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olhar brasileiro em Astrologia
Edição 151 :: Janeiro/2011 :: - |
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BRASILO mapa da posse de Dilma Rousseff
As perspectivas para o governo de Dilma Rousseff podem ser analisadas a partir de vários mapas. Aqui apresentamos dois dos mais importantes: o da posse e o da transmissão da faixa presidencial, ambos enfatizando um inesperado toque pisciano. No primeiro, o regente do Meio do Céu está em Peixes; no segundo, o próprio Meio do Céu encontra-se nesse signo. Uma carta puxada por SaturnoTodas as cartas de posse e de transmissão de cargo do dia 1º de janeiro, seja da nova presidente, seja dos governadores e ministros, compartilham o mesmo modelo de distribuição planetária: trata-se do padrão Taça, ou Tigela, cuja característica mais marcante é o agrupamento de todos os planetas em apenas metade do zodíaco, deixando uma área livre de aproximadamente 180 graus. Mapas do tipo Tigela têm sempre um planeta que tende a se destacar, ganhando importância especial: trata-se daquele que "puxa a fila" dos outros nove no sentido horário, sendo o primeiro a cruzar os ângulos ao longo do dia. No caso em questão este planeta é Saturno em Libra, envolvido em duas quadraturas: com o Sol e com Marte em Capricórnio, sendo o aspecto com Marte o mais exato. Saturno é um planeta significador de grandes responsabilidades. Tensionado, indica desafios particularmente difíceis, que exigirão muito esforço para serem superados. Cabe ressaltar que esta configuração está presente não apenas no mapa da posse de Dilma Rousseff, mas também no de todas as demais posses de 1º de janeiro, caracterizando o próximo quadriênio como um período em que o sucesso dos administradores públicos estará estreitamente condicionado à seriedade demonstrada no enfrentamento de problemas. Indo mais além, pode-se dizer que mapas com uma dominante saturnina exigem do administrador público:
Como Saturno está no signo de sua exaltação, mas em quadratura com Marte e Sol em Capricórnio (seu signo de domicílio), temos um quadro em que o governante terá de lidar com adversários poderosos, capazes de produzir grandes estragos quando tiverem suas ambições contrariadas. Conforme o caso, podem ser oligarquias politicamente representadas, grupos empresariais ou mesmo organizações armadas e bem estruturadas. O sentido mais preciso depende das casas ativadas em cada mapa. O outro aspecto preocupante dos mapas de posse é a quadratura de Vênus, exilada em Escorpião, a Netuno em Aquário. Vênus rege os valores e as escolhas; já Netuno desarmônico significa, entre outras possibilidades, dissolução e falta de foco. Temos aí, portanto, uma indicação de baixa capacidade de discriminação, ou de escolhas equivocadas. O significado preciso depende, mais uma vez, das casas regidas e ocupadas pelos dois planetas. Por outro lado, o céu de 1º de janeiro apresenta também dois aspectos bastante fluentes, que podem expressar potencialidades positivas nas novas administrações que se iniciam: a) o Sol, símbolo universal do poder central e da autoridade, está enquadrado entre Plutão e Marte, em Capricórnio. Plutão e Marte são dois símbolos para energia, em níveis distintos. É como se a presidente e os governadores recém-empossados dispusessem de um tanque adicional de combustível para a consecução de seus objetivos, se bem que - como já observamos acima - essas reservas só estarão disponíveis para aqueles que administrarem com absoluta seriedade e competência. Equívocos de gestão ou conflitos mal conduzidos podem ter como resultado a transferência de uma tremenda dose de energia para o campo contrário - o dos adversários, críticos e inimigos políticos. Aplica-se aqui, literalmente, a frase que costuma ser dita pelo Homem-Aranha, conhecido super-herói de ficção: "Grandes poderes implicam grandes responsabilidades." b) a conjunção Júpiter-Urano em Peixes, que recebe o trígono de Vênus, mostra a possibilidade do uso criativo de recursos, mesmo quando escassos, em benefício das camadas mais carentes da população. É um mapa que favorece a ousadia (sentido de Júpiter-Urano) nos projetos sociais, na saúde pública e na parceria com instituições do terceiro setor (sentidos de Peixes). Se Vênus em Touro (seu domicílio) acumula recursos, em Escorpião (seu exílio) precisa aprender a compartilhá-los de forma consequente. É o desafio de gastar bem (algo que raramente acontece no âmbito público), sendo que, no mapa em questão, este gastar bem é quase sinônimo de gastar em projetos inovadores, ousados e que contribuam eficazmente para a redução de desigualdades. Posse ou transmissão da faixa?Um último ponto