Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 141 :: Março/2010 :: - |
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ABORDAGENS ESPIRITUALISTAS NA ASTROLOGIAO Corpo de Balé Cósmico Real
Comparando o mapa natal à partitura de uma peça musical e as experiências da vida humana à execução da coreografia de um balé, Zilá Saldanha utiliza a metáfora para lançar luz sobre a velha discussão entre lívre arbítrio e predestinação. As imagens são de Isadora Duncan (1877-1927), "Vigia, atentamente, a Roda do Tempo e trabalha." No instante em que um espírito torna a encarnar, animando um novo corpo que, até o momento daquela primeira inspiração, tinha apenas existência biológica, ele inspira o céu que envolve a Terra — o Sol, a Lua, os Planetas do Sistema Solar, as Constelações Zodiacais — e esse céu fica indelevelmente impresso em seu Ser. Ali estão suas características físicas, intelectuais, emocionais e espirituais, suas tendências, suas dificuldades, suas potencialidades, seu karma (tanto positivo, quanto negativo), seu dharma — enfim, todas as instruções e sugestões de como se sair bem nessa nova experiência terrena. Esse céu está simbolizado no Mapa Natal. O Mapa é um manual de instruções que o Grande Arquiteto do Universo imprime na alma de cada um de nós para que possamos utilizar da melhor forma o nosso equipamento físico, mental e psíquico para o melhor resultado espiritual possível, com o mínimo de desgaste das peças e com o máximo rendimento. O Mapa ajuda-nos a evitar o uso inadequado, insuficiente e, se não elimina completamente, diminui em grande parte as reclamações provocadas pelo uso contínuo durante anos e anos. É ele um eficaz Manual de Instruções, Recomendações, Sugestões e Prevenções. Aquele céu do momento exato da primeira inspiração, pois, fica lá, gravado no coração do homem, como um receptor sensibilíssimo da energia que nos envolve. No espaço infinito, os Astros seguem suas rotas, suas elipses, sua Lei. Aqui na Terra, o novo serzinho reenceta uma nova jornada rumo ao aperfeiçoamento, sob grande expectativa de todo o Universo. E segue a mesma Lei Cósmica. Desenrola-se, então, um balé completo entre as energias siderais (Planetas, Estrelas e Constelações), a nossa Terra... e aquele novo serzinho (novo apenas fisicamente, pois às vezes é um venerável espírito milenar...) com os demais seres humanos que o circundam. Consciente ou inconscientemente, todos dançam a mesma Melodia Cósmica, sob a batuta do mesmo Maestro e obedecendo às instruções do mesmo Coreógrafo. E há os bailarinos exímios e há os que mal se arrastam pelo palco, num patético arremedo dos compassos. Mas há também uma Partitura, um Libreto, que coloca uma sequência, uma ordem e uma coerência nesse aparente caos. Essa Partitura, esse Libreto, essa Ficha Técnica é o Mapa Natal de cada um dos bailarinos em conexão com o Mapa dos céus perpetuamente em mudança, também na execução de sua parte na coreografia. Consultado, ele previne dos acordes, dos compassos, dos cuidados a tomar, dos percalços a evitar, da dificuldade ou facilidade dos próximos passos, dos próximos figurinos a vestir, dos próximos ritmos a dançar — tudo tendo em vista a apoteose final do espetáculo. Dançar no chão rústico e opaco do palco é nosso mister. Manter a mente sempre consciente e focalizada no Libreto é nossa chance. Expressar-nos ritmada e graciosamente ou ser atropelados pelos acordes é nossa opção. Não precisamos nos preocupar com a falta de graça, de ritmo ou de capacidade de nossos contracenantes — mas temos obrigação de zelar pela nossa performance para fazer jus à oportunidade de participar desse Real Corpo de balé. Temos duas possibilidades à nossa frente: ou nos saímos satisfatoriamente e gozamos o prazer indescritível do trabalho bem realizado, concorrendo a um papel melhor num palco mais importante na próxima temporada; ou — como fazem muitos bailarinos descuidados — emburramos, choramos, revoltamo-nos, negamo-nos a continuar dançando, caímos de exaustão de tanto "perseguir" o ritmo e prosseguimos num arremedo desgracioso de harmonia, embaçando o brilho de nossos partners e o êxito da companhia (sem falar no comprometimento da obra do Autor...). A atitude mais sensata, portanto, é não perder de vista o Libreto que nos dá as opções para coreografias, figurinos, ritmos e parceiros com que nos saímos melhor. É verdade que, às vezes, essa escolha está consideravelmente limitada e temos que aprender um novo e difícil passo, com uma fantasia que não é do nosso agrado e num "pas de deux" com um parceiro que, francamente, preferíamos evitar — mas isso faz parte do aprendizado, dele e nosso. Assim, pelo menos, temos oportunidade de desenvolvermos a indispensável paciência para o penoso dueto... E sempre temos a vantagem de sabermos, com antecedência, quantos compassos durará a penosa prova! Essas sugestões e instruções quanto a ritmos, coreografias, figurinos, passos, parceiros de dança futuros, etc. tiramos das futuras posições que os Astros ocuparão no céu e das conexões que eles fazem com os pontos sensíveis do nosso receptor pessoal, exposto no croquis que é o nosso Mapa Natal. Saiba mais sobre Zilá P. Saldanha. |
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