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olhar brasileiro em Astrologia
Edição 144 :: Junho/2010 :: - |
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DEBATE ASTROLOGIA X UNIVERSIDADEOs infiltrados: astrólogos tomam de assaltoa universidade
Faculdade de Astrologia e regulamentação profissionalCONSTELAR - Existem duas ou três estratégias possíveis para valorizar a imagem profissional do astrólogo, uma atividade ainda vista com preconceito pelo meio acadêmico. Uma estratégia é buscar fundamento científico para o conhecimento astrológico e institucionalizar sua prática, via regulamentação profissional. Os defensores dessa linha sonham, por exemplo, em transformar a Astrologia num curso superior plenamente reconhecido. Essa estratégia tem futuro? CARLOS HOLLANDA - Se tem futuro, não creio que seja algo tão próximo assim. HELENA AVELAR - Não sei. É uma ideia, mas tem vários inconvenientes. Para começar, muito do que hoje se pratica não é Astrologia.
EDIL CARVALHO - Esta pergunta está formulada de um modo que se supõe que a busca pelo fundamento da Astrologia ocorre apenas como estratégia para valorização da imagem do astrólogo. Creio que esta busca não só é natural como inevitável – pelo menos para aqueles se importam com fundamentos, com os alicerces que sustentam o prédio astrológico. Cumpre, no entanto, observar que há uma diferença brutal entre buscar fundamentos e buscar “fundamentos científicos”, e mais: cumpre sobretudo entender o que é que se está chamando de “científico”. No entanto, como o critério científico acabou sendo tomado como o único critério de verdade, e como ele acabou adquirindo – como alguns filósofos dizem - o peso próprio de um dogma religioso, é natural que a validade de um saber, de uma técnica, de um produto tenha que vir acompanhado do carimbo da ciência que garante sua legitimidade. Creio que muitos – e não somente astrólogos - se deixam levar por esse selo de garantia, e passem a buscá-lo. CRISTINA MACHADO - Convenhamos que hoje em dia até para vender xampu é necessário ter o rótulo de "comprovado cientificamente". Isso é bizarro! EDIL CARVALHO - Mas cumpre também salientar que a grandiosidade própria da Astrologia demanda e exige uma busca pelo seu entendimento: seu domínio é tão vasto que estamos sempre na condição de tomarmos ciência de algo que até então não conhecíamos. Neste sentido, ingênuo e primário, ciência aparece como sinônima de entendimento. Mas, por mais ingênua que esta semelhança seja, ela aponta para o fato de que há um modo muito próprio de o homem tomar ciência e conhecimento de algo – e que esta tomada de conhecimento se dá ao longo de um processo muito próprio, e tem suas regras e leis. CARLOS HOLLANDA - Falta muito para se estabelecer um elo entre o discurso astrológico e o científico atual. Não vejo, por exemplo, como a visão científica poderia acatar que a base teórica mais consistente para o funcionamento da Astrologia parte do hermetismo (como a lei de correspondências, entre outras), que, por sua vez, é um belo amálgama de dezenas de crenças e culturas antigas e medievais muito distantes das concepções de universo que se tem hoje, comprovadas por instrumentos de precisão e repensadas pela filosofia materialista. EDIL CARVALHO - No entanto, esta tomada de entendimento dos antigos não é de forma alguma sinônima da ciência moderna. Isto indica que houve ao longo da história humana uma ruptura que contribuiu para que esta tomada de entendimento típica dos antigos fosse feita à revelia – e até mesmo desconsiderada – pelo modo muito próprio como a ciência moderna conhece as coisas, sendo esta ruptura aquilo que alguns pensadores designaram como “o divórcio da filosofia com a ciência”, ou do “advento de uma ciência amputada de sua raiz metafísica”. Tudo isto deve estar parecendo muito complicado de se entender para quem não tem familiaridade com assunto, eu sei; mas que esta complicação sirva pelo menos como advertência para se perceber que não dá para discutir se a Astrologia é ou não uma ciência, se a Astrologia precisa ou não dos critérios científicos e se há ou não outros critérios além destes sem se inteirar da discussão que existe em torno da formação do conceito de ciência. Por isso, para responder tal pergunta, creio que se faça necessário a realização prévia de um seminário, onde tudo isso possa ser discutido e compreendido. Fica aqui, aliás, a sugestão para um próximo evento astrológico. CARLOS HOLLANDA - Não tenho mais pretensões de provar que a Astrologia pode ser ciência. Ainda há um bom caminho a percorrer e hoje tenho cá minhas dúvidas se isso é realmente necessário. Tentar fazê-lo é um esforço legítimo, mas ela me parece estar muito mais próxima da arte, apesar de todo seu arcabouço metodológico e de sua parcela matemática no cálculo de posições e movimentos planetários. MARTHA