Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 177 :: Março/2012 |
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EM CIMA DOS FATOSO sucessor de Bento XVI
O novo Papa, que será eleito em março, deve ser um nome fora do contexto habitual, mas igualmente enredado no jogo político do Vaticano. Veja as perspectivas para os principais papabiles, com base nas regras da Astrologia tradicional. A renúncia do Papa Bento XVI ainda causa reações diversas pelo mundo. Mas os olhos dos católicos e não católicos já estão voltados para o futuro. A possível data do conclave que elegerá o próximo Papa é 15/03/2013, embora haja a possibilidade de ser antecipada. Começo as minhas especulações com esta data. O mapa do evento foi obtido para a Cidade do Vaticano, na data acima, para as 08:00 horas locais, utilizando o sistema de Casas de Campanus. Considerando a rotina própria dos conclaves anteriores, penso que esta é uma boa opção para tomar como início das atividades. As avaliações que se seguem foram desenvolvidas a partir das premissas da tradição astrológica, que se utiliza apenas dos sete astros visíveis, representados nos mapas abaixo. Em Astrologia, a hora é um fator decisivo na medida em que se reflete nos Ângulos (Ascendente e Meio-Céu). Contudo, as disposições planetárias são muito mais dependentes da data do que da hora (com exceção da Lua). Por este motivo, no decorrer desta avaliação, também comentarei outras possibilidades, seja de data como de horário. Pessoalmente, acredito que o horário de início das atividades dar-se-á mesmo em torno das 08:00 horas, tornando o mapa abaixo válido (radical). A razão para isso é especialmente a dinâmica de Marte, que representa os Cardeais. Domiciliado em Áries, governa Saturno, que tanto pode ser o significador de Bento XVI como do Papa seguinte. Marte exalta-se nas Casas X (resultado anunciado ao público) e IX (o conselho dos Cardeais reunidos para a eleição). Note que Marte se encontra num signo interceptado, o que reduz consideravelmente a intensidade de sua ação e resultados ou torna a sua ação subreptícia. A minha primeira tendência é considerar Saturno, por estar retrógrado na Casa VII e isolado dos demais astros, como o Papa que sai. Porém, o fato de governar as Casas X e IX não pode ser deixado de lado, é importante no contexto. Os jornais indicam que Bento XVI não tem força política para deixar um sucessor, claramente representado por Saturno nas condições que listei. Portanto, é razoável considerar que este astro também significa o Papa que será eleito, sugerindo ser um nome fora do contexto habitual, mas igualmente enredado no jogo político no qual o Vaticano se encontra imerso. Vênus, regente do Ascendente, está exaltada, governada por Júpiter exilado e combusto. Há uma tendência a manipular emocionalmente as notícias que chegam ao público de modo a conduzir a eleição. Acredito que será difícil obter um consenso, mesmo que parcial, também em razão da retrogradação de Mercúrio em Peixes. Esta mesma retrogradação também indica que as conversas para a escolha do Papa já estavam em andamento antes mesmo do início do conclave. A Lua nascendo no Oriente se torna, desta maneira, o astro mais fortalecido, exaltada e governada por um astro nas mesmas condições (Vênus). Os rumos da eleição tendem a seguir, inicialmente, uma linha conservadora e tradicionalista. Porém, há a possibilidade de que os Cardeais cedam à opinião pública acompanhada através da imprensa ao invés de optarem apenas por conduzir um jogo político entre eles. Por sinal, o que mais há neste mapa são conchavos nos bastidores, inclusive com possíveis traições. Acredito ainda que algum Cardeal ascenderá sobre os demais buscando uma liderança (Marte em Áries), mas não terá os votos necessários e acabará ficando isolado. Saturno se encontra nos Termos de Júpiter [1], um astro importante pelo fato de governar o cerne dos acontecimentos na Casa XII. Depois de muitas conversas e tentativas de entendimentos ou acordos, as opiniões se mostrarão divididas e pulverizadas. É muito provável que o novo Papa seja eleito no quinto dia do conclave. Se o conclave for antecipado em dois dias, preservando-se o mesmo horário, a Lua estará em Áries, governada agora por Marte e igualmente interceptada. Nessas condições, há menos ingerência da opinião pública, mas também, menor tendência a consenso, com a possibilidade de conflitos e tensão entre os Cardeais. Há uma contra-antiscia [2] entre Lua e Vênus sugerindo a dificuldade em encontrar um caminho de conciliação. E mesmo que o início das atividades, em 13/03 ou em 15/03, ocorra mais tarde ou pouco mais cedo, os Cardeais estarão representados por Marte e, o novo Papa, por Saturno. Ainda, até cerca de 10:50, o Meio-Céu será governado por este mesmo Saturno (Capricórnio ou Aquário). Os Papabiles e suas chancesSeguem alguns pequenos comentários a respeito dos “Papabiles” [3]. Marc Ouellet (8 de junho de 1944, La Motte, Canadá): Pode ser um dos nomes de consenso, é um forte candidato na medida em que parece se impor sobre os demais Cardeais e exercer alguma ascendência na condução do conclave. É mais do que um articulador, uma espécie de mensageiro entre os grupos formados pelas tendências entre os Cardeais. Porém, parece