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Ciclo de Plutão (quadratura) A chave para se compreender a natureza dos ciclos plutonianos é perceber que eles se manifestam sempre em termos de opostos, trazendo experiências de alegria e dor, luz e escuridão, ampliando a consciência e nos tornando mais completos. Na mitologia grega, Hades ou Plutão era o soberano das profundezas da terra. Em analogia simbólica ele é o senhor do nosso inconsciente profundo: lá moram as memórias da infância, complexos emocionais, instintos básicos, medos ou frustrações. Estão lá também as nossas "riquezas" e talentos desperdiçados, potenciais de vida ainda não desenvolvidos, traços positivos da nossa personalidade que, como pedras preciosas, precisam ser lapidadas. O ciclo de Plutão tem como função e propósito a eliminação ou a morte de tudo o que está velho e estagnado e é tóxico dentro da psique e do corpo. É como um vulcão dentro de nós, que entra em erupção, lançando para fora tudo o que estava inconsciente, soterrado ou reprimido pela ação do tempo e do esquecimento. Esse processo pode ocorrer de diferentes formas: é muito perceptível em questões de saúde, quando tumores, toxinas ou abcessos acumulados vêm à superfície para limpar o organismo. Também em questões de relacionamento íntimos encontramos a efervescência plutoniana. Podemos viver perdas ou separações de pessoas muito próximas que "acordam" em nós sentimentos bestiais de raiva, destrutividade e vingança aterradores. Nossos complexos emocionais ficam desnudados e nossas defesas caem: ficamos impotentes e desamparados. Ouvimos na inspiradíssima música do poeta baiano: ... Se eu quiser falar com Deus [GIL, Gilberto, na canção feita em 1980 Se eu quiser falar com Deus, em Todas as Letras, ed. Companhia das Letras.] No mito grego, Hades rapta Perséfone e arrasta-a consigo para baixo da terra. Em trânsito é como se ele nos puxasse para dentro do inconsciente, é um "puxão regressivo da depressão, da apatia, da perda de energia vital, que as tribos da África chamam da perda da alma", observa a astróloga Liz Greene. São comuns, nestes casos, os sonhos em que aparecem o porão, o poço, a floresta escura, túneis, as águas escuras, dragões, figuras opressivas, incêndios e até a própria morte.
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