Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 07 - Janeiro/1999 [republicado em janeiro/2009] :: - |
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ASTROLOGIA COLETIVAO Brasil visto no mapa
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Raul V. Martinez |
Hoje, todo fato importante tem reflexos na economia e no comportamento das Bolsas de Valores. Isso permite utilizar a carta astrológica da Bovespa como ferramenta auxiliar no estudo de questões brasileiras da atualidade.
No mundo contemporâneo, as Bolsas de Valores são os organismos que refletem as situações econômicas dos países. Com a economia globalizada, com a agilidade dos meios de comunicação, as Bolsas de Valores existentes funcionam como se fossem partes de um mesmo organismo vivo e sensível, guardando entre elas uma relação de interdependência, com características próprias. As que movimentam valores mais elevados influenciam de forma decisiva o comportamento das menores. No entanto, variações surgidas nas menores, geradas por situações locais, também têm reflexos nas mais importantes. Tais vínculos são fortalecidos quando as Bolsas pertencem a uma mesma região de comércio. Atualmente, a integração de negociações entre as Bolsas regionais é uma tendência mundial. Esses fatos, que fazem com que as Bolsas transcendam as fronteiras geográficas dos seus países, tornam suas cartas astrológicas, quando conhecidas, particularmente importantes. Quanto maior é a Bolsa, maior é sua órbita de influência sobre as outras. Nessa organização piramidal, o vértice da estrutura, no presente, é ocupado pela Bolsa de Nova Iorque.
As variações das Bolsas comandam os investimentos, a produção e a quantidade de empregos, afetando principalmente a vida das pessoas das nações em desenvolvimento. As oscilações seguem expectativas ou resultados financeiros de empresas e de economias de nações, que por sua vez, refletem contingências políticas nacionais e internacionais, além de fatores sociais e climáticos. Disso tudo resulta ser o comportamento das Bolsas algo complexo e instável, dificultando a geração de prognósticos corretos para as altas e baixas de seus índices.
Em 1822, quando o Brasil tornou-se politicamente independente, teve início outro tipo de dependência, a de recursos financeiros externos. A carta do nascimento do Brasil como nação, a de 7 de setembro de 1822 [Fig.03], mesmo com algumas dúvidas sobre seu horário correto, permite correlacionar Marte e Plutão com a questão da dependência dos recursos vindos de fora: Marte, por reger grande parte da casa II e estar na IX, em Escorpião; e Plutão, por estar na II, em Áries, e reger grande parte da IX. Plutão e Marte estão em mútua recepção. Essas configurações concordam inclusive com o tipo do capital externo que recebemos, que, de um lado, pode ser construtivo e transformador, e de outro, violento e mortal para pequenas e médias empresas.
No Brasil, a bolsa de maior volume de negócios é, desde 1978, a Bovespa. O acompanhamento de sua figura astrológica, por trânsitos e direções simbólicas (por serem mais facilmente observáveis), apresenta ativações que refletem a natureza dos fatos que afetaram seus índices em períodos maiores. A partir de tal premissa, o presente estudo tem por objetivo mostrar que a carta da Bovespa pode ser um elemento importante em análises astrológicas de situações que afetam o país. Como veremos, essa figura apresenta ativações concordantes com fatos que marcaram a história da Bovespa, parecendo funcionar em muitos casos, por sua especificidade, melhor que a própria carta da Independência.
A primeira bolsa: a Bolsa Livre de São Paulo
[por alguns, erroneamente, considerada como sendo a Bolsa que originou a Bovespa]
A expansão do café no Estado de São Paulo, no final do século passado, passou a exigir medidas que a sustentassem e iniciativas que articulassem o capital agrícola e as empresas privadas. Contratos de mão-de-obra, transporte de mercadorias, exportação pelo porto de Santos, tudo isso requeria relacionamento mais estreito entre fazendeiros e empresários urbanos. Desta forma, empresas que se formaram na época, como a Sorocabana e a Mogiana, ou bancos, como o União e o Commercio & Indústria, passaram a atrair investimentos da elite paulistana, na forma de ações. É nesse contexto que se instala a Bolsa Livre de São Paulo, visando negociar valores mobiliários em pregão.
No dia 23 de agosto de 1890, Emílio Rangel Pestana reuniu diversos corretores, que atuavam independentemente da ação do Estado, no prédio n° 2 da rua do Rosário, hoje denominada de João Brícola, e fundaram a Bolsa Livre de São Paulo. Os pregões tinham início às 14 horas e terminavam meia hora depois.
