Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 145 :: Julho/2010 :: - |
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O CÉU NO INVERNO DE 2010Uma quadratura, dois eclipses e muita tensão
Enfim, chegou a quadratura T que vem assombrando astrólogos há tantos anos: Saturno, Urano, Júpiter e Plutão já repetem no céu configuração semelhante à que marcou a época da Grande Depressão, nos anos 30. Para complicar dois eclipses, em 26 de junho e 11 de julho, disparam um clima pesado para os próximos seis meses. Entenda o quadro na interpretação de Celisa Beranger e José Maria Gomes Neto. Uma prática comum na Astrologia Mundial é o levantamento do mapa do ingresso do Sol nos signos cardinais, por ocasião dos equinócios e solstícios. Esse tipo de mapa, levantado para a capital de cada país, tradicionalmente é utilizado para previsões de curto prazo, válidas por três meses. Contudo, tivemos em 2010 um solstício de inverno especial, por sua proximidade com dois eclipses no eixo Câncer-Capricórnio e com a configuração de planetas lentos mais tensa das últumas décadas. O que se pode esperar? Para discutir esse quadro de características diferenciadas, o Sinarj - Sindicato dos Astrólogos do Rio de Janeiro - promoveu em 21 de junho, data do solstício de inverno, um encontro no Rio de Janeiro, reunindo cinco astrólogos. A seguir, o resumo de cada palestra. José Maria Gomes Neto: ingressos com ênfase canceriana no BrasilJosé Maria Gomes Neto começou a palestra lembrando que o solstício – o momento em que o Sol parece estacionar sobre os trópicos, para logo em seguida iniciar o lento movimento de retorno à zona equatorial – é comemorado com rituais tão antigos quanto a própria civilização. Um exemplo seria o Inti Raymi da região incaica, celebrado há séculos, assim como as festas cristãs de São João e de Natal, que definiam, respectivamente, os solstícios de verão e de inverno do hemisfério norte. José Maria lembrou também que alguns autores anteriores ao século XX, como o inglês Raphael, consideravam que o mapa de ingresso solar em cada estação indicava processos cuja duração poderia variar de acordo com a quadruplicidade do signo ocupado pelo Ascendente. Assim, um Ascendente cardinal indicaria um mapa com validade por apenas três meses (efeitos rápidos); um Ascendente fixo, um mapa válido por um ano (efeitos demorados); um Ascendente mutável, por fim, um mapa válido por aproximadamente seis meses (efeitos mais lentos que o Ascendente cardinal). Os mapas de equinócios e solstícios devem ser calculados para a capital de cada país. Assim, para cada país teremos sempre as mesmas posições planetárias nos signos, mas com uma distribuição por casas particularizada. Ingresso solar em Câncer - 21.6.2010, 8h28 (-03:00) O mapa do solstício de inverno calculado para Brasília mostra o Ascendente em 25º31’ de Câncer, tal como já ocorreu no mapa do equinócio de outono, em 20 de março (Ascendente em 25º02’ de Câncer). Ingresso solar em Áries - 20.3.2010, 14h32 (-03:00) O mapa do equinócio de primavera de 2010 quebrará a sequência, com o Ascendente em 24º40’ de Gêmeos, mas Câncer voltará ao primeiro plano no mapa do solstício de verão, em 21 de dezembro, quando o Ascendente estará em 28º57’ desse signo. Ingresso solar em Libra - 23.9.2010, 00h08 (-03:00) Ingresso solar em Capricórnio - 21.12.2010, 20h38 (-03:00) A conjunção de Urano e Júpiter no início de Áries indica um espírito prometeico, revolucionário. Há um clima de aceleração geral, de busca de liberdade e de correções de rota em processos já em andamento. Contudo, esse aspecto traz também uma conotação negativa, já que simboliza a afirmação de uma atitude prepotente, incendiária, impaciente e que age por impulso sem medir as consequências. Neste momento, Márcia Mattos observou que para mudar é preciso expandir (sentido de Júpiter) e para expandir é preciso