Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 130 :: Abril/2009 :: - |
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OS PRESIDENTES DO SINARJ REVELAMComo fazer um simpósio
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Entrevista |
Otávio Azevedo, Celisa Beranger e Marilda Bourbon - presidentes do SINARJ que organizaram os simpósios realizados
nos últimos doze anos -contam como conseguem fazer decolar o maior evento astrológico do país.
CONSTELAR - Como surgiu a ideia de realizar o primeiro Simpósio do Sinarj? Quem foi o "motor de partida" do primeiro evento?
OTÁVIO - A ideia foi inspirada nos congressos da SARJ, especialmente nos de 1987, 1988 e 1989, no Copacabana Palace, que considero o maiores eventos de astrologia já realizados no Brasil. O meio astrológico aprecia muito este tipo de evento, e a realização do simpósio foi uma das formas que encontramos para servir à classe. Trabalhei nesta idéia, inicialmente com a Paula Salotti, minha parceira na época. Depois apresentei-a, já bem burilada, numa reunião do SINARJ, onde a ideia foi acolhida com entusiasmo incomum. Daí para frente começaram a surgir voluntários de todos os lados dispostos a ajudar, até mesmo de fora do SINARJ. Assim nasceu o 1º Simpósio.
CONSTELAR - As três primeiras edições do simpósio (1997 a 1999) foram realizadas na Barra da Tijuca, sendo as duas primeiras nas férias de verão, uma época ensolarada e associada ao lazer. A partir do 4º Simpósio, houve uma mudança radical: em vez de Barra, o Catete; em vez de verão, a sobriedade do inverno carioca. Este ano acontece uma nova mudança, com o simpósio se deslocando para junho, um mês nunca experimentado antes. O que determinou essas escolhas? As transições de estação do ano e de local mexeram de alguma forma com o clima do simpósio?
CELISA - Posso responder o que houve com relação à mudança de estação. Otávio o fez, em 1999, para coincidir com o grande eclipse do Sol. Naquele ano diversos congressos de Astrologia em todo o mundo mudaram suas datas tradicionais para que pudessem ocorrer exatamente no eclipse.
Otávio Azevedo (abaixo) presidiu o Sinarj na época dos três primeiros simpósios. Em 2001 Celisa Beranger assume a presidência.
OTÁVIO - Os dois primeiros simpósios buscavam o Sol em Aquário, considerado o signo da astrologia. O terceiro foi no rastro do Grande Eclipse de 1999, ano em que fervilhavam previsões apocalípticas. O dia 13 de Agosto caía numa sexta-feira, ou seja, uma sexta-feira 13, de um mês de agosto, do ano 1999 e, para completar, iniciando com a lua fora de curso. Este simpósio (o terceiro) foi o mais cheio de todos, com cerca de 500 participantes no Centro de Convenções do Barrashopping. O número máximo de lugares era 450, vendemos 480 ingressos (contando com a possibilidade de faltas), e ainda tivemos que barrar dezenas de pessoas que compareceram no dia para comprar ingresso e não havia mais lugares. Neste simpósio, tive que colocar seguranças em pontos estratégicos, pois temia a possibilidade de tumultos na entrada e nas trocas de auditórios, mas, felizmente, não houve confusão da parte de quem tentou comprar ingresso na hora e não conseguiu entrar. No entanto, houve tumultos lamentáveis na troca de auditórios, pois a distribuição dos participantes no simpósio lotado obviamente não se deu de forma homogênea nos três auditórios. Felizmente os tumultos não passaram de bate-bocas, não chegando às vias de fato.
O primeiro simpósio se iniciou em 24/01/1997 às 13h15; o segundo em 30/01/1998 às 13h30, homenageando a entrada de Netuno em Aquário, e o terceiro em 13/08/1999 iniciando às 13h.
CELISA - Quando assumi o SINARJ, em Novembro de 2001, a equipe foi unânime quanto à manutenção do Sol em Leão, uma vez que o verão é um período complicado no Rio de Janeiro, devido ao movimento nas praias e também às férias, quando muitos cariocas deixam a cidade. A complicação ainda é maior para quem vem de fora para participar de um congresso, pois os preços dos hotéis são muito maiores na alta temporada, enquanto em agosto estes preços são bem menores.
