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Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 114 :: Dezembro/2007 :: - |
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A VIDA E O MAPA DA GRANDE PINTORA MEXICANAFrida Kahlo, a força visceral da dor
Hexagrama 65Propósitos ocultos na profundidade da alma... Desde Frankl estamos buscando, de forma mais objetiva, compreender o que se revela através do absurdo em nossas existências cotidianas. Escolhas que alteram de forma radical os nossos rumos. Encontros que perturbam nossas certezas, descortinam novos sentimentos e trazem novos horizontes. Acidentes que reorientam nossos valores e reduzem nossa auto-importância. O inexorável que nos desnuda diante de tudo, deixando-nos a sós com nossa perplexidade e angústia... simplesmente Plutão, que circunstancialmente nos encontra para nos convidar a sermos nós mesmos. Às vezes, as respostas se apresentam, outras vezes, não. Resta-nos apenas a travessia, por vezes amarga, sempre solitária - saber que somos os resultados de nossas escolhas, conscientes ou não, por vezes não consola nem parece ser suficiente - , resta-nos a sabedoria do poeta: Quero lhe implorar para que seja paciente com tudo o que não está resolvido em seu coração e tente amar. As perguntas são como quartos trancados e como livros escritos em língua estrangeira. Não procure respostas que não podem ser dadas porque não seria capaz de vivê-las. E a questão é viver tudo. Viva as perguntas agora.Talvez assim, você, gradualmente, sem perceber, viverá a resposta num dia distante. (Rilke) Há algum tempo, tenho-me debruçado sobre pesquisas em astrologia médica com os trânsitos Júpiter / Plutão. Os resultados têm sido impressionantes. Parte dos estudos desta pesquisa foi apresentada na III Jornada Gaúcha de Astrologia e Transdisciplinaridade (Porto Alegre, outubro de 2007) e ela continua em andamento. O que mostro aqui é um recorte da mesma. Chamei este capítulo da pesquisa de Hexagrama 65, aludindo a poema de Leminski que, me parece, evoca o mapa (e, por extensão, a vida) de Frida: Hexagrama 65 Nenhuma dor pelo dano. (Paulo Leminski) Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón nasceu a 6 de julho de 1907, às 08:30, em Coyoacán, subúrbio da Cidade do México. Seu mapa astrológico e sua origem - familiar, social e nacional - já sinalizam as contradições e ambigüidades que matizariam sua existência, marcada pela intensidade, pela paixão e pela dor. Além do Ascendente em Leão, observa-se uma ênfase no signo do luminar noturno (Netuno, Sol, Júpiter) e duas conjunções poderosas na casa XI - Sol / Netuno / Júpiter em Câncer e Vênus / Plutão, estes últimos em Gêmeos. O Sol, conjunto a um Júpiter exaltado, aliado a uma Lua também neste estado cósmico poderiam ilustrar sua tenacidade e gana de viver, apesar de tudo o que passou. Frida Kahlo - 06.07.1907, 08h30 LMT -
Coyoacán, México Os fatos marcantes de sua vida, entretecidos pelos trânsitos (principalmente de Júpiter / Plutão) e revoluções solares, enfatizam as duas dinâmicas principais que este mapa oferece, a saber:
Em que pese que a vida desta mulher seja fascinante e complexa, vamos nos deter aqui, principalmente, nos aspectos que marcaram sua trajetória feminina a partir dos problemas de saúde, fazendo a interface com os trânsitos astrológicos do momento. Como o próprio nome de batismo já profetizava (e este artigo pretende ilustrar), o sofrimento na condição feminina mostra-se à existência de Frida desde a mais tenra idade, golpeando sua vaidade leonina e sensualidade lunar. Não obstante a etimologia da palavra Frieda (nome teutônico) significar "pacífica", em ressonância com a Lua taurina, ela, mais tarde, vai mudar a grafia do seu nome para "Frida" (nome teutônico que significa "a que protege" - bem compatível para uma canceriana com fortes colorações netunianas). Magdalena (nome aramaico: "cidade das torres") e Carmen (nome latino: "poema"), por sua vez, evocam arquétipos desafiadores, valentes, ferozes e, porque não dizer, trágicos, se lembrarmos a ópera de Bizet e o que nos foi contado acerca da enigmática mulher bíblica - bem apropriados à uma conjunção Vênus-Plutão e a um Sol oposto a uma conjunção Marte-Urano. Talvez seja interessante comentar, de forma ligeira, algumas questões de sua biografia. O pai era um judeu alemão, Wilhelm Kahl, que "espanholou" seu nome para Guillermo Kahlo quando chegou ao México, vindo da Alemanha. Já era viúvo quando se casou com uma católica fervorosa (Matilde Calderón). Frida é a terceira filha deles e, em seguida, sua mãe engravidou novamente. Recém-nascida, foi entregue a uma ama-de-leite para ser amamentada. Frida expressa o sentimento profundo de rejeição materna no quadro "Eu a Mamar" (também chamado A Minha Ama e Eu), de 1937. Sua irmã caçula, Cristina, é onze meses mais moça. Mais tarde, estas duas mulheres, a mãe e a irmã, seriam protagonistas de momentos cruciais na vida da pintora.
A efervescência do início do século XX trazia em seu bojo muitas novidades culturais e muitas lutas sociais, além da revisão de costumes, questionamentos sobre os papéis dos gêneros e dos direitos de cada um deles. Desde jovem, Frida já mostrava seu perfil transgressor e rebelde: na foto familiar, veste-se de homem e fica em pé, numa atitude de clara contestação e desafio à cultura da época (Marte conjunto a Urano em Capricórnio na V, opostos a Sol-Netuno em Câncer na XI).
Aos quinze anos, converte-se em membro de um grupo político que apoiava as idéias socialistas-nacionalistas. Alejandro Arias, seu futuro noivo, era o líder do grupo. É também nesta época que muda a maneira de escrever seu nome, orgulhosamente proclamando ter nascido em 1910. (Na revolução solar de 1922, encontramos o Ascendente em Peixes, com Netuno em Leão na V, além de uma conjunção aplicativa de Plutão ao Sol, em Câncer, na IV, trigonando com Urano em Peixes na XII). As questões sociais e políticas (casa XI superenfatizada) permeariam de forma permanente a sua existência, como demonstra a biografia. Tendo o México como berço, um país tão vibrante, passional, multirracial, palco de disputas onde a colonização espanhola (e mais tarde norte-americana) não conseguiu extinguir as fortes influências nativas (principalmente maias e astecas), Frida via espelhado ao redor suas próprias contradições internas, pessoais e familiares (Ascendente em Leão, Sol conjunto a Netuno na XI).
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