Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 114 :: Dezembro/2007 :: - |
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ANNA MARIA COSTA RIBEIROA mulher dos quatorze livros
O editor de Constelar entrevista Anna Maria Costa Ribeiro, autora de quatorze livros e diretora da Escola Urantia, no Rio de Janeiro. Definindo-se como "uraniana jurássica", a astróloga carioca comemora 22 mil clientes - e todos com mapas calculados à mão. Como começou seu envolvimento com Astrologia? Começou em 1979, quando auspiciosamente peguei uma hepatite e tive que ficar um mês em casa. Um mês de dedicação de 12 horas diárias a mergulhar em Astrologia. Uma amiga trouxe-me um livro do assunto e eu, que até então vinha de uma educação supertradicional (Colégio Jacobina, etc), maravilhei-me com as novas perspectivas de olhar as pessoas. Continuo maravilhada até hoje. Afinal, é fantástico decifrar os mais de 6 bilhões de chips que a humanidade tem implantados, na forma de mapa astral. Nos anos 70 e 80, que astrólogos brasileiros influenciaram sua formação e seu estilo de atendimento? Nenhum astrólogo me influenciou, porque, à época, não os conhecia. O que me influenciou foi penetrar nos mistérios da Astrologia e, conseqüentemente, na história da humanidade. Decididamente, sou uma pessoa de interesse no coletivo. Você tinha uma vida profissional organizada e a Astrologia entrou como segunda atividade. Quando você se deu conta de que a Astrologia passara a ocupar o primeiro lugar? Antes da Astrologia, eu era jornalista, funcionária pública do atual Ministério da Saúde. Aposentei-me no governo Collor e devotei-me, "fullíssimo" time, às ciências ocultas, a partir da Grande Mãe Astrologia, e só pararei se e quando ficar gagá. Quantos livros você publicou até hoje? Até hoje, escrevi 14 livros. No entanto, os dois últimos estão aguardando publicação por editoras. Caso elas não queiram, farei por conta própria. São eles: Conhecimento da Astrologia Médica e Psíquica e Conhecimento da Astrologia Mundial, Vocacional e Empresarial. Ambos com umas 400 páginas e com informações dadivosas para os estudantes e profissionais. Qual deles teve um processo de elaboração mais prazeroso pra você? Nenhum dos meus livros me deu maior prazer. O prazer é contínuo. Quando escrevo um livro, geralmente estou num trânsito planetário condizente. Mergulho nele e tudo se torna um prazer e uma extensão cósmica-terráquea. Por exemplo, quando escrevi Astrologia, Alcoolismo e Drogas (e trabalhei na Clínica Vila Serena, como voluntária, durante uns 8 meses), estava num trânsito de Netuno com Lua. Qual o mais pedido até hoje? Conhecimento da Astrologia, pois é um manual didático para o principiante. Mas eles não sabem o que estão perdendo com as informações de prática astrológica que estão nos demais, inclusive nos não didáticos, mas de expansão de consciência na interpretação astrológica . Qual o melhor negócio? Escrever para uma grande editora e receber direitos autorais na forma convencional? Ou editar e comercializar o livro por conta própria? Sempre é melhor escrever para uma editora, em face de maior amplitude de divulgação. No entanto, as editoras preocupam-se com o retorno financeiro imediato, e os meus livros, além de não seguirem a linha popular, são grandes. Raros são pequenos. Escrevo para o conhecimento da Astrologia, que sem dúvida, será indispensável no século XXI e demais. Não escrevo como negócio, mas como divulgação de uma sabedoria. É minha intenção deixar uma obra completa de Astrologia para os atuais e futuros interessados em Astrologia, mas uma obra séria e profunda. Editoras já me sugeriram escrever popularmente, o
que nada mais é do que uma repetição de pouca importância.