CONSTELAR – E quanto às mudanças de local?
OTÁVIO - O Centro de Convenções do Barrashopping era o local ideal. Dispunha de glamour, aparelhagem, estacionamento e opções para quem quisesse dar uma circulada. Foi a maneira que encontramos de colocar a astrologia num local nobre, vistoso, aparelhado e fácil de chegar. Antes de tudo, queríamos prestar uma homenagem à Astrologia.
Para quem participa de um simpósio nacional de astrologia, não existe bairro difícil de chegar, afinal são apenas três dias de festa. E vinha muita gente de outras cidades, de Belém a Porto Alegre. Nesse contexto, perde sentido um bairro melhor ou pior. E o Barrashopping oferece um mundo de opções externas, para quem quer dar uma circulada, bater um papo, fazer uma refeição e até mesmo umas comprinhas. Tinha muitos casos de casais em que um participava do simpósio e o outro, que não era do meio, ficava no shopping, e se encontravam nos intervalos. Eram três auditórios com palestras, shows e, para arejar, a opção de um dos maiores shoppings do Brasil. Fora o fato de que se alguém passasse mal, estávamos dentro de um Centro Médico (rs).
Paula Salotti foi a co-organizadora dos três primeiros simpósios, com Otávio Azevedo.
CELISA - A mudança da Barra foi também uma unanimidade devido à dificuldade de acesso, já complicado para quem mora no Rio e ainda pior para quem vem de fora. O Flamengo foi escolhido exatamente devido à facilidade de acesso: metrô, ônibus, taxi. Mas a escolha também ocorreu em função do preço, cujo custo/benefício foi o melhor que encontramos. A questão custo/benefício era muito relevante para nós, pois queriamos fazer um evento com bom preço e obter resultado para que pudéssemos atingir uma de nossas metas principais: a aquisição de um local próprio.
CONSTELAR - Aliás, por que o simpósio de 2009 foi antecipado para junho, em vez do tradicional mês de agosto dos anos últimos anos?
MARILDA - O Simpósio de 2009 foi antecipado para junho devido ao acúmulo de eventos no mês de agosto, em comemoração do Ano Internacional da Astronomia. Então achamos por bem antecipá-lo para não ocorrer superposição de eventos.
CONSTELAR - Vocês fazem eletivas para decidir as datas do evento? Quais são as configurações que levam vocês a dizer "não, nessa data de jeito nenhum"?
MARILDA - Procuramos dentro das datas disponíveis a que apresenta as características simbólicas mais próximas do tema escolhido para o Simpósio.
Esquerda: Marilda em palestra no simpósio de 2002.
OTÁVIO - Na minha prática astrológica eu aprendi que o lado prático deve preceder o mapa eletivo. O melhor mapa eletivo pode não se viabilizar se as circunstâncias forem inadequadas. Por isso, eu trabalho ao contrário. No caso dos simpósios que realizei, primeiro eu buscava um momento viável na prática e que refletisse simbolicamente a temática do simpósio; depois eu analisava o mapa astrológico daquele momento e observava possíveis ocorrências. Foi por isso que temi pelo 3º simpósio com a Lua Fora de Curso, e resolvi tomar algumas providências que se mostraram acertadas.
No meu modo de ver a astrologia, não é possível determinar algo como “nessa data de jeito nenhum” ou, ao inverso, “nessa data é batuta, não tem como dar errado”. Se houvesse um astrólogo que garantisse esse tipo de coisa eu me tornaria seu cliente, mas eu garanto que não é possível. Se fosse, eu ia contratar uma eletiva para abrir uma empresa e desbancar o Eike Batista. Aliás, duvido que ele – o Eike - use a eletiva para abrir seus negócios. Aquilo que tem que dar certo irá buscar o momento certo; o mesmo para aquilo que dará errado, por mais que se tente manipular. Isso é válido inclusive para cesarianas. A astrologia deve vir sempre depois, nunca antes.