a considerar antes de detalhar as perspectivas do governo Dilma é a velha discussão sobre qual mapa é mais importante: o do momento da posse do presidente da República no Congresso Nacional ou o da transmissão da faixa presidencial, que acontece no parlatório do Palácio do Planalto. Reproduzimos aqui um trecho de nosso artigo de janeiro de 2003, quando da primeira posse de Lula: O início real do novo governo, o momento a partir do qual o eleito passa a ser efetivamente o novo presidente, é o da posse no Congresso Nacional. (...) A transmissão da faixa tem um fortíssimo sentido simbólico, na medida em que corresponde às antigas festas de coroação e de consagração do novo governante diante do povo. (...) se a cerimônia da transmissão da faixa não acontecesse, ainda assim Lula seria o legítimo presidente. Por outro lado, é impensável, ao menos em tempos de normalidade democrática, que o eleito se aproprie da faixa sem passar antes pelo ritual da posse no Congresso. O fato de haver duas cerimônias bem revela a natureza ainda dual do Estado brasileiro: juridicamente, somos uma república baseada no princípio do equilíbrio entre os três poderes, cada um dos quais confere legitimidade aos demais. Por isso, o presidente eleito precisa tomar posse diante do Congresso, que reúne os legítimos representantes do povo (Câmara) e dos estados da Federação (Senado). A transmissão da faixa, por sua vez, é um resquício de uma época em que o governante absoluto, justificado pelo direito divino, é a única fonte de poder capaz de legitimar seu sucessor. Em outras palavras: o mapa da posse no Congresso antecipa como será o dia-a-dia do novo governo e a relação objetiva do presidente com as instituições do país; já o mapa da transmissão da faixa fala sobre como o presidente preenche as expectativas presentes no imaginário da população, assim como sobre sua capacidade para encarnar o papel de "salvador da pátria". Fotos: intervenções sobre fotos do site da Presidência da República. Uma última dúvida diz respeito a que momento exato considerar para o mapa da posse: aquele em que o presidente do Congresso Nacional declara empossado o novo presidente da República ou aquele em que o novo presidente assina o Termo de Posse. Considerando que é a assinatura que completa o ato e dá a ele pleno valor legal, ficamos com esse segundo momento. No caso de Dilma, a diferença foi de apenas sete minutos: às 14h52 (horário de verão) Dilma e Michel Temer foram declarados empossados nos cargos de presidente e vice-presidente; às 14h59, Dilma assinou o Termo de Posse (ato repetido por Temer um minuto depois). O mapa que consideramos é o da Assinatura, mas, para quem prefere considerar o da declaração, basta recuar o Ascendente em pouco menos de dois graus, sem qualquer alteração significativa para a interpretação da carta. O mapa da posse de DilmaDilma Rousseff assina o termo de posse - 01.01.2011, 14h59 HV - Brasília, DF. Já vimos o sentido geral das configurações mais importantes desse mapa. Consideremos agora as casas ocupadas: a) Saturno, planeta de enorme destaque por "puxar" a configuração de Tigela e dispor de Sol, Plutão e Marte em Capricórnio, encontra-se na casa 6. Os assuntos desta casa exigirão de Dilma uma atenção redobrada. No plano coletivo, é a casa dos assalariados e das relações de trabalho, de uma forma geral, mostrando dificuldades e desafios relacionados à geração de emprego e às negociações salariais. Greves ou outros problemas relacionados ao funcionalismo podem constiuir um problema real para a nova governante. Saturno em Libra exigirá muito dispêndio de esforço em demoradas negociações. b) Outro foco de Saturno na 6 é saúde pública e políticas na área de atendimento médico - um tradicional calcanhar de Aquiles para administradores brasileiros. c) Um terceiro - e mais sério - fator de preocupação para Dilma deverá ser a sua própria saúde. Trata-se de uma presidente que, mal saída de um tratamento delicado e de alto risco, submeteu-se à maratona de uma campanha eleitoral desgastante, com seguidas viagens e reflexos negativos no sono e na alimentação. Dilma faria bem em evitar o desgaste de novas viagens internacionais (observar os aspectos tensos de Saturno com planetas na casa 9) assim como não assumir sozinha o ônus da gestão de crises institucionais. Há um risco real de que as condições de saúde da presidente trabalhem contra sua capacidade de administrar o país. Dilma também faria bem em evitar confrontos abertos com autoridades militares e com o Poder Judiciário, assim como a interferência direta em conflitos político-militares de outros países. Nada que lembre, por exemplo, a atuação de Lula na questão de Honduras ou do