Brasil, Mostra a Tua Cara!
Cazuza tinha razão na letra de sua música:
Grande pátria desimportante
Em nenhum instante eu vou te trair
Não, não, não vou te trair
Brasil, mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil, qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim!
Era mais ou menos assim que o povo se sentia, especialmente
nos anos 80 e 90. A letra mostra ao mesmo tempo um sentimento "vira-latas",
como se o país estivesse jogado de lado, mas subjacente à
condição secundária que parecia estarmos vivendo,
ardia uma chama ariana (como o Sol de Cazuza). Essa chama oculta
estava louca para exibir sua face, dar a cara a tapa, mesmo que
doesse. Haveríamos de revidar, não com fúria
descontrolada, mas com consciência ou, mais do que isso, autoconsciência,
forjada no sofrimento e na exclusão econômico-social
da massa. Alguma coisa estava por vir.
Esse processo de formação de uma consciência,
de valorização de si mesmo num indivíduo que
se posiciona à frente, mesmo com riscos, tem um reflexo um
tanto curioso no momento que vivemos neste final de ano. Na Revolução
ou Retorno Solar do Brasil para o dia 7 de setembro de 2002 temos
três fatores muito fortes concentrados na casa 1 do país,
a casa da identidade, da aparência, das posturas iniciais
e dos impactos causados no ambiente. Trata-se de Sol, Lua e ninguém
menos do que o ardente Marte cravado como uma espada flamejante
no Ascendente. Inclua-se aqui a Parte da Fortuna reforçando
o sentido de que a reiteração da identidade promove
satisfação e mobilização social.
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Revolução solar calculada para
a carta da Independência do Brasil: 7.9.2002, 5h38m01s
- São Paulo, SP - 23s32, 46w37. |
A casa 1, em se tratando de um país, reflete
o modo como não só a população, mas
como os próprios representantes da sociedade se apresentam.
Não é de todo estranho o fato de o PT, Partido dos
Trabalhadores, ter a cor vermelha em seu estandarte. Esta é
a cor de Marte, que cobriu o país de norte a sul com a eleição
de Lula. Antes mesmo das eleições a maioria das capitais
mostravam certa "tendência ao vermelho", na exibição
ostensiva das bandeiras do partido que seria vencedor.
Marte na casa 1 e em Virgem também aponta
para a representação da sociedade realizada por alguém
ou um grupo cujo histórico e comportamento tem marcadas características
marciais[1] . De fato, Lula, um ex-metalúrgico, passou a
ser a cara do Brasil, uma representação da grande
maioria da população com histórico semelhante
de dificuldades e luta por um lugar ao sol. A própria imagem
de ex-metalúrgico sugere uma representação
do planeta Marte, que rege os metais. É ele quem está
à frente (e estar à frente é função
do Ascendente) e quem aparece primeiro, quem comanda. O signo de
Virgem é representativo da classe trabalhadora, do proletariado.
Mas engana-se quem pensa que o país adotará
uma política belicista ou excessivamente agressiva. A grande
ênfase na casa 1 é um assumir a própria independência,
uma tomada de consciência da coletividade em torno da necessidade
de agir por conta própria, doa a quem doer, assumir uma liderança
e ser competitiva. No entanto tanto o Ascendente quanto Sol, Lua
e Marte estão no signo de Virgem, que é regido por
Mercúrio. Este, por sua vez, encontra-se em Libra, signo
dos acordos, da diplomacia, do diálogo visando ao estabelecimento,
como já vimos ao falarmos sobre a oposição,
de limites justos entre duas partes potencialmente conflitantes.
"Eu não atrapalho você e você não
me atrapalha. Mas se você pisar no meu calo, eu piso no seu
duas vezes!", diria alguém com configuração
semelhante. Afinal de contas, mesmo diplomático, Marte defende
seu espaço e seu ponto de vista com veemência.
O Sol e Saturno, representantes do governo e da administração
central, têm como planeta dispositor o mesmo Mercúrio
posicionado em Libra, o que leva a crer num governo capaz de dialogar
hábil e claramente com quaisquer potências estrangeiras,
parceiros em desenvolvimento ou novos contatos comerciais. Mercúrio
e Vênus, o dispositor final deste mapa, estão em excelente
estado cósmico e promovem muito mais agregação
do que rompimentos.
O Grande Trígono envolvendo Saturno na casa
10, Urano na casa 6 e Mercúrio passando da casa 1 para a
casa 2, representa o forte apoio popular, especialmente da classe
trabalhadora nas indústrias, ao governo. Já a quadratura
envolvendo a conjunção Sol-Lua e Plutão angular
na casa 4 marca uma possibilidade de alterações profundas
na base das relações sociais e uma possibilidade ainda
mais forte de reestruturação das políticas
relacionadas à posse da terra. O imediato movimento de "guerra
contra a fome" (eis uma combinação dos significados
de Marte, Lua e Virgem) pode fazer parte de um esforço pelo
uso otimizado de terras improdutivas e de sistemas de produção
de alimentos. Lua e Virgem são representativos de nutrição,
sendo Virgem também associado ao sistema de saúde
pública.
A casa 1 de uma entidade coletiva também representa
o modo como ela vê a si mesma, tal qual se interpreta no caso
de um indivíduo. Não surpreende o fato de Lula, com
um discurso emocional e com seu apelo às realidades cotidianas,
ter cativado 50 milhões de eleitores. Era com isso que eles
se identificavam. Surpreende menos ainda saber que surgisse no povo
uma postura no estilo de Marte, mais altiva e desafiadora, ao mesmo
tempo em que um candidato com a Lua conjunta a Marte e com o Sol
em Escorpião estava à frente nas pesquisas. Carl Gustv
Jung não se surpreenderia com tal sincronicidade e os físicos
que adotam a teoria do universo holográfico deixariam escapar
um sorriso maroto ao verem tamanha simultaneidade.
Parece exagero fazer tanta referência ao simbolismo
da casa 1, mas a maturidade eleitoral construída a duras
penas, enfrentando ditaduras e pressões econômicas
internacionais contrárias a um maior esclarecimento popular,
tem um paralelo com a idéia de criação de um
novo país. O Brasil que estamos vendo agora surge como que
renascido, recém-chegado num mundo conflituoso tão
bem representado pela quadratura com Plutão, que mostra um
ambiente de grande tensão política entre potências
internacionais. Isso é reiterado pela oposição
entre Júpiter e Netuno, mostrando o caos em que se encontram
as relações de poder dos blocos hegemônicos.
As oposições entre todos os planetas do mapa no Arco
Solar são a reiteração do aspecto mais consciente
do brasileiro visto nas configurações do Retorno Solar.
[1] Nota: Ver relação entre o planeta
Marte e a estrela do PT, no artigo "O Simbolismo da Estrela
de Cinco Pontas", de autoria de Carlos Hollanda, em Astro-Síntese
- http://www.astrosintese.hpg.com.br.
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Introdução
Brasil, mostra a tua cara!
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