Progressão
lunar e Kabbalah:
a evolução da consciência através
do ciclo da Lua
Autor: Carlos Hollanda
Editora Elevação - 390 páginas - 1999
Este é o nome do livro de Carlos Hollanda,
lançado em 1999 pela Editora Elevação, de São
Paulo. Com 390 páginas e excelente acabamento gráfico,
o trabalho veio suprir uma carência na literatura brasileira
sobre progressões e ciclos planetários.
Carlos Hollanda, um ariano com Ascendente em Virgem
e Mercúrio em Peixes, coloca em prática através
deste livro algumas potencialidades de sua carta natal: em conformidade
com o Sol em Áries, expõe os resultados de algumas
pesquisas pioneiras e desenvolve abordagens originais, como a da
aplicação dos princípios da Cabala (ou Kabbalah,
como ele prefere grafar, respeitando a origem etimológica
do termo) à análise de eventos políticos e
coletivos. O Ascendente Virgem manifesta-se na preocupação
detalhista e no uso dos aspectos chamados menores, como o quintil,
o tridecil e o vigintil. Só mesmo alguém com ênfase
em Virgem teria paciência para descobrir o septil da Lua progredida
que ativou o Saturno natal de Collor a dois dias do impeachment.
Já Mercúrio em Peixes deu sua cota
de contribuição para que este astrólogo carioca
de nascimento, descendente remoto de senhores de engenho de Pernambuco
e transformado em paulista por necessidade de trabalho, desenvolvesse
uma Astrologia fundamentada na base filosófica da Cabala
judaica (em Peixes, Mercúrio tende a sentir necessidade de
uma visão de mundo abrangente e unificadora, muitas vezes
encontrada na religião ou no pensamento místico).
Carlos Hollanda nada contra a corrente do esoterismo
fácil, que muitas vezes serve apenas para dar uma aparência
de profundidade e um verniz ocultista a um discurso astrológico
sem substância. Seu enfoque tem por base um conhecimento sólido
de princípios metafísicos, e está voltado para
aplicações bem concretas. É um astrólogo
místico, mas com os pés no chão. A seguir,
apresentamos alguns trechos do livro.
Por que escrevi este livro
Carlos Hollanda
Este livro foi feito em duas épocas diferentes,
isto é, foi terminado duas vezes. A primeira vez foi em junho
de 1996. Naquele ano, o mercado editorial estava um tanto ou quanto
estreito no Brasil, o que não só atrasou o lançamento
previsto, como provocou a desistência da publicação,
meses após o contato efetivo com a editora. Entretanto, como
astrólogo que faz da profissão uma filosofia de vida
e um meio de encontrar soluções para as dificuldades,
iniciei um replanejamento (vejam esse conceito no capítulo
sobre os quincunces) em tudo o que fazia até então.
Deixei o livro de lado durante quase um ano, para me preocupar com
assuntos mais imediatos, cursos, consultas, palestras e novos estudos
que me fascinavam. Enfim retornei ao material de 1996. Fui, aos
poucos, alterando aqui e ali, inserindo novos pontos de vista que
não havia percebido antes, e resolvi acrescentar mais dois
capítulos. Desde então (meados de 97), venho transformando
o velho livro em outro muito mais consistente e rico em conteúdo.
Tenho, portanto, pesquisado e praticado com mais intensidade os
conceitos que o leitor encontrará aqui (e que lhe serão
muito úteis) e os resultados têm-se mostrado bastante
promissores.
Uma perspectiva centrada
na alma
A extraordinária beleza e exatidão
das obras de Alan Oken e de Martin Schulman sempre me encantaram.
Considero-as, tal como as de Alice Bayley e as de Dane Rudhyar,
de leitura obrigatória para qualquer um que se proponha a
estudar e praticar o aconselhamento astrológico. Entretanto,
a maior parte do nível alcançado nos trabalhos desses
mestres da Astrologia só é absorvida por um público
selecionado pelo interesse no oculto, por aqueles que estão
de fato buscando um novo esquema evolutivo, não apenas matando
sua curiosidade. Infelizmente, nossa arte-ciência é
muito pouco aceita pela maior parte das pessoas do mundo, e isso
faz com que nosso esforço seja mais que hercúleo,
quando o direcionamos para a massa, para as pessoas mais carentes
no sentido de resolver os problemas mais cotidianos, compreendendo-os
sob uma nova ótica.
Nem todos estão inteirados dos ensinamentos
da Sabedoria Antiga, da Doutrina Secreta de Blavatsky, das ordens
de iniciáticas, Maçonaria etc. Além de tudo,
este conhecimento não passa a fazer parte de nossa vida tão
facilmente, mesmo que possamos comprar e ler dúzias de livros.
Embora a humanidade esteja num estágio de franca evolução,
para que se concretize o ideal de uma fraternidade mundial é
preciso estabelecer um grau mínimo de informação
e de acesso a ela. Já perdi a conta de quantas pessoas me
perguntaram se "esse negócio de Astrologia é
algo válido ou é só um meio de ganhar dinheiro
às custas de crendices". Fazer esse tipo de pergunta
para um astrólogo é o mesmo que perguntar a um fotojornalista
se ele costuma fazer montagens em suas fotografias, adulterando
a verdade, só para vender jornais. Isto mostra o quanto nós
temos que informar correta e profundamente. Por causa disso, fica
bastante difícil dissertar sobre o estágio evolutivo
em que um indivíduo se encontra ou sobre a missão
(que todos têm) que deve desempenhar na Terra.
O próprio Alan Oken, em seu livro Astrologia
e os Sete raios, afirma que é preciso conquistar o direito
de se ligar a uma causa mais elevada, a um propósito ou missão.
Mas como chegar a esse estágio? Como conquistar esse direito?
Ler livros ou participar de seminários por pura curiosidade
não leva ninguém a uma perspectiva centrada na Alma.
Esse chamado vem através de um forte desejo de participar
e de trabalhar em prol de causas coletivas, ser uma "ferramenta
dos céus", auxiliando a evolução ou dando
alívio ao sofrimento das pessoas, seja pela transmissão
do conhecimento, seja pela prática terapêutica. De
qualquer maneira, prefiro dizer que estamos no mesmo barco, embora
alguns estejam na proa e a maioria na casa das máquinas (por
vontade própria, pois ninguém os impede de subir até
o local dos passageiros). Se o barco afunda, todos têm o mesmo
destino, quer sejam mais evoluídos ou não.
Uma vez que a prática astrológica visa
à chegada gradual ao conhecimento de si mesmo e do Universo,
percebo a grande necessidade de obras dedicadas a quem procura resolver
as dificuldades mais cotidianas da vida para que seja possível,
no futuro, o empenho destas pessoas em seus caminhos pessoais de
iniciação. Como sempre diz Z'ev ben Shimon Halevi,
"devemos trazer o divino à Terra", mas devemos
entender que uma pessoa precisa ser normal em termos de cotidiano.
Viver a vida, fazer negócios e ter uma família fazem
parte da prática kabbalística. "Se um homem não
é capaz de lidar com os problemas terrenos, como poderá
lidar com as situações Celestiais?"
Introdução ao
ciclo progredido
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