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Arquivos de Constelar - Edição 04 :: Outubro/1998 :: - |
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UM TEXTO DE 1984 QUE NUNCA FOI PUBLICADOComo foi o Primeiro
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Anna Maria Costa Ribeiro |
Esta matéria foi produzida, inicialmente, para a revista OUTRA de dezembro de 1984, e sintetiza o conteúdo das palestras apresentadas no I Encontro Aberto de Astrologia promovido pela SARJ, no Rio de Janeiro, em novembro do mesmo ano. Contudo, aquele número da revista jamais chegou a ser publicado, pois a gráfica encarregada do serviço desapareceu num incêndio em que foram destruídos todos os fotolitos. A edição já estava paga e não havia dinheiro para começar tudo de novo. O número simplesmente foi cancelado e OUTRA voltou a circular apenas em maio de 1985, sob a forma de jornal tablóide.
Os originais de Anna Maria (foto) - dezessete páginas manuscritas nas costas de um formulário contínuo - ficaram guardados quatorze anos no arquivo da Coovida (hoje Terra do Juremá). Publicá-los agora significa resgatar um pedaço da memória da Astrologia carioca.
Em novembro [de 1984] realizou-se no Hotel Nacional o Primeiro Encontro Aberto de Astrologia, com a participação de astrólogos, psicólogos, filósofos, médicos e professores de mitologia.
O Encontro confirmou a seriedade e honestidade com que a Astrologia vem sendo tratada, no intuito de promover o autoconhecimento, bem como a sua praticabilidade na vida diária e a relação com diversas outras ciências.
Foram realizadas dezenove conferências:
Gary Dale Richman apresentou três casos de paranormalidade, mostrando a força dos planetas nas casas cardinais, e especificou Urano como influindo na telepatia, Netuno na intuição e Plutão na cura. No caso dos planetas mais rápidos, Mercúrio ativa a psicografia, Vênus a pintura e Marte a cirurgia.
Antonio Carles Harres lembrou que, no Antigo Egito, para fazer-se um médico era preciso que conhecesse Astrologia. Explicou a influência dos signos nas casas da Era de Aquário, salientando que: Aquário na casa 1 incentiva o impulso para a igualdade e a fraternidade; Touro na casa 4 traz para o casal a responsabilidade pela manutenção do lar e a preservação da família; Leão na casa 7 procura criar junto com seu companheiro e buscar a força através do outro; Escorpião na casa 10 coloca o governo nas mãos de quem realmente tem capacidade e experiência.
Martha Pires Ferreira falou da relação dos planetas lentos com a Astrologia Mundial, apresentando exemplos desde a década de 50 e analisando a atual década [a de oitenta] com referência às passagens de: Plutão em Escorpião, trazendo desenvolvimento tanto no sentido das grandes transformações benéficas à coletividade, como de possibilidades de violência e deterioração econômica; Netuno em Capricórnio, desorganizando o poder e anarquizando o conceito de posição social, bem como obrigando-nos a estar no mundo de maneira mais firme; e Urano em Sagitário, alterando as formas de ensino atualmente obsoletas.
Luiz Henrique Fontes de Carvalho, médico homeopata, apresentou casos de pacientes cujo mapa astrológico ajudou a confirmar o diagnóstico, ressaltando que os planetas em domicílio, por estarem mais fortes, tornam-se mais difíceis na doença e exigem mais do paciente.
Vicky de Carvalho, psicóloga, analisou o processo de individuação no pensamento de Jung e sua relação na Astrologia, informando que o Sol é a energia que mantém tudo coeso, a Lua reflete essa energia, Mercúrio dá estímulos no meio ambiente, Marte mostra como ir para o mundo exterior, Júpiter é o nosso menor esforço, enquanto Saturno é a estrutura que regula nossa atuação.
Maria Eugênia de Castro mostrou a influência de Netuno no comportamento humano, na moda e na música. Contando com a colaboração da figurinista Zenilda Barbosa, que apresentou slides, indicou a moda monge-monarca, prática e de boa qualidade, sem muita ênfase nos acessórios, para a passagem de Netuno em Capricórnio.
Gracindo Junior apresentou a pesquisa do músico Paulo Tapajós, ao som de músicas adequadas a Netuno transitando nos signos. Netuno, em Capricórnio, estaria reeditando o estilo clássico. Netuno estará neste signo até 1999.
Carlos Byington, psiquiatra e analista junguiano, ressaltou a importância das ciências simbólicas, entre as quais estão a Astrologia, o Tarot e o I Ching, que unem o conhecimento do objeto à vivência do subjetivo; conseqüentemente, sem subordinar-se a uma ciência sem alma, que desconhece a subjetividade. Lembrou também que o astrólogo não pode conhecer a realidade da pessoa e, portanto, não pode decidir por ela.
Cid de Oliveira falou da filosofia de Plotino aplicada à Astrologia, sendo o mapa a catarse para a purificação e a possibilidade de chegar ao autoconhecimento. Isto é, voltar ao centro, à origem.
Cláudia Lisboa (na foto, com o microfone) dividiu os planetas em três planos de experiências humanas, ou seja:
Marcos Gebara Muraro, psiquiatra e analista junguiano, disse que o mapa mostra o potencial genético vivenciado de acordo com as condições existenciais, ressaltando que deve-se buscar o conhecimento onde ele estiver. O self, disse, é a totalidade dentro de nós; a persona é a face que apresentamos e que reprime os conteúdos psíquicos incompatíveis, tornando-se sombra; o ego é o mediador entre a persona e o self.
Junito de Souza Brandão, professor de mitologia, falou da origem de algumas palavras. Estrela - era uma estrela cadente e isolada; sideral - era um aglomerado de estrelas, constelação; contemplar - era olhar, no templo, uma estrela cadente; considerar - era olhar as constelações; desejar - vem de desiderar (a estrela); felicidade - vem da Terra que tudo nos dá. Então, tem-se: templum - contemplar, sidus - considerar, desejar. Olhar as estrelas é tornar-se livre.
Gersilga de Almeida, professora de mitologia, deu a mensagem de Ishtar, a protetora das mulheres apaixonadas, mas também a mãe devoradora na figura de Taimá, segundo o mito da Babilônia. É Ísis a deusa do amor e da vida que, para penetrar no reino dos mortos, onde estava seu amado, precisa atravessar sete portais e perder seus sete véus, correspondentes aos chakras.
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