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ASTROLOGIA
E PSICOLOGIA JUNGUIANA
A
Crise dos 40
Considerando os ciclos dos planetas transpessoais que nos afetam entre os 38 e os 43 anos, a autora descreve os desafios e a abertura de horizontes que acompanham a tão temida "crise dos 40". Introdução Toda a linguagem simbólica nos ajuda a traduzir um conceito e encontrar um significado para uma experiência. Da mesma forma, a astrologia se apropria do símbolo para decodificar os fenômenos que ocorrem entre o céu e a Terra. O mapa natal, sendo uma estrutura de espaço e tempo, pode ser visto como uma semente, que já contém em si todo o potencial de vida futura. Através da observação dos trânsitos e progressões dos planetas, o mapa pode indicar os ciclos de desenvolvimento individual; o tempo neste contexto não é só matemático e linear, sendo assim definido como "qualitativo". Este artigo aborda, sob o prisma astrológico, um período bastante complexo do desenvolvimento humano que ocorre por volta dos 40 anos, freqüentemente chamado como a "crise da meia idade". De acordo com astrólogos e psicólogos, esse período se caracteriza por uma crise de identidade, em que a falta de sentido vai permeando de diferentes maneiras a vida de muitas pessoas. Os objetivos profissionais, a importância da família e das relações, as crenças e valores religiosos, tudo pode ficar temporariamente como que submerso num vácuo existencial. Na faixa dos 40 anos, a perda da resistência e mesmo da beleza física gera uma ansiedade que vai minando a auto-estima, criando em alguns comportamentos compulsivos e até patéticos. A sensação de "última chance" ou de "preciso recuperar o tempo perdido" pode ter um efeito positivo para alguns, quando encarada como um desafio para se adentrar uma vida mais plena e rica. Inadvertidamente, para outros esse processo pode tornar-se um confuso rodamoinho, onde há uma desestruturação de valores que pode ter conseqüências danosas. A esse respeito diz a astróloga Liz Greene: Portanto não deve surpreender que as mudanças sincrônicas na psique do indivíduo durante a crise de meia-idade sejam talvez as mais importantes que ele vá experimentar. Ou ainda: Uma vez ultrapassadas as fronteiras de Saturno, estamos no reino do inconsciente coletivo - o repositório das imagens arquetípicas - e de impulsos que não apenas nada têm a ver com tendências da personalidade, mas também muitas vezes são contrários a elas. [GREENE, Liz. Relacionamentos, ed. Cultrix.] Há um exemplo clássico de um empresário bem sucedido que, ao completar 41 anos, tomou algumas providências típicas desse desconforto: livrou-se da mulher que tinha a sua idade, entrou de cabeça na "malhação", comprou uma moto e deu início a uma verdadeira maratona sexual com mulheres mais jovens. Resumo de toda essa narcísica intoxicação juvenil: um novo casamento desfeito em apenas oito meses, um filho, declínio profissional, um inevitável stress com algumas conseqüências desastrosas para a sua saúde.
Na verdade, existem várias situações possíveis em que tanto o homem quanto a mulher podem radicalizar suas atitudes perante o mundo, na busca desenfreada pela juventude que obviamente não chegará. Tiranizados pela mídia e embalados por sonhos de poder manter uma forma física sempre jovial, acabam por cultivar um mundo de aparências, em que não se medem mais esforços para resultados, que não raro, são pouco convincentes. É bem verdade que uma paixão arrebatadora é muito desejável, porem não nos salvará de nada e nem de nós mesmos. Assistir ao envelhecimento da própria geração e adquirir a consciência de que não se é imortal torna-se um grande desafio, especialmente para aqueles que se fixam num tempo que já passou. Nessa fase, estamos sob o impacto de três fortes e longos ciclos, que são os trânsitos de Urano, Netuno e Plutão, que geralmente começam a atuar (com variações), a partir dos 38 anos, estendendo-se até os 42/43 anos. Esses trânsitos são catalisadores de conflitos, crises e rupturas que levam, invariavelmente, a grandes transformações. Podemos dizer que essa é uma época de avaliações, em que se olha o passado tendo em vista o futuro; isso implica uma reflexão e grande valorização do presente. O álibi do tempo, do deixar para depois, já não funciona mais. Há uma crise com a passagem do tempo, e o desconhecimento de si mesmo implica uma sensação de perplexidade.
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