romper (sentido de Urano). Todavia, como a conjunção se dá em Áries e encontra-se tensamente aspectada, acaba levando a uma tendência muito individualista, que prejudica o trabalho coletivo. José Maria acrescenta que Júpiter-Urano em Áries é uma energia que não respeita limites nem tradições, simplesmente atropelando o que vê pela frente. Essa energia já está presente no céu desde os ingressos de Júpiter em Áries, em 6 de junho de 2010, e de Urano, em 28 de maio de 2010. Contudo, está sendo intensificada com o mapa do solstício de inverno e dos dois eclipses que ocorrem na sequência. A energia presente no mapa do solstício de 21 de junho, que apresenta a explosiva e incendiária conjunção Urano-Júpiter no início de Áries, já se fez notar no incêndio que, dois dias antes, devorou toda a vegetação do Morro dos Cabritos, no Rio de Janeiro, e obrigou moradores dos bairros da Lagoa e Copacabana a abandonar suas casas às pressas. Por outro lado, o mapa do ingresso também apresenta um Grande Trígono nos elementos Terra e Ar, sugerindo saídas no nível da dinâmica das relações humanas. Há esperanças, portanto, de que o período possa ser atravessado sem que se manifestem conflitos de natureza mais violenta. No mapa do Brasil (cujo Ascendente José Maria situa em 22º de Aquário, correspondendo a um horário de 16h08 LMT), o Ascendente do solstício cai no início da sexta casa. Segundo o astrólogo niteroiense, os eclipses de 2010 terão maior importância e impacto para o Brasil em função da regência da Lua sobre o mapa dos dois solstício – o de junho e o de dezembro. Maria Eugênia acrescentou que a ênfase na Lua, significadora do povo e de sua ligação com a terra natal, pode resultar também em aumento do patriotismo... e de patriotadas. Já Márcia Mattos observou que a Lua eclipsada regendo o mapa solsticial indica um estado de anestesia do povo brasileiro, que tende a ser menos crítico e menos exigente. José Maria observou que o eclipse sempre traz uma conotação de urgência, alguma forma de experiência concentrada, como se houvesse uma experiência de concentração da percepção do tempo. Acrescentou, finalmente, que tanto o mapa do Solstício quanto o do eclipse lunar de 26 de junho apresentam uma Grande Quadratura, ou seja, um jogo de quadraturas e oposições formando uma cruz perfeita. Para ele, a cruz representa a possibilidade de ordem e estruturação, uma nova ordem que precisaria ser constituída. Esta cruz tornar-se-á completamente cardinal a partir de 21 de julho, com a definitiva entrada de Saturno em Libra. Nota de ConstelarIncêndio no Morro dos Cabritos, Rio de Janeiro, provocado por um balão O incêndio do Morro dos Cabritos, ocorrido em 19 de junho, felizmente não resultou em vítimas humanos, apesar dos prejuízos para a flora e fauna dos parques e áreas de preservação em torno da Lagoa, no Rio de Janeiro. O clarão, visto em boa parte da Zona Sul, funcionou como um cartão de visitas da conjunção Júpiter-Urano em Áries (um signo de Fogo) no mapa do solstício. Um dado adicional: o incêndio começou por volta das 23h30. Nesse momento, a conjunção Júpiter-Urano ocupava a casa 1, a caminho de cruzar o Ascendente. Celisa Beranger: quadratura T afetando o clima e o euroCelisa Beranger começou por lembrar que o eclipse de 26 de junho transformará a quadratura T já presente no céu numa Grande Quadratura, cujo polo mais importante é Plutão. Esta quadratura é análoga à de 1931, formada entre Urano em Áries, Plutão em Câncer e Saturno e Capricórnio. A diferença é que, em 1931, o ápice da quadratura T (ponto de maior tensão) era Urano em Áries, enquanto, na configuração atual, esta função é exercida por Plutão em Capricórnio. Eclipse Lunar - 26.6.2010, 8h38 (-03:00) - Rio de Janeiro, RJ. O mapa do eclipse lunar, que apresenta a Lua em conjunção com Plutão, reforça o clima cardinal iniciado com o ingresso de Plutão em