A Fig.1, construída para às 12h [LMT], mostra que a conjunção Netuno-Plutão, que existia no dia da inauguração da Bolsa, esteve em oposição a Marte e a Lua, todos em quadratura com Saturno. Com a exceção de Marte, os demais astros dessa oposição também estiveram em quadratura com o Sol. Com tais configurações em sua carta, a Bolsa Livre teve vida curta. Foi encerrada no dia 31 de outubro de 1891, quando Saturno transitava sobre a posição inicial de Mercúrio. Astrologicamente, a Bolsa Livre de São Paulo morreu nessa data.
Fig.01 - Bolsa Livre de SP - 23.8.1890 - 12h (hora local) - 046w37, 23s35
A Bolsa que foi criada quase quatro anos após é outra instituição. É a instituição que deu origem à atual Bolsa de Valores do Estado de São Paulo, a Bovespa.
No dia 24 de janeiro de 1895, convidados pelo presidente da Associação Comercial do Estado, reuniram-se cinco dos seis principais corretores da cidade para discutir a criação de nova Bolsa de São Paulo, pois a primeira deixara de existir. Formava-se, assim, a diretoria da futura Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo, que originou a atual Bolsa de Valores de São Paulo.
No sábado, dia 26 de janeiro de 1895, às 14h30, em uma sala do andar térreo do prédio da Associação Comercial, houve o primeiro pregão da nova Bolsa. Estava nascendo a futura Bovespa.
Imagens Simbólicas do Grau Ascendente
Gêmeos 06 – À esquerda, uma mulher de aparência amável tem um livro em uma mão e uma balança na outra; à direita, um malabarista de corpo delgado e flexível faz malabarismos com destreza.
ou – Um homem segurando com a mão direita uma balança.
As imagens simbólicas do grau do Ascendente dessa figura 02, a primeira da Volosfera e a segunda do Calendário Tebaico, permitem associações com os processos de avaliação (balança) dos momentos convenientes para comprar ou para vender ações. Até mesmo os gestos dos corretores durante os pregões podem ser associados com parte da primeira imagem (os malabarismos).
Fig.02 -
Carta da Bovespa – inicialmente chamada
de Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo
1° pregão da Bovespa - 26.1.1895 - 14h30 (hora local) - 046w37, 23s35
A Fig.02, construída para o início do primeiro pregão da nova Bolsa, apresenta o Ascendente e importante agrupamento em Gêmeos (comércio), na casa I, com Júpiter também atuando na II. Esse agrupamento está em trígono com o Sol, com a Lua, com Mercúrio (regente de Gêmeos, dispositor do Ascendente e dos planetas da I) e com Vênus (regente natural da II, casa dos ganhos, do dinheiro) – todos em Aquário, na IX, permitindo vinculações com os comportamentos imprevisíveis das congêneres estrangeiras e seus reflexos, importantes, na instituição nacional.
Fig.03
Brasil – Independência
Declaração de Independência (Grito do Ipiranga)
7.9.1822 - 16h30 (hora local) - 046w37, 23s35
O Ascendente e Plutão da Bovespa [Fig. 02] estão sobre a conjunção Júpiter-Lua da casa IV da Carta da Independência do Brasil [Fig.03]. Na carta da Independência, Plutão rege a X e está na II, no início de Áries. É o significador do poder do dinheiro nessa figura. Por sua vez, a conjunção Júpiter-Lua permite associações com componentes fundamentais, básicos e transformadores da nação – envolvendo projetos (Júpiter rege a XI da Independência) e oportunidades de trabalhos (a Lua rege a cúspide da VI da Independência). A Lua, por também reger grande parte da V na carta da Independência, fornece outra concordância, própria de todas as Bolsas de Valores – a especulação, essa espécie de jogo onde alguns ganham e outros perdem quantias significativas em curtos intervalos de tempo.
Para os países, as cartas de ingresso solar em Áries são particularmente importantes. Elementos dessa figura, construída para a sede do governo, são comparados com os da carta fundamental da nação. Para o Brasil, são comparados com os da figura da Independência. Pela posição de Plutão na Fig.03, sempre se tem o Sol, nos ingressos anuais em Áries, sobre este Plutão de 1822. Isso talvez ajude a explicar nossos crônicos e centrais problemas econômicos, quase sempre ligados aos governantes (casa X).
Na figura da Independência, quais seriam hoje os significadores da Bovespa?
As observações a seguir referem-se ora à carta da Bovespa (fig. 02), ora à carta da Independência (fig. 03).