não contar com suficiente afinidade com os trânsitos do dia do conclave para ser eleito. Leonardo Sandri (18 de novembro de 1943, Buenos Aires, Argentina): Não é um nome de consenso e será motivo de discórdia entre os Cardeais. Antonio Cañizares Llovera (15 de outubro de 1945, Valência, Espanha): Também corre por fora, mas seu mapa não se encontra identificado com os trânsitos da época do conclave. Norberto Rivera Carrera (6 de junho de 1942, Tepehuanes, México): Terá um importante papel na escolha do sucessor de Bento XVI, por sua capacidade de estabelecer ligações entre os vários grupos e tendências existentes entre os Cardeais. Não será eleito. Peter Kodwo Appiah Turkson (11 de outubro de 1948, Wassaw Nsuta, Gana): Apresenta-se como uma espécie de “azarão” na estória, mas se a Profecia de São Malaquias estiver certa, é o que tem maiores possibilidades de ser eleito, justamente por se encontrar na contramão das indicações do conclave, representando o Saturno isolado no mapa e governado por Marte (Cardeais). Gianfranco Ravasi (18 de outubro de 1942, Merate, Itália): Chega para o conclave para dividir e não reunir. Ainda assim, tenta ser um forte articulador para não perder a sua ascendência. Timothy Dolan (6 de fevereiro de 1950, St. Louis, Missouri): Seu papel será de mediador entre os diversos grupos de Cardeais. Possivelmente, será quem conduzirá as várias partes para um acordo em torno de um nome que agrade a todas as facções. Porém, não acredito que seja sequer indicado por seus pares. Albert Malcolm Ranjith (15 de novembro de 1947, Polgahawela, Sri Lanka): Correndo por fora, tem boas ligações com aqueles que gostariam de ver um retorno às práticas de João Paulo II. Não consegue reunir os votos necessários para ser eleito. Angelo Scola - 7.11.1941, 1h30 (UT) - Malgrate, Itália - 009e22, 45n51. Angelo Scola (veja o mapa): Em tese, o que se encontra mais alinhado com o conclave. Seu Sol forma conjunção com Saturno da data, bem como, Marte e Júpiter natais nos mesmos signos do dia do conclave. Estas indicações apontam para uma identificação por parte dos demais com relação a ele. É considerado um candidato forte pela imprensa especializada. Jorge Mario Bergoglio (17 de dezembro de 1936, Buenos Aires, Argentina): Astrologicamente, há poucas chances de ser eleito. A imprensa sugere que ele tenha sido o segundo mais votado no conclave anterior (2005) e que o seu momento já passou. Angelo Bagnasco (14 de janeiro de 1943, Pontevico, Itália): Seu nome será lembrando e irá circular entre os Cardeais. Porém, astrologicamente, há poucas chances de ser indicado. Christoph Schönborn (22 de janeiro de 1945, Skalka, República Tcheca): Terá um papel ativo na busca de consenso e possivelmente, será um dos mais fortes articuladores do conclave, tendo os seus pontos de vista respeitados. Contudo, poucas chances de ser o eleito. Tarcisio Bertone (veja mapa): Júpiter forma conjunção exata com Saturno do mapa do evento, com o Júpiter transitando a sua Casa X. Também um forte nome para ocupar o Trono de São Pedro. É o candidato com maiores chances de obter consenso. Tarcisio Bertone - 2.12.1934, 0h00 (-01:00) - Strambino, Itália - 007e53, 45n23. George Pell (8 de junho de 1941, Ballarat, Austrália): Sem qualquer identificação com o conclave. Astrologicamente, nenhuma chance de ser eleito. Mauro Piacenza (15 de setembro de 1944, Gênova, Itália): Apesar de estar cotado, seu papel será de costurar o acordo que levará o conclave a um bom desfecho através da eleição do Papa. Angelo Amato (8 de junho de 1938, Molfetta, Itália): Articulador, será o responsável por sugerir um nome de consenso. Crescenzio Sepe (2 de junho de 1943, Carinaro, Itália): Mesmo não sendo um nome de destaque, parece capaz de costurar as divisões existentes entre os Cardeais e é um candidato forte à eleição. Seu nome não deve ser desprezado. Embora seja italiano, parece correr por fora, despretensiosamente. Marte transitante formará conjunção com Marte natal, boa indicação para novas etapas na vida. Odilo Scherer (21 de setembro de 1949, Cerro Largo, RS): Ajuda a costurar o acordo em torno de um nome de consenso. Há pouca relação entre os trânsitos do dia e seu mapa natal, não deve ser o escolhido. Claudio Hummes (8 de agosto de 1934, Montenegro, RS): Cumprirá o papel de articulador. Não será eleito. Notas: Termos - Dignidade menor empregada na tradição astrológica. Trata-se de uma divisão de cada Signo em cinco partes desiguais. Cada parte, denominada Termo, é governada por um astro, com exceção dos Luminares. Representa cooperação. Antiscia - São relações harmônicas no Zodíaco, tomados a partir dos pontos solsticiais. Dois pontos no Zodíaco estarão em Antiscia se estiverem equidistantes de um mesmo ponto solsticial. A contra-antiscia é o seu oposto. Antiscia é interpretada como uma simpatia ou uma conjunção suave; a contra-antiscia representa uma desarmonia, antipatia ou uma oposição suave. Dados natais de Angelo Scola e Angelo Bertoni foram obtidos no AstroDataBank. Para aqueles para os quais não existe registro horário, utilizei o mapa solar a partir da data de nascimento. Artigo finalizado em 17/02/2013. Outros artigos de Henrique Wiederspahn. |
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