PERRUSI - Sempre questionei a validade de um "fundamento científico" para a astrologia ser aceita no meio acadêmico. Não precisamos ir muito longe para vermos que a filosofia não tem esse "fundamento científico". Penso também em cursos como Letras ou Artes Plásticas/Cênicas ou mesmo um curso de Jogos Digitais, recém-criado na instituição em que dou aulas. Não vejo com clareza o fundamento científico para esses cursos superiores e nem por isso eles deixam de ser reconhecidos. Claro que não acho que deveríamos "chutar o pau da barraca" da cientificidade, ao contrário, creio que para discutir a "cientificidade" seria preciso discutirmos epistemologias. Isso, de fato, ainda só é viável na academia, portanto, a oportunidade de estudar astrologia academicamente é muito valiosa. ALEXEY DODSWORTH - Eu consigo perfeitamente imaginar a Astrologia como um curso de extensão nas universidades, ou mesmo como uma matéria eletiva (ou uma série de matérias eletivas), mas não como um curso universitário em si mesmo. Tenho duas razões para dizê-lo: primeiramente, não creio que haveria quórum. E, se fosse numa faculdade particular, tanto pior, pois o custo do curso seria provavelmente elevado, e termina sendo melhor para o estudante pagar o preço muito mais razoável cobrado por cursos já existentes, ou mesmo professores particulares. Em segundo lugar, não vejo como seria interessante para a Astrologia “forçar” a todo custo sua inserção na caretice dos ambientes acadêmicos. CRISTINA MACHADO - Meu interesse pela questão da cientificidade da Astrologia (este foi o tema da minha dissertação de mestrado) nada tem a ver com a institucionalização da sua prática. Não conduzi meus argumentos por aí, até porque ainda não tenho opinião formada sobre a regulamentação da profissão de astrólogo. A minha questão é mais feyerabendiana: O que há de tão especial sobre a ciência? Por que um saber tem que ser considerado ciência para ser prestigiado socialmente?
EDIL CARVALHO - No mais, se não estiver enganado, esta pergunta está também formulada de um modo que supõe haver um vínculo entre a busca pelo fundamento científico e a regulamentação profissional: “uma estratégia é buscar fundamento científico para o conhecimento astrológico e institucionalizar sua prática, via regulamentação profissional”. Caso a pergunta suponha mesmo este tipo de vínculo, quero a princípio demonstrar minhas dúvidas em relação a isso: uma coisa é a busca por fundamentos, que se dá no campo intelectual; outra é a regulamentação da profissão, que se dá no campo político. Uma coisa, a princípio, parece não ter nada a ver com outra. Aliás, aquilo que demanda a vida intelectual é bem diferente do que demanda o campo político: uma quer o conhecimento e, a outra, o poder – e poder não é conhecimento. Afinal, não tem gente no poder que é burra? Não tem gente que tem conhecimento e não tem poder? No entanto, paremos pra pensar: não seria o conhecimento poder? Não pareceria pelo menos lógico ou desejável que aquele que detém o conhecimento, justamente por deter o conhecimento, tivesse o poder de dizer o que é certo e bom? Não seria pelo menos lógico ou desejável que o homem que sabe fosse aquele que ocupasse ou poder? Ou preferimos um governante burro? Caso não prefiramos, isto implica pelo menos admitir que há um vínculo entre conhecimento e poder – mesmo que no nível da aspiração e do desejo. Mas, infelizmente, nem sempre aquilo por que aspiramos é realizável, justamente por conta dos jogos políticos e das pressões sociais. MARTHA PERRUSI - Quanto à regulamentação profissional, vejo com bons olhos que os profissionais procurem seus pares e criem mecanismos de reconhecimento. Ainda não sei qual seria a melhor forma para isso, mas considero que este é um assunto que não deveríamos deixar à deriva. CRISTINA MACHADO - Não me parece que essa questão do curso superior de Astrologia tenha a ver com a regulamentação da profissão, já que há cursos superiores de Informática e Tradução, por exemplo, que, assim como a Astrologia, também não são profissões regulamentadas. Mas acho essa ideia muito interessante. Eu tive o prazer e a oportunidade de estudar na Astroscientia, e sinceramente acho esse modelo muito bom: várias disciplinas, diversos professores, diferentes abordagens. Acho que o pluralismo é fundamental para a ciência. EDIL CARVALHO - Uma das minhas aspirações é a realização de um curso superior de Astrologia – não por que isso faça parte de uma estratégia para a valorização da imagem do astrólogo mas, sim, porque este é o lugar de onde ela saiu, e para o qual seria desejável voltar. Tudo dependerá, é claro, que o astrólogo creia que uma formação superior lhe dará subsídios para compreender mais profundamente a Astrologia, e da sua força de vontade para vencer todos os obstáculos que se imporão no seu caminho – e que