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Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 114 :: Dezembro/2007 :: - |
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A VIDA E O MAPA DA GRANDE PINTORA MEXICANAFrida Kahlo, a força visceral da dor
O segundo abortoJá o segundo aborto foi no dia 4 de julho de 1932. Foi um aborto espontâneo. O médico tinha incentivado que tentasse manter a gestação até o fim. Por isto, como este bebê tinha sido muito desejado por ela, perdê-lo levou-a a uma profunda depressão - ficou 13 dias no hospital após o aborto. Observe a revolução solar dela em 1931: Frida Kahlo, Revolução Solar de 1931 - Cidade do México. - Vênus regendo a V, ocupando a casa I quadrada com a Lua na X - some-se a isto que Vênus na revolução transitava na conjunção natal com Plutão e que a Lua na revolução transitava na VIII, fazendo conjunção com Saturno, ativando mutuamente a quadratura natal;
Frida Kahlo, Revolução Solar de 1932 - Cidade do México. - o mesmo stellium canceriano da revolução anterior continua na oposição com Saturno... E, no dia do aborto, a conjunção canceriana da Lua, Plutão e Sol acionava a conjunção Mercúrio / Júpiter da revolução... Porém, o ano de 1932 ainda lhe trouxe outra perda significativa: no dia 15 de setembro, sua mãe (que tinha câncer de mama e acabara de sofrer uma operação de vesícula dois dias antes), faleceu. Frida perde a mãe: trânsitos para o dia 15.09.1932. O fato de perder a mãe e abortar pela segunda vez acabou gerando uma tela que foi nomeada Meu nascimento. Nessa pintura a óleo, a artista imagina como teria sido o parto do qual ela havia nascido, ligando a cena ao seu trauma quando sofreu os abortos. A cabeça da mãe de Frida encontra-se coberta por um lençol, em alusão ao fato de que sua genitora falecera no período em que ela pintava esse quadro - uma Frida morta é dada à luz por uma mãe, também sem vida, sobre uma cama que está ficando encharcada de sangue... De novo, a Revolução Solar
de Frida para 1934, ano em que desiste
Diante disto, Frida aciona sua conjunção capricorniana na quinta casa: "pintar completou minha vida. Perdi três filhos e uma série de outras coisas que teriam preenchido minha vida pavorosa. Minha pintura tomou o lugar de tudo isto. Creio que trabalhar é o melhor." O libelo final"Talvez todos os dragões de nossa vida sejam princesas que aguardam apenas o momento de nos ver um dia belos e corajosos. Talvez todo o horror, em última análise, não passe de um desamparo que espera o nosso auxílio ... " (Rilke)
Entretanto, esta atitude altiva foi-se desvanecendo à medida que Saturno atravessava o seu signo solar. Na revolução solar de 1944, já notamos Saturno a 1º de Câncer, o qual vai transitar por toda a conjunção planetária natal do mapa de Frida nos próximos dois anos e meio. A precariedade de sua saúde aumenta e, significativamente, ela começa a escrever um diário. Apesar da agonia, das mais de 30 operações a que se submetera ao longo da vida, na tentativa de melhorar suas condições de saúde, ainda mantinha a fé na cura (Sol-Netuno), mesmo que remota. Por anos, espera com angústia, mas espera. Este sonho deu-lhe alento para continuar vivendo e acabou sendo sintetizado num verso de uma canção preferida, que se tornou o seu lema: "Árvore da esperança, mantém-te firme!". Este verso, inclusive, foi o título de uma tela de 1946, na qual há duas Fridas. Uma delas está deitada de lado sobre uma maca, nua, com cabelos soltos, mostrando sua coluna machucada, sob o sol escaldante num deserto seco e com o solo cheio de rachaduras. A outra está no mesmo cenário, só que sob a luz lunar. Ostenta um colete de coluna numa das mãos e uma bandeira onde se lêem os versos da canção-título. Aparece sentada na beira da mesma maca, vestida de vermelho. Como pode-se observar, a medida que Saturno avança
no signo de Câncer e ingressa em Leão, Plutão (que
também estava transitando neste signo na casa XII do mapa natal
de Frida) vai-se aproximando perigosamente do Ascendente natal. Em efeito-cascata,
ela começa a sofrer uma série de infecções
e seqüelas:
Depois da amputação da perna, a depressão aumentou. Talvez a proximidade de Plutão ao Ascendente leonino estivesse sendo insuportável demais. Em fevereiro de 1954, chegou a escrever no diário que queria matar-se, porém seu amor por Diego a impedia. (Neste auto-retrato, colocou a morte na testa). Frida Kahlo, Revolução Solar de 1954 (uma semana antes de sua morte). Mesmo assim, Frida não perdeu o tom dramático e romântico de seu gestos, até nos últimos momentos de vida. No dia 13 de julho de 1954, no meio da noite, chama Diego e dá um presente inusitado ao marido: um anel comemorativo dos 25 anos de casados (considerando-se todas as idas e vindas desde 1929). Diego protestou dizendo que ainda faltavam duas semanas, mas Frida insistiu na comemoração. Naquela mesma noite, veio a falecer. As causas do óbito não são claras, já que não foi feita uma autópsia. Sabe-se que tomou uma dose maior de remédios do que aquela prescrita pelos médicos. Suspeita-se de suicídio. As últimas linhas de seu diário são enigmáticas: "Espero alegre la salida y espero no volver jamás."
Morte de Frida: Trânsitos para 13.07.1954. *** ASAS E AZARES Voar com a asa ferida? (Paulo Leminski)
*** (Frida foi cremada, conforme seu desejo. Diego guardou as cinzas numa urna pré-colombiana, pedindo expressamente que, quando morresse, fosse também cremado e que as cinzas fossem colocadas junto às de Frida. No entanto, por ocasião de sua morte, a mulher atual e as filhas desrespeitaram sua última vontade, expressa inclusive em testamento. Acreditaram que seria melhor para o país se ele fosse enterrado na "Rotonda de hombre famosos", na cidade do México.) Outros artigos de Lúcia Torres. |
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