Irã. Em resumo: os maiores problemas da nova presidente virão de assuntos simbolizados pelas casas 6 e 9 - lembrando que na 9, da Justiça e das relações com o estrangeiro, estão os regentes das casas 12 (dos inimigos ocultos) e 4 (dos partidos de oposição). O regente da 9 é Saturno na 6, casa da saúde e das crises agudas. d) O planeta regente do Ascendente, Vênus, encontra-se mal posicionado em Escorpião, na casa 7, e em quadratura com Netuno. Há risco de crises e escândalos oriundos do comportamento de parceiros (aí se incluem os partidos da base aliada, como o PMDB) ou de acordos mal elaborados. De uma forma geral, a baixa capacidade de discriminação na escolha de aliados e colaboradores uma será uma fonte permanente de desgaste para o governo. e) No aspecto mais positivo, possibilidade de grandes ganhos políticos mediante parcerias criativas com organizações não-governamentais, assim como de realização das reformas política e tributária pelas quais o país anseia há tanto tempo. Com o Meio do Céu em Aquário e Urano em Peixes na casa 11, o mapa da posse indica claramente que o único caminho de sucesso para o novo governo passa pela decidida aposta num projeto nacional inclusivo e generoso (Peixes), onde o foco nos benefícios futuros seja suficientemente claro para contrabalançar o efeito negativo de eventuais medidas impopulares. Com esse mapa, ou o país tem um projeto muito nítido de médio e longo prazo (o que é reforçado pela presença da Lua em Sagitário, signo dos horizontes longínquos) ou não chegaremos a parte alguma. Lembrar que signos fixos nos ângulos enfatizam as ações de largo alcance, e não o feijão-com-arroz da administração cotidiana. f) Para completar, este é um mapa que fala de recursos escassos ou que, mesmo quando abundantes, deverão passar por períodos de interrupção de suprimento - especialmente em consequência de possíveis problemas no âmbito externo. Não é muito sábio, portanto, alimentar expectativas elevadas sobre um quadriênio de prosperidade. Ela virá, mas com "engasgos" e crises. Realismo e pé no chão não farão mal ao país: o mapa avisa que é preciso "baixar a bola" e reduzir as esperanças mais eufóricas. Lula transmite a Dilma Rousseff a faixa presidencial - 01.01.2011, 16h48 HV. Brasília, DF. O mapa da transmissão da faixa, levantado para às 16h48, mostra toda uma nova domificação (distribuição dos planetas pelas casas), O Ascendente agora está no início de Gêmeos e Peixes domina o Meio do Céu. Netuno é o planeta mais elevado, em conjunção com o asteróide Quíron - o centauro mitológico que consegue curar a todos mas não consegue curar a si próprio. Netuno e Quíron estão em quadratura com Vênus na casa 6, enfatizando mais uma vez riscos relacionados tanto à saúde pública (ameaçada por epidemias como a dengue) quanto à saúde pessoal da presidente. Se a carta da transmissão da faixa fala mais das expectativas do que dos fatos, temos aqui o retrato de uma expectativa exagerada ou desfocada do povo com relação à nova presidente. Ou, ainda mais grave: uma percepção equivocada da presidente com relação a suas próprias possibilidades e limites. No primeiro caso, há o risco de que uma expectativa desfocada resulte em decepção e esfriamento do apoio popular. No segundo caso, Dilma Rousseff pode superestimar sua capacidade de trabalho, chegando a um rápido desgaste da saúde. Contudo, a configuração mais tensa não é esta, mas a quadratura de Saturno a Sol-Marte, agora situada entre as casas 5 e 8. A opinião pública tenderá a ressentir-se fortemente do peso da carga tributária, especialmente nos momentos em que o país sofrer os efeitos de atividades especulativas danosas no mercado de capitais ou no câmbio. Os momentos mais críticos podem estar associados à criação de novos impostos ou ao aumento da taxa de juros, motivando intensas reações. A melhor saída para Dilma seria estabelecer desde o início do governo - enquanto ainda tem apoio e condições favoráveis - uma política de austeridade nos gastos públicos e tentar uma desvalorização imediata do real. Ambos os mapas mostram que não será ainda desta vez que o Brasil se livrará das velhas oligarquias regionais e suas práticas fisiológicas. É delas, simbolizadas nas quadraturas de Saturno aos três planetas em Capricórnio, que virão as maiores batalhas e as maiores ameaças ao governo Dilma. Contudo, com a Lua em Sagitário na casa 7 do mapa da transmissão da faixa, a opinião pública deverá estar mais atenta do que de costume a questões de ética e de moralidade. E, apesar dos percalços, o otimismo quanto aos destinos do país deve permanecer em alta. Outros artigos de Fernando Fernandes. |
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