A Monsanto e o mapa do Brasil
A comparação do mapa da fundação
da Monsanto com o mapa do Brasil revela por que agricultures brasileiros
deixaram-se levar com tanta facilidade pelo canto da sereia. A oposição
entre o Sol da Monsanto - princípio ativo, masculino - e
a Lua do Brasil - princípio receptivo e feminino - mostra
o acolhimento que a gente do campo (casa 4) deu às sementes
modificadas que prometem colheitas maravilhosas. Júpiter
envolvido no aspecto reforça o tom de acolhimento e a abertura
do mercado brasileiro à multinacional da área química.
Até aqui, um para a Monsanto, zero para os defensores do
meio ambiente. Mas há também a extrema ativação
da casa 11 do mapa do Brasil, com destaque para Marte da Monsanto
em conjunção com Urano-Netuno da carta da Independência.
O que significa isso?
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Círculo interno: Independência
do Brasil (7.9.1822, 16h30 LMT, São Paulo, SP); círculo
externo: planetas da carta de fundação da Monsanto
(29.11.1901 - cálculo para as 12h, Chicago, EUA). Observar
os aspectos de Plutão, Urano, Júpiter e Saturno
da Monsanto ao Sol do Brasil; Marte da Monsanto a Urano-Netuno
do Brasil; e Sol da Monsanto a Lua-Júpiter do Brasil. |
A casa 11 simboliza o Congresso Nacional (especialmente
a Câmara dos Deputados) e a vida político-partidária,
em geral. Nosso Congresso não se notabiliza exatamente pela
transparência e coerência político-partidária
(Netuno na cúspide da 11). O Marte da Monsanto, ao pressionar
esta conjunção Netuno-Urano, pode gerar algumas decisões
emocionais e precipitadas, mas, por outro lado, obriga parlamentares
a sair do comodismo da indefinição e correr o risco
de um posicionamento mais incisivo. A ameaça das sementes
da Monsanto injeta adrenalina no Congresso - e já estamos
vendo isso na discussão em torno da nova lei de biossegurança.
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Ambientalistas do mundo inteiro sempre condenaram
a Monsanto, fabricante da perigosa Dioxina e do desfolhante
Agente Laranja. |
Os interaspectos mas impressionantes, contudo,
são aqueles que afetam o Sol do Brasil. Este Sol, em Virgem,
fecha nada mais nada menos que uma quadratura com Urano e Plutão
da carta da Monsanto, cuja importância já vimos. É
como se, através dessa empresa, o país fosse mais
uma vez desafiado a posicionar-se diante do risco de ter sua economia
e soberania engolfadas pelos interesses
dos grandes conglomerados transnacionais. Dois a zero para a Monsanto?
Não necessariamente: a conjunção Júpiter-Saturno
da multinacional americana faz trígono quase perfeito com
o Sol do Brasil, mostrando que temos uma oportunidade de ouro de
definir com mais objetividade (Saturno) e abrangência (Júpiter)
nossas relações de parceria (Sol na casa 7). É
uma oportunidade sob condições adversas, mas ainda
assim uma oportunidade. Tratemos de aproveitá-la. A questão-chave
que se coloca no momento é a da política de atualização
tecnológica (Plutão-Urano afetando o Sol do país).
Temos a opção de vivenciar o lado mais escuro de Plutão,
engolindo as sementes que a Monsanto nos empurra goela abaixo; e
temos a possibilidade de definir diretrizes mais estimulantes para
o desenvolvimento de biotecnologia brasileira, via Embrapa e pesquisa
universitária, sem esquecer a questão ambiental. A
Monsanto nos acordou. Esperemos que ainda a tempo de reagir.
Leia outros artigos de Fernando
Fernandes.
Voltando ao início:
O risco dos organismos geneticamente
modificados
Aspartame: "Tá dominado. Tá
tudo dominado."
A Monsanto e a diplomacia do porrete
Leia também, de Valeria Bustamante:
Transgênicos: uma
deusa, uma empresa, uma patente, uma votação
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