CELISA - No meu período sempre fizemos eletivas. Procurávamos localizar a data nas Luas Crescentes, evitando a Lua Fora de Curso e também a Lua muito tensionada, mas sempre mantendo o mês de agosto. Estou certa de que a boa eleição para 2002 contribuiu para que tenha sido possível superar, em muito boas condições, os problemas que tivemos que enfrentar.
Celisa Beranger em palestra
no simpósio de 2002.
OTÁVIO - A única coisa que busco na escolha de uma data é que o mapa tenha algum simbolismo coerente com o evento, principalmente nos luminares. Aí, tendo escolhido pelo bom senso o dia e hora, eu tiro o mapa e analiso as possíveis ocorrências. Nesse sentido, gosto de analisar mapas de eventos.
CONSTELAR - Qual foi o ano de maior sucesso de público? Dá pra lembrar quantas pessoas compareceram?
OTÁVIO - Até agora o Terceiro Simpósio, em 1999, o do “Grande Eclipse” (com a Lua Fora de Curso). Contando com o staff de apoio, passou dos 500 participantes. Por conta disso aconteceram alguns fatos lamentáveis e outros hilariantes. Este também foi o simpósio mais “folclórico”, se é que dá para se usar esse termo. No final, foi uma grande festa da astrologia.
CELISA - No meu período o ano de maior sucesso foi o primeiro, 2002, quando tivemos cerca de 300 pagantes e, entre convidados e palestrantes, eram entre 80 e 100 pessoas. Mais 20 trabalharam durante todo o evento, portanto no total foram cerca de 400 participantes.
MARILDA - No meu período foi o 7º Simpósio (2005) com cerca de 300 pagantes, fora convidados.
CONSTELAR - Nos últimos dois anos o Simpósio internacionalizou-se, com a vinda de profissionais como a argentina Silvia Ceres e o espanhol Juan Estadella. Contudo, a barreira da língua parece que desestimula parte da platéia. Qual o objetivo da abertura para os países de língua espanhola?
CELISA - Renovar e promover o intercâmbio, que sempre é muito bom.
MARILDA - O objetivo foi o intercâmbio, que é sempre importante e enriquecedor.
CONSTELAR - O público brasileiro tem resistência a ouvir palestras em espanhol - ou em "portunhol"?
CELISA - Não acho que o público tenha resistência ao espanhol, foi só uma questão de habituá-lo. Uma prova disto é que no ano passado, o terceiro com a participação de argentinos, suas palestras estiveram lotadas e ouvi muitos elogios com relação às novidades que foram apresentadas. Os argentinos também se organizaram melhor e dois já apresentaram seus power point em português.
MARILDA - Acho que é uma questão de habituar a platéia. Ano passado as palestras dos argentinos foram muito elogiadas.
CONSTELAR - Os participantes de outros estados costumam observar que o público carioca adora ir ao simpósio para ver os próprios astrólogos cariocas. Há palestrantes de outros estados, pouco conhecidos no Rio de Janeiro, que às vezes falam para platéias relativamente reduzidas. Vocês confirmam essa tendência do público carioca de prestigiar quem já conhece bem e resistir à novidade?
MARILDA - Nunca percebi isso, acho até que os cariocas gostam de novidades. A platéia, escolhe as palestras pelo tema e pelo palestrante.
OTÁVIO - A preferência geralmente é pelo nome do palestrante junto ao meio, em primeiro lugar, e pelo título e sinopse do tema, em segundo lugar. Eu acertei na distribuição das salas nos dois primeiros simpósios usando esse critério, mas errei no terceiro, pois houve preferências bastante incomuns neste simpósio, o que causou algum tumulto na troca de salas, tendo como agravante a lotação.
CELISA - Acho que há interesse do público carioca por novidades. Lembro-me que em 2002, o primeiro com convocação de trabalhos, eles foram muito bem recebidos e todas as apresentações tiveram sala cheia. Em 2004 as palestras mais elogiadas foram exatamente aquelas das pessoas novas.
Os palestrantes chupa-público e a incrível história da mulher-tartaruga
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