Capricórnio, em 2008. Trata-se de um ciclo de ação. Celisa lembra também que uma das “pernas” da configuração é uma quadratura Urano-Plutão que não chega a fechar num horizonte de curto prazo. Essa quadratura só se tornará exata – e por não menos que sete vezes, uma ocorrência muito rara – entre junho de 2012 e março de 2015. Segundo Celisa, a quadratura minguante Saturno-Plutão, como a que temos agora, é mais recessiva do que a crescente – inclusive no que diz respeito à forma como atua em mapas pessoais. O ciclo Júpiter-Saturno sempre se reflete de alguma forma na situação econômica da Europa e na estabilidade do euro. Na medida em que a atual oposição Júpiter-Saturno forma quadraturas com Plutão, traz também ameaças à frágil economia mundial. A Espanha, país que tem sido considerado a “bola da vez” no que diz respeito à possibilidade de uma nova crise econômica, apresenta Marte a 0º de Câncer, o que a coloca na linha de fogo também do ponto de vista astrológico . A atual quadratura T também guarda relação com intolerância e fanatismo, o que pode ser visto na radicalização de posições entre as Coreias da Norte e do Sul (lembrando que a Coreia do Norte tem Urano em 0º de Câncer) e no aumento das tensões entre Israel e seus vizinhos. O maior foco de perigo no momento atual, segundo Celisa, é representado pela conjunção Júpiter-Urano em Áries, dado seu caráter explosivo. Outro ponto a observar é o risco de problemas geológicos. Desde que a quadratura T se formou, já ocorreram problemas com erupções vulcânicas na Islândia, terremotos em diversas partes do mundo e o vazamento de óleo em área sob a responsabilidade da British Petroleum, no Golfo do México. Tanto os problemas envolvendo falhas tecnológicas quanto a instabilidade geológica podem ser relacionados a Saturno-Urano. Outra manifestação deste mesmo aspecto ocorre na forma de problemas climáticos: a China está, em junho de 2010, com aproximadamente 10 milhões de desabrigados, enquanto, nos Estados Unidos, a estação de tornados vem-se revelando mais violenta do que de costume. Em função das quadraturas de Plutão, a recuperação econômica no mundo será mais difícil. Contudo, a geração de políticos e administradores nascida entre 1963 e 1968 – no período da última conjunção Urano-Plutão – pode ocupar espaço e dar ao mundo uma nova safra de líderes, com novas ideias. Celisa lembrou ainda alguns países que apresentam planetas nos primeiros graus dos signos cardinais, e que devem ser mais fortemente afetados pelas mudanças trazidas pela quadratura T: Coreia do Norte, Irã, Estados Unidos, Israel, Paquistão, Brasil, China e Afeganistão estão entre os mais importantes. O repique do eclipseCelisa lembrou também que eclipses têm uma dinâmica característica, de forma que os eclipses lunares sempre ocorrem aos pares, com pequeno intervalo de tempo em relação aos eclipses solares e no mesmo eixo de signos. Às vezes o par se inicia pelo eclipse solar e às vezes pelo lunar – como acontece agora. Um fenômeno que deve ser observado com atenção é o efeito de repique que pode acontecer aproximadamente três meses depois, quando a lunação ocorre formando quadratura com o signo do eclipse. Um exemplo recente foi a Lua Cheia de 15 de março de 2010, que ativou por quadratura a posição do eclipse de 31 de dezembro de 2009. A essa ativação corresponderam as fortes chuvas na região sudeste do Brasil, cujo acontecimento mais marcante foram os desmoronamentos ocorridos no Morro do Bumba, em Niterói, em 7 de abril. Para encerrar a palestra, Celisa fez algumas observações sobre o impacto da quadratura T em cartas pessoais, lembrando que os mapas que sofrerão o impacto maior serão aqueles com planetas – especialmente os luminares – nos graus iniciais dos signos cardinais. Outros artigos da Redação de Constelar. Leia também:
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