Para isso há outros autores. Sou uma divulgadora do conhecimento
com a intenção de abrir novos caminhos e perspectivas para
os colegas humanos. Nem sempre as editoras se interessam por isso. Agora
mesmo, estou aguardando quem se manifestará para a publicação
daqueles dois últimos livros citados. Alguma proposta? Diga-se,
de passagem, que ambos são didáticos e modernos, verdadeiros
compêndios. Vários livros me impactaram, já li mais de 700 livros de Astrologia. A maior riqueza é o conhecimento que fica. Cada um conforme a sua época. Só não me interessam os tais populares, embora os ache bastante úteis para despertar a curiosidade e levar a um interesse maior. Lembro que, em 1981, você me recomendou, como leituras essenciais, o livro de Margaret Hone, "The Modern Text Book of Astrology", além da obra de Stephen Arroyo e Dane Rudhyar. O que você recomendaria hoje a um estudante principiante? Recomendo
hoje os meus livros, claro! Meus alunos, por conhecerem-nos, têm
uma maior amplitude de aplicação. Você já os
leu? Não me rendi à modernidade do computador.
Continuo jurássica, como boa uraniana (o antigo e o moderno). Faço
todos os cálculos à mão. E como já fiz mais
de 22.000 mapas, sou mais rápida que o computador. E posso corrigir
eventuais micos do computador, além de dar aulas de cálculos
de mapas e de previsões, no meu curso. Uso o sistema de casas Placidus, porque é o mais fácil para comprar livros (quando ensino cálculo à mão) ou Koch, que gosto bastante. Qualquer sistema deve ser testado com o cliente. Como você costuma conduzir a consulta e a relação com o cliente? Na interpretação, costumo perguntar o motivo pelo qual o cliente veio e aí dirijo para esse assunto, conforme ele se manifesta no mapa. A maioria dos meus clientes vem com casos difíceis e situações complicadas, importantes. Então, não adianta ficar discutindo detalhes que não interessariam no momento. Quando a pessoa vem para autoconhecimento geral, sigo as informações dos aspectos dos planetas pessoais, Ascendente e Meio-Céu. Para quem diz "conte-me tudo, não me esconda nada", costumo dizer: então, ou você vai estudar Astrologia ou volta aqui um milhão de vezes... O que mais você sempre usa na leitura do mapa, além dos luminares e planetas? Você usa nodos, partes arábicas, vértex, east point, Lilith, asteróides, Quíron ou planetas transplutonianos, como Éris? Uso os nodos lunares, o resto é o resto. Éris
é uma pesquisa futura que tem a ver, exclusivamente, com o coletivo
da Terra. Anna Maria também foi entrevistada por Robson
Papaleo no Tenho alunos de várias idades, dos 15 aos 80 anos. Talvez o que falte para atrair alunos mais novos é demonstrar o real valor da Astrologia e não o lado popular. Como se sabe, a Astrologia, antigamente, era estudada pelos eruditos, sábios, conselheiros. Quando chegou aos camponeses é que se tornou popular e hoje é vista como mais um tipo de comercialização barata. Não é meu caso. As pessoas de maior conhecimento e desejo de ter um papel no mundo não se interessam por superficialidades. Entramos em grandes livrarias atualmente e não encontramos quase nada de Astrologia. Os títulos são poucos e estão quase todos na linha da auto-ajuda ou da Astrologia popular simplificada. O que podemos fazer para tornar o livro de Astrologia - especialmente o de autores brasileiros - fisicamente acessível ao leitor? Não há livros bons nas livrarias, nem os meus,
porque as editoras não se interessam por publicá-los. Só
querem o mercado rápido e que não educa as pessoas. Conhecer
Astrologia é um privilégio tão grande quanto ter
uma boa educação. Talvez seja uma verdade inconveniente.
Por isso, talvez eu tenha que imprimir os meus livros e eles terão
uma divulgação reduzida, infelizmente só para alguns
sortudos e antenados. Faço parte da Comissão de Currículo de 2005. Claro que a minha escola URANTIA, além de seguir o currículo, ainda o aumentou, conforme as necessidades e modernidades da época. O curso médio dura 3 anos, o curso superior entre 4 e 5 anos, dependendo das novas extensões. Aulas uma vez por semana. Quem tem pressa, faz duas vezes por semana e acaba na metade do tempo. O que você está
pesquisando atualmente? Há algum próximo livro saindo do
forno? |
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