serão colocados inclusive por outros colegas de profissão, outros astrólogos. CARLOS HOLLANDA - Para que a Astrologia se torne um curso superior reconhecido numa universidade primeiro o paradigma científico vigente teria que ser dramaticamente alterado. A Astrologia não pode ser aceita pela ciência simplesmente porque sua aceitação faria desmoronar toda a estrutura do pensamento científico que temos hoje. A Astrologia é a típica coisa que não poderia funcionar, mas funciona. É como o voo das abelhas. Abelhas não poderiam voar. Não têm estrutura aerodinâmica para isso. Elas, no entanto, estão pouco se lixando para a aerodinâmica. E agora? ALEXEY DODSWORTH - Eu gosto da marginalidade astrológica, gosto de ela ser um saber que incomoda, que perturba as convenções normativas. Antes que alguém me diga que estou com um encosto do Valdenir Benedetti, aviso logo que eu pensava assim quando ele ainda era vivo. Veja bem: não estou dizendo que a inserção da Astrologia no meio acadêmico seja uma coisa inviável, impossível. Mas o meio acadêmico precisa, antes, mudar. Eu não penso em inserir a Astrologia na Academia para fazê-la “ser mais respeitada”. Acho esta motivação fruto da insegurança, é uma motivação incorreta. Se quero inserir a Astrologia na Academia, é para causar uma revolução dos saberes na Academia. É mais para melhorar a Academia do que a Astrologia! Chutando o pau da barracaCONSTELAR - Outra estratégia possível é "chutar o pau da barraca" da cientificidade e defender que a Astrologia seja reconhecida como um saber de status diferenciado, um conhecimento que faz parte de um paradigma diferente do hegemônico no Ocidente, tal como a medicina tradicional chinesa, o xamanismo e o jogo de búzios. É possível impor respeito sem passar pelo crivo da racionalidade científica que domina o Ocidente desde o século XVIII? HELENA AVELAR - Sim, é possível, mas com algumas restrições. ALEXEY DODSWORTH - Sou muito mais inclinado a esta vertente, que é, por exemplo, condizente com todo o trabalho do filósofo da ciência Paul Feyerabend e que Cristina Machado explica muito bem em sua dissertação de mestrado. CRISTINA MACHADO - Sem o crivo da ciência, acho que é possível, é inclusive o que eu defendo, mas sem discussão com a tradição filosófico-científica, não. Ainda mais um saber tão enraizado na cultura ocidental, como é o caso da Astrologia. CARLOS HOLLANDA - Sinceramente não sei. Não sei se é preciso impor esse respeito todo, se isso significa subir num pedestal. Apesar disso, obter respeito por ter suas particularidades é interessante, como o caso que você citou da medicina chinesa. ALEXEY DODSWORTH - Nosso Estado é laico em relação à religião, deveria sê-lo igualmente em relação à ciência. Quer ver um exemplo? Por que nós temos que estudar Física como matéria obrigatória no ensino médio, mas não temos matérias muito mais pertinentes para a população em geral, como noções de economia doméstica ou uma matéria sobre relações humanas? Deveríamos falar de amor no ensino médio, falar de enamoramento, de paixão. Pior: e por que temos matérias obrigatórias? É porque nós vivemos ainda dominados pela mentalidade positivista. Por mim, o ensino médio seria o momento certo para investir nos interesses naturais dos estudantes. Se o garoto curte Literatura, por que ele tem que ser submetido a um estudo tão aprofundado de Matemática (e vice-versa)? Nada impede o aprendizado de coisas básicas, mas nada justifica que o ensino médio seja tão desprazeroso para um adolescente. Veja bem, eu não acho que tenha que jogar o bebê fora com a água da bacia. A ciência moderna nos trouxe muitas coisas boas. Me preocupa, contudo, quando algo se torna hegemônico. E me preocupa mais ainda perceber que muitos astrólogos querem apenas “emular” os mecanismos dominantes, transformando a Astrologia numa coisa que é muito menor do que ela é. A regulamentação da profissão de astrólogo, por exemplo. Ela é uma necessidade efetiva, ou não passa de reserva de mercado? Qual a intenção que norteia este desejo? Eu sou muito desconfiado destes discursos higienizadores. Para mim, tudo isso não passa de desejo de poder – não do poder enquanto verbo, mas do lugar de poder: a presidência do Conselho, os rococós bur(r)ocráticos dos currículos obrigatórios e definidos a priori e à revelia dos naturais interesses do estudante, o diploma cafona pendurado na parede, tudo igualzinho à forma como tudo já é executado em nosso sistema que, convenhamos, tem algo de levemente decadente. CARLOS HOLLANDA - Uma questão que me parece ser muito relevante é atingir resultados, mas talvez ela me pareça assim devido à minha tendência ao empirismo. Que paradoxo: um astrólogo cheio de estudos metafísicos que se diz empirista! Mas entendo por empirismo a possibilidade de aplicação de um conhecimento que se diz válido. Se ele pode ser aplicado