a sala Mercúrio, onde serão apresentados temas que exigem um conhecimento técnico menos avançado e que, portanto, pode atrair um publico iniciante ou intermediário, alcançando um número maior de pessoas. Essas pessoas ficam normalmente de fora, achando que não estão preparadas para acompanhar o conteúdo apresentado nas palestras. Vale ressaltar que criamos um preço especial para quem se inscrever apenas para a Sala Mercúrio. Deste modo fica mais atrativo para os estudantes.
As apresentações na sala Mercúrio foram escolhidas a dedo. São todas excelentes, quer pela qualidade dos palestrantes, quer pelo tema.
Patrícia Messina (Diretora de Relações Públicas), Renato Chebar e Fernanda Santa Roza falam da variedade de programação, da gravação das palestras e do papel da sala Mercúrio.
CONSTELAR - Dos palestrantes deste ano, você conseguiria lembrar dois ou três cujos temas têm especial apelo para os iniciantes?
MARCIA MATTOS - Ressaltaria a palestra da Titi Vidal sobre a previsão dos signos para 2014, quem não se interessa por isso? Principalmente feita com seriedade e com conteúdo, e não como costuma ser apresentado. A palestra da Silvia Morgensztern, especialista em mitologia, relacionando os planetas aos mitos, é imperdível para quem esté se iniciando nesse estudo. O tema da Vanessa Tuleski [foto] é indispensável para quem está tentando dar os primeiros passos na técnica de interpretação, e mesmo para quem já deu muitos passos e se perde ao juntar signos, planetas, casas, aspectos, regências, etc. A Palestra da Ana Maria é outra imperdível.
CARLOS HOLLANDA - Acrescentando: as palestras da sala Mercúrio, que se direcionam a públicos amplos, não deixam de ser uma iguaria mesmo para quem é muito tarimbado. Vale muito a pena assistir, ainda que se trabalhe com astrologia há décadas. A linguagem é apropriada e de fácil entendimento para ambos, o leigo e o profissional, sem deixar de ser muito interessante.
Leia também: Programa completo do Simpósio 2013
Mais sobre o 15º Simpósio no site do Sinarj e no blog de Carlos Hollanda.
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