![]() |
![]() |
Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 135 :: Setembro/2009 :: - |
|
|
Novidades em mapas do Brasil Um link direto para os vinte mapas mais recentes Em breve: uma nova versão de Mapas do Brasil. |
TEORIA ASTROLÓGICAAstrologia e (falta de) rigor conceitual
A Astrologia poderia ocupar no meio acadêmico um lugar tão respeitável quanto as Ciências Sociais. Contudo, a falta de rigor conceitual faz com que ela descambe para o terreno místico. Como cientistas tratam a Astrologia? O cartoon abaixo, que mostra uma cartomante trabalhando num local escuro e de aspecto suspeito, fala por si e foi publicado no site de um psicólogo americano chamado Scott Lilienfeld. O autor se propõe a desmistificar as pseudociências e coloca num mesmo saco a astrologia, todas as formas de artes divinatórias, a medicina natural, a homeopatia e outros saberes que não se enquadram no perfil das ciências positivas.
O saber humano sobre Astrologia iniciou-se há alguns milhares de anos. Imagino nossos antepassados com os olhos colados no céu tentando identificar constelações e planetas. Aos poucos, a inevitabilidade de associações entre esses pontos celestes e eventos ocorridos na Terra auxiliou na formação de conceitos, previamente observados e configurados. Entretanto esta conceituação, em um primeiro momento feita pela tradição oral e depois pela escrita, não respondeu por um rigor na formação deste saber que denominamos Astrologia. Quer pelo fato de que esforços individuais não foram devidamente teorizados, quer porque a pouca (ou nenhuma) comunicação não favoreceu a troca de experiências, o certo é que pouquíssimo foi feito para a criação de uma teoria astrológica. Como se configura uma teoria? Segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, uma teoria é o conjunto de princípios fundamentais duma arte ou duma ciência. Tradicionalmente os astrólogos operam sozinhos ou em algumas instituições que estão mais preocupadas com a divulgação e a socialização da astrologia. Não existe uma preocupação maior na fundamentação de princípios que poderiam e deveriam nortear este saber. Assim, encontramos diferentes conceituações não só para os signos mas também para planetas e casas astrológicas. Freud, quando do nascimento da Psicanálise, submeteu sua nova teoria a um rigor conceitual através, por exemplo, de estudos de casos, apresentando-os diante de sua comunidade. Em Psicanálise, quando falamos de ordem fálica ou objeto a (conceito criado por Jacques Lacan), não há dúvidas sobre o que está sendo dito. Na Astrologia, por não haver um rigor conceitual, corremos sempre o risco de descambar para o terreno místico, onde o subjetivo dificulta uma teorização, onde proliferam os afetos. Uma das consequências principais é a falta de credibilidade deste saber humano, tão sério quanto as ciências sociais, a antropologia, a psicologia e a psicanálise. Queremos ficar especificamente em um caminho místico? Qual é a nossa dificuldade em conquistarmos um lugar nos meios acadêmicos?
Outros artigos de Luiz Roberto Delvaux de Matos. |
|
Atalhos de Constelar | Voltar à capa desta edição |Carlos Hollanda - Mercúrio, inteligência emocional e mal-entendidos | Mercúrio retrógrado e Inteligência Emocional | Edições anteriores Lúcia D. Torres - A trajetória de Plutão de Câncer a Capricórnio | A profecia kafkiana | Pai, uma espécie em extinção | |
Cadastre
seu e-mail e receba em primeira mão os avisos de atualização
do site! |
|
2013, Terra do Juremá Comunicação Ltda. Direitos autorais protegidos. Reprodução proibida sem autorização dos autores. |