A II, casa do dinheiro, na Independência (fig. 03), tem a cúspide regida por Netuno e Júpiter; Marte rege grande parte dessa casa. Na II está Plutão, regente do Meio do Céu. Netuno está junto de Urano, regente do Ascendente, ambos na cúspide da XI.
Na carta da Bovespa (fig. 02), Plutão está sobre o Ascendente, em conjunção com Netuno, e Júpiter próximo da cúspide da II. Marte está na XII.
As Bolsas, por refletirem a economia, por permitirem ganhos ou perdas por associações, também são representadas pela VIII, casa oposta à II.
A cúspide da VIII na carta da Independência (fig. 03) é regida por Mercúrio. Este planeta está sobre ela, em Virgem, e é também regente de grande parte da IV e da cúspide da V (atividades básicas e especulativas). Mercúrio é ainda o dispositor do Sol, regente da VII (associações). Finalmente, parte da VIII é regida por Vênus.
Na carta da Bovespa (fig. 02), Mercúrio é o regente do Ascendente e dispositor de Plutão, Netuno, Parte da Fortuna e Júpiter. Mercúrio está junto de Vênus e da Lua (regente da II nesta carta).
Concluindo, pelas concordâncias observadas na figura da Independência, podem-se considerar Mercúrio e Plutão como sendo hoje os principais significadores da Bovespa.
O capítulo seguinte analisa o comportamento da carta da Bovespa, por trânsitos e/ou direções simbólicas, nas épocas em que ocorreram fatos que marcaram a história da Bovespa, mesmo antes de ser a principal bolsa do país. Todos os eventos referem-se à carta da Bovespa [fig. 02], exceto o de 1975, devidamente indicado no texto.
– Em julho de 1914 eclodiu a Primeira Guerra Mundial. Até 1917 o Brasil se manteve neutro, mas a 3 de abril daquele ano um navio brasileiro foi torpedeado no Canal da Mancha, o que levou ao rompimento com o Império Alemão. A guerra foi declarada em 27 de outubro. Na época, Marte, da cúspide da oceânica casa XII, simbolicamente dirigido (acréscimo de um grau por ano = +22°45’), ficou sobre o Ascendente.
– Passado o impacto da guerra, em 1922 – ano de grandes transformações – a Bolsa de São Paulo foi transferida para local mais nobre. Plutão, planeta do Ascendente, dispositor de Saturno na V/VI, dirigido, formava trígono com Saturno, regente da VIII.
– Em 24 de outubro de 1929 o pânico começa a se instalar em Wall Street. O crash da Bolsa de Nova York se dá no dia 29, causando a Grande Depressão Mundial. Vejamos os trânsitos para esse dia, calculados para o meio-dia, em São Paulo, e os aspectos que formam com as posições radicais do mapa da Bovespa:
Sol: 5°43’ Escorpião – conjunção com Saturno, regente da VIII;
Júpiter: 15°26’ Gêmeos, retrógrado – transitando na I (pouco antes transitara sobre Netuno, regente da X;
Saturno: 26°48’ Sagitário – oposto a Júpiter, planeta da I/II, regente da VII;
Plutão: 19°37’ Câncer, retrógrado – em quadratura com Urano, dispositor do agrupamento da IX.
Saturno e o Sol, dirigidos, formavam oposição e quadratura com Plutão, regente da VI da carta da Bovespa. É nessa atmosfera de crise internacional e interna que ocorreu a eleição presidencial de 1° de março de 1930, que levou Getúlio ao poder.
– Decreto de 26 de abril de 1933 modifica o funcionamento das Bolsas. Saturno, regente da VIII (transformação), a 15°36’ de Aquário, estava sobre a Lua radical da Bovespa, astro da IX (decreto), regente da II (ganhos).
– Em janeiro de 1934, a Bolsa vai para prédio no Pátio do Colégio. Mercúrio, regente da IV (moradia), dirigido, fica em quadratura com Júpiter. Plutão (mudança), planeta do Ascendente, dirigido, fica em trígono com Urano, dispositor do agrupamento da IX.
– Bolsa Oficial de Valores de São Paulo – primeira alteração de nome. Um ano depois da mudança para o Pátio do Colégio, em 1935, o nome da Bolsa também mudaria. Passava a se chamar Bolsa Oficial de Valores de São Paulo, vinculada à Secretaria da Fazenda do Estado. Saturno, regente da VIII (transformação), dirigido, fica em sextil com Mercúrio, na IX (decreto), regente do Ascendente (personalidade, alteração de nome).
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