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Um olhar brasileiro em Astrologia
Edição 12 :: Junho/1999 :: -
[Arquivos de Constelar - Republicado: fevereiro/2007]

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Marte, sexualidade frustrada e atitudes distorcidas

A competitividade pela atenção começa a funcionar como um distorcedor de Marte. Por isso, usamos Marte muitas vezes como um agente de agressividade, competição, atitudes distorcidas, tonus inadequado, sexualidade pervertida ou frustrada e tudo mais, porque o Sonho do Planeta muitas vezes não tem a vibração sintonizada com nossa Natureza Essencial.

O sonho exterior captura nossa atenção e nos ensina em que acreditar, começando com a linguagem que utilizamos. A linguagem é o código para entendimento e a comunicação entre os seres humanos. Cada letra, cada palavra em cada linguagem é um acordo. (...) Uma vez que se compreenda o código, nossa atenção é capturada e a energia é transferida de uma pessoa para outra.

Bem demonstrado neste parágrafo o condicionamento de nosso Mercúrio. Na verdade, toda a casa III está envolvida na questão: seu regente, os planetas que estão lá, o signo da casa III etc.

Esquerda: capa da edição americana do livro The Four Agreements, de Don Miguel Ruiz. Outras ilustrações desta página são ampliações de detalhes da capa.

Podemos considerar que, por ser a IX da VII , a casa III corresponde ao "conhecimento do outro" e, por ser a VI da X, corresponde ao método, aos rituais que o mundo externo utiliza para se manifestar. Curiosamente, este método através do qual o mundo cristaliza-se em nossa vida é o discurso, a palavra, o mundo das idéias, os padrões de descrição e elaboração mental da realidade. Isto torna o "mundo exterior em nós" uma idéia, uma descrição.

Essas conotações da casa III mostram bem o mecanismo da imposição e de como acabamos utilizando nossa inteligência, discurso e capacidade de expressão como um mecanismo condicionado para alimentar constantemente através das explicações o Sonho do Planeta, que na verdade é um grande discurso, um imenso blá-blá-blá.

Os acordos são estabelecidos, ou melhor, são impostos à mente da criança, e só resta a nós entender o mundo através dos códigos que nos foram impingidos.

Não foi sua escolha falar português. Você não escolheu sua religião e valores morais - eles já existiam antes de você nascer. Nunca tivemos a oportunidade de escolher em que acreditar ou não acreditar. Nunca escolhemos nem ao menos o menor desses acordos. Não escolhemos ao menos nosso próprio nome.

É interessante observar que os valores que se estabelecem em nosso ser Lunar, e que se expressam e são absorvidos através de Mercúrio, contêm uma série de referências e argumentos para se "auto-alimentarem".

Podemos perceber isto exatamente agora, quando nos perguntamos: "quem disse que este D. Miguel está certo? De onde ele tirou esta idéia maluca de Sonho do Planeta? Então não existe realidade? Etc, etc..."

Os contra-argumentos mercurianos, dentro do modelo do Sonho do Planeta, são sempre negar qualquer evidência deste próprio sonho, dizer que é coisa de maluco, que não é "científico"; e nesta contra-argumentação, percebemos o quanto a função mercuriana é uma expressão, uma extensão da atividade lunar, pois são os condicionamentos mais profundos e inconscientes que oferecem os argumentos que utilizamos para justificar a manutenção de qualquer coisa, até o sofrimento, até a acomodação no estado de não sermos nós mesmos e sim o "desejo", a ração, o alimento mantenedor do Sonho do Planeta, aquele que foi sonhado há muito tempo antes de nós, e que nos continua possuindo.

Quando crianças, não tivemos oportunidade de escolher nossas crenças, mas 'concordamos' com a informação que nos foi passada sobre o sonho do planeta por intermédio de outros seres humanos. A única maneira de armazenar informações é por acordo. O sonho exterior pode captar nossa atenção, mas se não concordarmos, não armazenamos essa informação. Assim que concordamos, 'acreditamos', e isso é chamado de fé. Ter fé é acreditar incondicionalmente.

Somente acreditamos e fazemos este acordo porque a sobrevivência física depende disto! Só nos é dada a ração, o leite, o pão, o afeto, o reconhecimento, se aceitarmos o acordo, e é assim que se subjuga a criança dentro de nós, é assim que se condiciona a função lunar para que ela seja uma expressão de um sonho que não é o nosso. O dispositor da Lua (o planeta que rege o signo onde a Lua se encontra, sua casa e signo) representa as condições e o mecanismo de imposição de um modelo formativo da personalidade. São os termos do acordo, as cláusulas do contrato que, se não aceitarmos naquele momento, sugerem os primeiros castigos, as primeiras perdas, a primeira dor. Só nos resta concordar então.

