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ASTROLOGIA E REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL

Os legisladores do céu

Fernando Fernandes

 

Artur da Távola, o discreto senador da casa 12

Artur da Távola é o nome pelo qual é conhecido o advogado, jornalista, radialista, escritor e professor Paulo Alberto Monteiro de Barros, nascido em 3 de janeiro de 1936, às 7h, no Rio de Janeiro. O articulado Ascendente em Aquário esconde um Sol e uma Lua em signos de Terra, elemento, aliás, mais enfatizado em sua carta natal.

A presença de Sol e Mercúrio em Capricórnio na casa 12, conjugada à de Urano (regente do Ascendente) e da Lua em Touro na 4, já são suficientes para caracterizar este escritor e parlamentar como um tipo interiorizado, introvertido, muito atento à dimensão subjetiva da existência. Some-se a isso a oposição de Mercúrio a Plutão, que define um padrão de comunicação discreto, sóbrio, profundo e consistente.

Artur da Távola começou sua carreira política em 1960, elegendo-se Deputado Constituinte do então recém-criado Estado da Guanabara. Em 1962 foi novamente eleito, desta vez para a Assembléia Legislativa, mas teve seu mandato cassado pelo regime militar, em 1964. Exilado, viveu na Bolívia e depois em Santiago, onde foi professor de jornalismo audiovisual da Universidade do Chile. Voltou ao Brasil em 1968, mas o AI-5 impediu-o de retomar a vida política. Daí até 1982, Artur da Távola ficou conhecido principalmente pelas crônicas diárias que escrevia para jornais de grande circulação, mais tarde reunidas em livros de sucesso, como Mevitevendo (1977) e Alguém que já não fui (1978).

Artur da Távola - 3.1.1936, 7h - Rio de Janeiro, RJ - 43w12, 22s54.

O "gostinho pelo poder" que o levou à carreira política tem relação direta com o Sol em Capricórnio e com Marte, regente da 10 (Escorpião), na casa 1. Já o fato de ter enfrentado o exílio e trabalhado no exterior é concordante com Sol e Mercúrio na casa 12, sendo Mercúrio o regente da casa 9. O sentido é literal: Mercúrio (jornalismo, comunicação) regendo a casa 9 (países estrangeiros e universidades) e ocupando a casa 12 (exílio).

Com Marte em Aquário, temos uma preocupação com causas sociais, o que é reforçado pela presença de Júpiter em domicílio na casa 11 em quadratura com Netuno (idealismo, generosidade, uma perspectiva abrangente e um tanto utópica). É este aspecto, somado ao Marte em Aquário na casa 1, que explica o patrocínio de Távola ao projeto da regulamentação da profissão de astrólogo, algo que, com certeza, ainda irá trazer-lhe algumas dores de cabeça.

Se o horário de nascimento estiver absolutamente correto, Netuno é também o regente da casa 3, sendo que a relação entre tal planeta e a casa da comunicação verbal costuma ser muito comum no mapa de escritores ou jornalistas que se valem de pseudônimos. A busca de uma referência medieval na escolha do pseudônimo (o Rei Artur e a Távola Redonda) tem relação com a presença de Urano (o inconvencional), regente do Ascendente (a identidade), no Fundo do Céu (as raízes históricas, a ancestralidade) e em conjunção com a Lua (a memória afetiva e a imaginação).

Nas eleições de 1982, Távola tenta voltar à vida parlamentar candidatando-se a senador pelo Rio de Janeiro. É eleito apenas em 1987, como Deputado Constituinte. Acaba assumindo a função de Relator do Projeto de Texto para os capítulos de Família, de Educação, Cultura, Esporte, Comunicação, Ciência e Tecnologia na Assembléia Nacional Constituinte.

Em 1988 torna-se um dos fundadores do PSDB e concorre sem sucesso à Prefeitura do Rio de Janeiro. De volta à Câmara, atua em comissões como a de Educação, Cultura, Esporte e Turismo e também naquela que institui o Estatuto do Menor. Participa ativamente da campanha pró-parlamentarismo, em 1993, e em 1995 elege-se para o Senado, onde continua a atuar com mais ênfase nas áreas de Educação e Cultura. Tanto que, em 2001, assume a Secretaria de Cultura do Município do Rio de Janeiro.

No mapa de Artur da Távola, Saturno, co-regente do Ascendente (por ser o regente clássico de Aquário) e dispositor do Sol, encontra-se na casa 2, bem aspectado e formando, inclusive, um trígono com o Meio-Céu. Vênus está na 10, quase na cúspide da 11, em trígono com Plutão. Estes dois fatores são os mais fortes da carta no sentido de indicar sucesso na carreira política. Por outro lado, a ênfase nas casas 12 e 4 fez de Távola um senador que raramente se coloca sob os holofotes da mídia. Não é um político que "apareça" muito, mas é altamente eficiente em articulações de bastidores.

Luiz Sérgio, o metalúrgico pró-Astrologia

Luiz Sérgio nasceu em 9 de abril de 1958, em Angra dos Reis. Foi metalúrgico durante 22 anos, trabalhando no estaleiro Verolme. Eleito prefeito de Angra dos Reis aos 34 anos, pelo PT, enfatizou a área de educação básica, dobrando o número de alunos matriculados no município. Eleito Deputado Federal pelo Rio de Janeiro, preocupa-se fundamentalmente com políticas de geração de emprego.

Luiz Sérgio, cujo horário de nascimento desconhecemos, tem o Sol em Áries e Marte, seu dispositor, em Aquário, a apenas quatro graus do Marte de Artur da Távola. Este é um dos pontos em comum dos dois parlamentares que apresentaram projetos pela regulamentação da Astrologia. O outro é a presença de um aspecto Júpiter-Netuno. Em Távola, é a quadratura; em Luiz Sérgio, trata-se de uma conjunção, com ambos os planetas opostos a Mercúrio, configuração que se estrutura ao longo do eixo dos nodos.

O céu pode esperar? - A tramitação do projeto de lei e as primeiras reações dos astrônomos
Os irredutíveis gauleses - Astrólogos que são contra a regulamentação
Astrólogos paulistas discutem seus rumos - Conclusões do Fórum Astrologia 2002
Os projetos em versão integral - Texto completo dos dois projetos de regulamentação da Astrologia

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