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Astrologia Médica

 
 

 

OS CAMINHOS DA ASTROLOGIA MÉDICA
A saúde está no mapa?

Entrevista com Ana Teresa Ocampo,
Roseane Debatin e Jaime Camaño
Início | Parte 4

"Quando um planeta toca um ângulo,
toca na possibilidade de manifestação externa."
(Ana Teresa Ocampo)

CONSTELAR - É possível dizer que a análise do mapa astrológico pode substituir a anamnese homeopática?

ANA TERESA - A Astrologia não substitui o diagnóstico homeopático, mas ajuda muito, principalmente porque permite chegar rapidamente a alguns pontos que podem ser explorados na investigação médica. Tenho trabalhado, por exemplo, com arcos solares, verificando algumas ativações que já aconteceram anteriormente na carta natal e que muitas vezes vão corresponder a momentos de manifestações no nível físico. Por exemplo: vi o caso de uma paciente com Netuno no Ascendente e Marte na casa 6. Verifiquei que esse Marte estava a mais ou menos treze graus do Descendente, o que significava que, por volta dos treze anos, ela passou por uma oposição de Marte dirigido por arco solar ao Ascendente e a Netuno. Então, perguntei a ela o que havia acontecido por volta dos treze anos. Com essa idade ela havia passado por uma cirurgia de emergência por causa de um quadro crítico que na verdade não tinha um diagnóstico confirmado. Ela apresentava um quadro infeccioso, mas que não se manifestava nos hemogramas, não se revelava de uma forma clara. Depois entrou num quadro de anemia profunda e de imunodepressão, tudo em concordância com o simbolismo dessa ativação Marte-Netuno envolvendo o eixo Ascendente-Descendente. Netuno mascara, dissolve, e aí pode-se pensar numa dissolução do princípio marciano, que é exatamente o da irradiação de calor, da febre, da inflamação. E Marte é significador de cirurgia também.

CONSTELAR - O fator importante nesse caso era o fato de Marte ser um significador de casa 6 (saúde) ou de haver uma ativação dos ângulos da carta?

ANA TERESA - Quando um planeta toca um ângulo, toca na possibilidade de manifestação externa. Então, progressões, arcos solares e trânsitos que ativam os ângulos da carta sempre podem manifestar algum evento palpável, muitas vezes no nível físico.

CONSTELAR - Jaime, e a sua ligação com os florais, como começou?

JAIME - Brasília é um caldeirão onde convivem todas as correntes religiosas, esotéricas, terapêuticas, astrológicas. Comecei primeiro a me envolver com Homeopatia, e logo estava estudando as correspondências dos remédios com os arquétipos astrológicos. Daí, cheguei aos florais de Bach.

CONSTELAR - Nessa época você já tinha assumido a Astrologia profissionalmente?

JAIME - Ainda não. Na verdade, não queria virar astrólogo, não queria atender pessoas. Meu objetivo era estudar as aplicações de conceitos astrológicos no processo terapêutico. Um astrólogo brasiliense me disse uma vez que era importante o conhecimento teórico de Astrologia, mas que não fazia sentido sair aplicando conceitos e fazendo interpretações sem antes ter construído um conhecimento empírico, com base na observação. Sempre levei este conselho a sério. Comecei a espalhar entre os amigos que gostaria de poder conversar com as pessoas, apenas levantar o mapa e conversar com elas, sem o compromisso de prestar serviços. Eram as pessoas que falavam, eu apenas ouvia e tomava notas, observava os mapas, perguntava. Isso acontecia depois do expediente, à noite. As pessoas traziam outras e eu continuava ouvindo, vendo o mapa delas espelhado nas reações, no comportamento, nas somatizações.

CONSTELAR - Quer dizer que antes de começar de atender você passou um tempo só pesquisando, entrevistando pacientes?

JAIME - Passei um ano inteiro ou mais só fazendo isso, até ganhar segurança na técnica de astrodiagnóstico. Continuava trabalhando em publicidade e atendendo à noite, mas um dia fiquei sem emprego e comecei a atender também durante o dia. Não deu tempo de procurar outro emprego. Nunca mais. A Astrologia virou atividade em tempo integral.

CONSTELAR - Quando foi?

JAIME - Oitenta e oito... Ou oitenta e nove, sei lá. Foi mais ou menos quando o Collor assumiu.

ANA TERESA - Foi mais ou menos na mesma época em que eu comecei a fazer minha virada para a Homeopatia.

CONSTELAR - E você, Roseane?

ROSEANE - Não, para mim a Homeopatia veio mais tarde. Nessa época eu era pediatra e já tinha enveredado pela medicina oriental, estava começando a dar aulas de Acupuntura.

"Não faz sentido aplicar conceitos astrológicos sem antes ter construído um conhecimento empírico, com base na observação." (Jaime Camaño)

Na foto: Dr. Edward Bach (1886-1936), criador do sistema de terapia floral.

CONSTELAR - Por falar nisso, como você se define? Uma pediatra que trabalha com Homeopatia e Acupuntura, uma homeopata que também conhece pediatria ou...

ROSEANE - Não. Eu me defino como médica de orientação naturista, mas comprometida antes de tudo com os resultados. Não os resultados de curto prazo, e sim os permanentes. Para isso, as medicinas energéticas são preferíveis e mais eficazes, se bem que, em certas situações, não se pode ter preconceitos quanto ao uso da alopatia.

Invasivo é tomar um antibiótico, que vai fazer por nós
o que seria a nossa tarefa. (Roseane Debatin)

CONSTELAR - O que você entende por "médica naturista"?

ROSEANE - Usar, em primeiro lugar, recursos não invasivos e que não bloqueiam o processo natural de cura e de tendência ao equilíbrio que todo corpo físico apresenta. Falo de recursos como a Homeopatia, a Acupuntura, a Oligoterapia e a reeducação de hábitos alimentares.

CONSTELAR - Espere aí. Você fala em métodos não invasivos e cita exatamente a Acupuntura. Espetar uma agulha em alguém não é um método invasivo?

ROSEANE - Num sentido literal, sim. Mas a Acupuntura não bloqueia os processos naturais do organismo. Na verdade, estimula esses processos. As agulhas não curam, só ativam potenciais do próprio organismo, absolutamente naturais, portanto. Mais invasivo é tomar um antibiótico, que vai concorrer com o sistema imunológico na guerra contra a bactéria e fazer por nós o que seria a nossa tarefa. Isso sim, é invasivo.

"Florais de Minas? Deve ser mais um daqueles malucos..."


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