Crianças acreditam em tudo o que os adultos dizem. Concordamos com eles, e nossa fé é tão forte que o sistema de fé controla todo o nosso sonho de vida. Não escolhemos essas crenças, e poderíamos nos ter rebelado contra elas, mas não tivemos força suficiente para realizar essa rebelião. O resultado é ceder às crenças com nosso 'consentimento'.

As crianças acreditam, ou seja, dão um crédito, porque elas não tem ainda conhecimento da mentira. A gente dá um crédito quando não tem convicção de nada, e a convicção é um estado de quem tem conhecimento. Apenas quando temos "conhecimento" real de algo, podemos agir com convicção, em vez de agir com fé.

Por isso, a maioria das religiões institucionalizadas - aliás, a maioria das instituições, sejam econômicas, políticas, familiares, sociais ou religiosas - tem interesse em que as pessoas acreditem em seus dogmas e verdades, pois só com fé a gente pode aceitar certas mentiras que, por exemplo, os políticos e economistas contam para manter seu Sonho de Poder, uma das maiores características do Sonho do Planeta. A mesma fórmula é usada com as crianças por pais que acreditam neste sonho, que têm fé nele, pois quem tem sabedoria, tem também convicção, e raramente seria conivente com o sonho dos outros, com a ilusão.

Para rebelar-se é necessário o Conhecimento das Leis Naturais, é necessário sair da ilusão do Sonho do Planeta, do Maya, e agir com Convicção.

Para isto a Astrologia pode ser muito boa. Mas infelizmente nós (astrólogos) também fomos convencidos na infância de que o bom e o certo é o Sonho do Planeta, e nossos conseqüentes Sonhos Pessoais.

Por isso a Astrologia acadêmica e "tradicional" é apenas um instrumento para alimentar a grande ilusão e manter-nos atrelados a ela, talvez até felizes dentro dela.

Todo o discurso astrológico é sustentado pelas nossas crenças, pela idéia de que o que vemos e sentimos é a realidade verdadeira. Aprendemos a acreditar que o mundo é o que nos descreveram na primeira infância, e não concebemos outra possibilidade. Intuímos que existem outras dimensões, que existe uma "realidade" possível além de Saturno, além da estrutura visível e palpável, mas insistimos em reduzir esta "realidade" a denominadores comuns atrelados à manutenção do Sonho do Planeta, e acabamos por usar a Astrologia como um recurso adicional para reforçar este Sonho, em nós e nos outros.

Na domesticação de seres humanos, a informação do sonho exterior é conduzida para o sonho interior, criando nosso sistema de crenças. Primeiro a criança aprende o nome das pessoas e das coisas: mamãe, papai, leite, garrafa. (...) O sonho exterior nos ensina a ser um ser humano. Temos um conceito completo sobre o que é uma "mulher" e o que é um "homem". Também aprendemos a julgar: julgamos a nós mesmos, julgamos as outras pessoas, julgamos os vizinhos.

Os conceitos que nós humanos desenvolvemos do que é uma "mulher" ou um "homem", por exemplo, são representados genericamente pelo Sol e pela Lua em nosso horóscopo. Daí que tudo que dizemos sobre o Sol e a Lua em termos de descrição de Pai, Mãe, masculino e feminino, está condicionado ao que o Sonho do Planeta nos ensinou, está vinculado aos conceitos de uma realidade que não é real. Daí que de pouco ou nada servem - ou servem apenas à manutenção do Sonho.

Mas percebam como é complicado nos atrevermos a questionar as definições que damos a Sol e Lua no horóscopo. Estamos tão submersos no Sonho tão lógico e coerente que nos foi imposto que se torna inconcebível e tremendamente arriscado nos atrevermos a afirmar que talvez o Sol e a Lua possam ter outros significados além daquele aceitável dentro do plano do Sonho. Quem se arrisca?

O "julgamento" que fazemos é na verdade uma projeção do significado dos símbolos como eles se manifestam em nós, vinculados aos condicionamentos. Isto serve tanto para a descrição astrológica das configurações, dos signos e símbolos no horóscopo, quanto para a percepção que cada um de nós tem de si mesmo.

O Julgamento na verdade é uma projeção de expectativas, e a manifestação do simbolismo astrológico em nossa vida comum é manifestada e potencializada pela expressão de expectativas representadas por esses mesmos símbolos. Isto cria o mecanismo chamado "projeção".

O outro e a separatividade



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