Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 114 :: Dezembro/2007 :: - |
|
|
Novidades em mapas do Brasil Um link direto para os vinte mapas mais recentes Em breve: uma nova versão de Mapas do Brasil. |
A VIDA E O MAPA DA GRANDE PINTORA MEXICANAFrida Kahlo, a força visceral da dor
Vida amorosa: sob os auspícios de uma Vênus plutônicaSim, temos um jeito muito peculiar e próprio de ir ao encontro do que o nosso mapa promete... A vida amorosa de Frida foi intensa e apaixonada, como condiz a uma conjunção Vênus-Plutão em Gêmeos, marcada por infidelidades mútuas e envolvendo, também, casos homossexuais. A exemplo de Elizabeth Taylor, anos mais tarde, Frida também se casou duas vezes (em 1929 e 1940) com o mesmo homem (Diego Rivera), e, oficialmente, a separação durou apenas um ano (1939-1940). Casamento de Frida Kahlo com Diego Rivera
- 21.08.1929, O casamento de Frida se dá aos 21 dias do mês de agosto de 1929. Diego tinha 42 anos, media 1,86m e pesava 136kg. Frida tinha 22 anos, media 1,60m e pesava somente 44,5kg. A mãe de Frida não aprovou a união ("é o casamento de um elefante com uma pomba"), dizendo que Diego era demasiado velho e gordo, além de comunista e ateu. O pai viu a possibilidade de mais alguém cuidar da saúde da filha e os amigos ficaram atônitos com a escolha. Observe que Vênus e Plutão em trânsito estavam em conjunção exata no signo de Câncer (fazendo conjunção com o Júpiter natal na XII), que o Júpiter em trânsito estava em Gêmeos, aproximando-se da conjunção natal Vênus-Plutão, que a Lua em Peixes fazia um trígono com o Sol/Netuno (aspecto, aliás, presente também no mapa do casamento, em outros signos) e que Saturno em trânsito, no signo de Sagitário, não só quadrava com ele mesmo, como estava oposto à conjunção Vênus-Plutão. O próprio Diego, que prometeu "lealdade" ao invés de "fidelidade", acabou por se envolver com várias mulheres ao longo do casamento, inclusive com a cunhada mais nova, Cristina (em 1934), o que acabou por provocar o divórcio (em 6 de novembro de 1939).
Note que a Revolução solar de 1934 mostra uma Lua em Touro na III em trígono com Netuno em virgem na VIII... Nas Cartas apaixonadas de Frida Kahlo (José Olympio), encontramos frases que expressam sua dor por ter de enfrentar esta traição da própria irmã (todos os trechos a seguir são da carta de 18 de outubro de 1934, p. 64 a 67): Nunca sofri tanto e não pensei que pudesse suportar tanta dor (...), aqui no México, não tenho ninguém: tinha apenas Diego e as pessoas de minha casa, que encaram esta questão de um modo católico. As conclusões que tiraram me são tão estranhas que não posso contar com eles. Meu pai é uma pessoa magnífica, mas lê Schopenhauer dia e noite e não me ajuda em nada... Aos 27 anos, nas vésperas de sua primeira revolução de Saturno, Frida, a exemplo de tantas outras jovens esposas da época, apesar de já ser razoavelmente conhecida e famosa, ainda não tinha consciência do valor da alteridade, projetando toda a sua valia no papel conjugal: Não tenho nada porque não o tenho. Nunca achei que ele fosse tudo para mim e que, separada dele, eu fosse um monte de lixo. (...) Mas agora percebo que não tenho nada além de qualquer outra moça, decepcionada por ser abandonada por seu homem. Não valho nada; não sei fazer nada; não consigo estar sozinha. A desilusão com o marido se intensifica de forma tamanha que não resta a Frida outra alternativa a não ser tirar forças de si mesma para aprender a cuidar de si: Perdi meus melhores anos sendo sustentada por um homem, sem fazer nada além do que julgava que o beneficiaria e ajudaria. Nunca pensei em mim mesma e, depois de seis anos, a resposta dele é que a fidelidade é uma virtude burguesa, que só existe para explorar [as pessoas] e para obter lucros econômicos. (...) Sei que fui tão estúpida quanto se pode ser, mas fui sinceramente estúpida. Imagino, ou pelo menos espero, que me recuperarei pouco a pouco. Vou tentar criar vida nova, colocando minha energia em algo que me ajude a superar isto da maneira mais inteligente. Em 1935, reconciliaram-se parcialmente, fazendo um acordo de morarem juntos, mas mantendo vidas independentes. Era-lhe muito difícil afastar-se deste homem que a fascinava. Em seu diário, encontramos frases como: "tu manos me estremecieron toda" , "dame ilusión, esperanza, ganas de vivir y no me olvides", "sabes que te quiero mucho y te perdono todo lo que has hecho, te extraño y quiero que regreses