e obtém resultados, estou dentro. ALEXEY DODSWORTH - Eu sou da esquerda astral. Não é a Astrologia que precisa de validação científica. É a ciência moderna, ela inteira, que precisa repensar seus paradigmas e passar por transformações. E veja: digo isso inclusive na qualidade de estudante de graduação em Astrofísica, o outro curso que faço na USP. Não tenho “antipatia” pelo método científico, na verdade sou apaixonado por ele. Mas sei os limites do método. E sei que faria um enorme bem para a ciência se os cientistas finalmente entendessem que nem tudo tem que ter o sagrado aval da ciência, como se os escritos científicos fossem bulas papais. Por outro lado, sei bem como aprender coisas mínimas de metodologia científica seria importante para os astrólogos. É preciso encontrar uma medida razoável para estes extremos. Se o ambiente é muito racional e científico, eu “esoterizo”. Se é muito místico, me baixa o cientista cético. É de propósito. CARLOS HOLLANDA - Mas não creio que seja preciso largar de mão a busca por cientificidade. Isso seria tornar-se ainda mais parcial e não é solução para o problema. Acredito mais nas múltiplas possibilidades: num primeiro momento, não forçar tanto a barra para ser visto como científico, mas continuar observando, catalogando, analisando e formando um corpus teórico na medida do possível para o instrumental de que dispomos. EDIL CARVALHO - Reconheço que a Astrologia é um saber de status diferenciado; contudo, não sei se este status pode ser medido pela diferença que ela a princípio parece ter com os saberes ocidentais, sobre os quais pesa a acusação – é preciso lembrar – de racionalidade. A Astrologia, por mais que tenha tido suas raízes em augúrios e presságios, sempre teve por referência o céu, o sistema solar que, por conta da sua regularidade, foi tomado a partir de determinado momento da história como emblema da própria racionalidade do cosmos. Aliás, temos que lembrar que um dos nomes que a Astrologia carregou durante Idade Média foi o de mathesis universalis, e que até determinado período da Renascença era mais do que normal que um professor de astronomia e de matemática fosse ao mesmo tempo astrólogo - caso inclusive de Galileu, que lecionou matemática na universidade de Pádua e calculou mapas astrológicos. Sendo assim, se o sistema solar é racional por conta da sua regularidade, e se a Astrologia tem por base o sistema solar, como poderia ser a Astrologia irracional? Como ela poderia, pois, ser diferente dos saberes ocidentais que são caracterizados como “racionais”? Isto me leva a crer que ambas comungam de uma mesma racionalidade, muito embora a Astrologia pareça ser esse saber híbrido que:
Esse hibridismo, talvez, seja a fonte de diversos mal entendidos que giram em torno da Astrologia – mal entendidos, é claro, que só serão sanados com o auxílio da reflexão e da razão.
HELENA AVELAR - De facto, a Astrologia é um conhecimento diferenciado, anterior à ciência (no sentido atual do termo), pelo que não é justo, nem inteligente, “forçá-la” a conformar-se com os padrões ditos “científicos”. Estes padrões estão, aliás, em constante mudança e reformulação. Por outro lado, há que ter em conta que alguns praticantes defendem essa ideia de “chutar o pau da barraca” apenas para fugir à necessidade de se explicarem de forma correta e organizada. Em Portugal (e suponho que também no Brasil) há muito quem justifique tudo através de uma suposta intuição e de um suposto holismo, que nada mais são do que desculpas para a ignorância e a incoerência. EDIL CARVALHO - Ademais, se a Astrologia é um saber de status diferenciado justamente por fazer parte de um paradigma diferente do hegemônico no Ocidente, eu me pergunto: tal diferença vai ser esclarecida e bem compreendida com a faculdade do sentimento, da intuição ou da razão? Aliás, me pergunto isso justamente porque se acusam os conhecimentos ocidentais de padecerem de um racionalismo doentio – sem contudo perceber que, para se chegar a tal conclusão, teve que se usar a própria razão. A razão, portanto, prostituída e vilipendiada, tem alguma importância no ato da compreensão. Isto é importante frisar, sobretudo porque o descrédito nos saberes ocidentais tem implicado o descrédito mesmo da própria razão, fazendo com que nós modernos joguemos fora a água suja do banho junto com o bebê. HELENA AVELAR - O ideal seria dar à Astrologia o seu lugar próprio, sem a forçar a conformar-se com os estritos padrões “científicos” hegemônicos (que a mutilam), mas também sem lhe roubar a coerência, as regras, os princípios imutáveis que lhe conferem dignidade e que só podem ser entendidos por quem a estuda com profundidade e por quem a pratica com seriedade. Torres de marfim e operários do conhecimento Voltar ao início: os infiltrados |
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