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olhar brasileiro em Astrologia
Edição 121 :: Julho/2008 :: - |
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ASTROTESTE: GENTE QUE VALE UM MAPADouglas Carrara, o militante da utopia
Nesta seção, você vai conhecer pessoas que, por viveram intensamente configurações do próprio mapa, acabaram fazendo a diferença em suas respectivas áreas de atuação. Com base na biografia, você pode escolher entre três mapas e depois conferir a resposta certa. O mapa desta edição é do antropólogo, poeta e professor de botânica Douglas Carrara, um cientista que decididamente não nasceu para trabalhar num gabinete. Nos anos 80, quando ainda não havia internet e a editoração eletrônica apenas engatinhava, lançar um livro independente era uma aventura bem mais complicada do que nos dias de hoje. Douglas Carrara fez isso e um pouco mais: criou uma editora completa e todo um sistema de distribuição por reembolso postal que chegava a qualquer parte do Brasil, atendendo a centenas de leitores. Dependendo do gênero do material, até que driblar as grandes editoras poderia ser um bom negócio. Mas o que Douglas vendia? Apostilas para concursos da Receita Federal? Livros de auto-ajuda? Não, nada que tivesse saída fácil. A especialidade de Douglas era a velha e maltratada poesia, produzida por autores de todas as regiões do país, tão criativos quanto desconhecidos. É claro que não podia dar lucro. Mesmo assim, o empreendimento durou mais de seis anos e representou a única alternativa real para que muitos literatos pudessem tirar a obra do armário. Foto: Douglas durante manifestação de rua em protesto contra o resultado de um prêmio literário em 1988. Além da distribuição via correio, Douglas tocava com a esposa Jania um ponto de venda de livros independentes no Rio de Janeiro, ao mesmo tempo em que organizava happenings ao ar livre em locais de grande movimento. Sempre atrás de algo mais do que o cotidiano estéril e sem perspectivas, Douglas considerava a oralidade fundamental para a expressão da poesia. Foi por isso que, como um jogral da Idade Média, assumira desde os anos 70 sua dimensão de poeta declamador, participando de um sem número de eventos coletivos. Em 1980, lá está ele no centro do Rio de Janeiro, recitando em plena praça e organizando "varais de poesia". Na época, poetas tiveram de enfrentar a Polícia Militar para poder ganhar no grito o direito de falar. Alguns artistas, inclusive, apanharam muito por isso. Não eram raras as tentativas de intimidação, como bombas em bancas de jornais ou apreensão de material literário. A partir de 1983, participando da organização do projeto Passa na Praça que a Poesia te Abraça, Douglas enfrentou situações inusitadas: em Duque de Caxias, por exemplo, membros de uma seita evangélica chamavam a polícia para impedir que os poetas se apresentassem na Praça do Pacificador. Mas brigar pelo próprio espaço nunca intimidou Douglas Carrara: antropólogo por vocação, formado em 1976 pela UFRJ, e durante trinta anos funcionário do Banco do Brasil por necessidade, transfere-se para Magé, no interior do estado, com o objetivo de pesquisar o pensamento dos praticantes e usuários da medicina popular de áreas rurais e periféricas. Dedica-se ao estudo de antropologia, botânica, medicina homeopática e alopática e obtém apoio da Fundação Oswaldo Cruz para a pesquisa "A Lógica da Medicina Popular". Com isso investiga minuciosamente o pensamento dos mateiros, raizeiros, rezadores, umbandistas e parteiras existentes na região. Em 1984, obtém Menção Honrosa no Concurso Sílvio Romero, promovido pelo Instituto Nacional de Folclore, com a monografia "Possangaba - O Pensamento Médico Popular", na qual expõe o resultado das pesquisas. Passaram-se dez anos e nenhuma das grandes editoras se anima a publicar o texto. O que faz Douglas? Abre uma pequena editora chamada Ribro Soft e publica o livro por conta própria - como poderia ser de outra forma? Um poeta e cientista social com vários livros publicados e dono de sua própria editora: para muita gente já seria suficiente, mas não para Douglas Carrara. O inquieto antropólogo cultiva ainda um lado "Indiana Jones", que se revela em diversas aventuras. Em suas pesquisas botânicas, já explorou cantos pouco conhecidos da Amazônia, o que lhe rendeu uma detenção pela Polícia Federal, por suspeita de tráfico. Em outra ocasião, Douglas arrumou uma kombi no interior da Bahia e, como precisava levantar recursos para as despesas de viagem, passou a fazer "lotação" em pleno sertão. Entre seus passageiros, alguns perigosos jagunços - que, com um particular senso de ética, faziam questão de pagar o transporte até o último centavo! E as atividades não param por aí: Douglas também é ecologista, tendo participado da fundação da Associação Mageense de Defesa do Meio Ambiente (AMMA), em Magé (RJ). Membro do Partido dos Trabalhadores desde a primeira hora, foi candidato a Deputado Estadual pela legenda, nos anos 80. Já nos anos 90, inicia a coordenação do Projeto Naturo-Data, um gerenciador de banco de dados completo, que possibilita o cruzamento de informações confiáveis sobre plantas brasileiras, doenças mais comuns, intoxicações, fármacos comercializados, sintomas, e, com isso, a possibilidade de gerar diagnósticos e monitorar os pacientes, com posologia adequada e acompanhamento estatístico. Acabou? Quase. Faltou dizer que Douglas, mais recentemente, também andou pelo México, onde pesquisou movimentos sociais e de onde voltou para divulgar no Brasil o ideário do movimento zapatista de Chiapas. Atualmente é professor de antropologia médica, botânica sistemática, fitoterapia e medicina popular em diferentes escolas, no Rio de Janeiro e Niterói. Também mantém a Biblioteca Chico Mendes, participa de um movimento pela humanização da medicina e ainda fica furioso quando lembra a história da perda do programa de rádio Raízes da Terra, que mantinha numa emissora de Maricá. Aos 65 anos, Douglas tem uma trajetória de vida variada e íntegra, e muita disposição para enfrentar novas polêmicas. Provavelmente, a frase que melhor o define é a mesma que ele usava como lema de sua Banca Nacional da Literatura Independente: "Independência se conquista!" Qual é o mapa?Seguem-se três mapas. Um deles é o do antropólogo Douglas Carrara. Agora, que você já tem todas as dicas, faça sua escolha e clique no mapa para confirmar! Mapa 1 - Sol em Gêmeos, no Meio do Céu, conjunto a Urano e Mercúrio e em trígono com Netuno. Ascendente em Leão. Lua em Aquário, oposta ao Ascendente. Oito planetas acima da linha do horizonte. Será este o mapa de Douglas Carrara? Mapa 2 - Sol em Áries, na casa 6, oposto a Netuno na cúspide da 12. Lua em Sagitário, no final da 1, oposta a Urano e Saturno na 7. Ascendente em Escorpião. Grande Trígono envolvendo Lua, Sol e Plutão em signos de Fogo. Será este o mapa de Douglas Carrara? Mapa 3 - Sol em Virgem, na casa 8; Ascendente em Aquário; Lua em Escorpião, na casa 10, oposta a Urano. Quatro planetas em Virgem, dois em Gêmeos. Nove planetas no hemisfério ocidental. Será este o mapa de Douglas Carrara?
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