conmigo" ou ainda "aqui estoy para perdonarte, aquí estoy para amarte y tu ¿donde estás, Diego, donde estás?" Diego no meu pensamento é um dos inúmeros auto-retratos pintados pela artista. Diego Rivera era conhecido tanto pelo talento como artista como por ser mulherengo. Em uma entrevista, descreve as mulheres assim: Por naturaleza los hombres somos unos salvajes. Lo seguimos siendo hoy en día. La historia demuestra que el primer progreso fue realizado por mujeres. Los hombres preferimos permanecer brutos, peleándonos y cazando. las mujeres se quedaron en casa y cultivaron las artes. Ellas fundaron la industria. Fueron las primeras en contemplar las estrellas y en desarrollar la poesía y el arte... Muéstrame cualquier invento que no haya tenido su origen en el deseo de servir a las mujeres. Em 1937, o casal dá asilo político a Leon Trotski e sua esposa, que refugiaram-se no México, fugindo da perseguição estalinista. A convivência estreita acabou por provocar um relacionamento amoroso entre Frida e Trotski, o qual só durou alguns meses. Em 1938, ela vai a Paris a convite de André Breton, para sua primeira exposição individual. Conhece o fotógrafo Nickolas Muray, com o qual também se envolve afetivamente. Frida Kahlo, Revolução Solar de 1939 - Cidade do México. Contudo, em março de 1939, contraiu uma forte infecção renal e teve de ser hospitalizada. Sabemos que os rins estão associados ao signo de Libra e, por extensão, podem se converter na área corporal onde ocorrem as somatizações decorrentes de problemas conjugais, por exemplo. Não era nada fácil para Frida manter esta relação de estar junto e, ao mesmo tempo, não estar com Diego. Acaba rompendo com Muray e volta para o México. Ela e Diego decidem, finalmente, dar andamento aos papéis do divórcio. No entanto, em setembro, Frida começa a sentir fortes dores na coluna, o que a leva a ficar com o corpo tracionado e em repouso. Nesta época, começa a beber em excesso. Por isto, o divórcio só aconteceu, de fato, no dia 6 de novembro de 1939, ou seja, cinco anos depois da tomada de decisão inicial. (Observe que neste dia Júpiter transitava no signo de Peixes, conjunto a Saturno na VIII e acionando a quadratura com Vênus-Plutão. Netuno em Virgem, por sua vez, também acionava esta configuração de Vênus-Plutão do mapa natal, opondo-se a Saturno (e Júpiter). A Vênus estava em oposição partil à Lua natal e o Marte angular opunha-se ao Ascendente natal). Divórcio de Frida Kahlo e Diego
Rivera - 06.11.1939, Cidade do México. Entretanto, a separação foi passageira e, um ano depois, no aniversário de Diego (8 de dezembro), eles voltam a se casar. Curiosamente, este segundo matrimônio foi condicionado por várias exigências de Frida, a saber:
(Veja o mapa do dia do casamento: Júpiter em conjunção com Saturno em Touro opostos - não por grau - à conjunção Vênus / Marte em Escorpião!) Segundo casamento de Frida Kahlo e Diego Rivera - 08.12.1940, Cidade do México. A impossibilidade de ser mãeComo se não bastassem as deformidades físicas e os tormentos afetivos e sexuais que permearam sua existência, outra ferida feminina também lhe foi outorgada: a maternidade, igualmente, lhe foi um prazer interdito. Com tantos planetas no signo de Câncer e ainda mais com uma Lua exaltada em Touro, Frida tentou várias vezes levar adiante uma gestação. No entanto, as seqüelas do acidente a impossibilitaram de levar a gravidez até o fim. Parece que a conjunção Urano-Marte, retrógrada em Capricórnio na V, oposta a sua conjunção Sol-Netuno em Câncer, não a favoreceu em nenhuma das tentativas... Frida Kahlo, Revolução Solar de 1930 - Cidade do México. O primeiro aborto foi em 1930, em razão de o feto estar em má posição (observe a revolução solar - a Lua regente da V, está em Escorpião (oposta a posição natal) e ainda envolvida numa quadratura T com Marte em Touro (conjunto à Lua natal) e Vênus em Leão (na revolução na casa VI, em trânsito na XII). Para reforçar, esta mesma Lua da revolução faz trígono com Sol conjunto a Plutão em Câncer na V. Se isto é pouco, dêem uma olhada no Saturno (revolução e trânsito...)
|
|
Atalhos de Constelar | Voltar à capa desta edição |Lúcia D. Torres - Frida Kahlo, a força
visceral da dor | A
dor e o encontro com Diego Rivera | |
Cadastre
seu e-mail e receba em primeira mão os avisos de atualização
do site! |
|
2013, Terra do Juremá Comunicação Ltda. Direitos autorais protegidos. Reprodução proibida sem autorização dos autores. |