Fórum Astrologia
2002
Em São Paulo, astrólogos debatem
o ensino, a relação com o cliente e a difícil
convivência com a imprensa.
Aconteceu em São Paulo, no dia 23 de junho,
o Fórum Astrologia 2002. A iniciativa foi da Escola Gaia
e 64 astrólogos, a maioria de São Paulo, passaram
o dia discutindo questões relevantes para a estruturação
da carreira e de seu ensino. A comissão organizadora do encontro,
formada por Patrícia Boni, Gregório Queiróz,
George Ferreira Jorge, Márcia Bernardo, Lydia Vainer e Robson
Papaleo, divulgou um resumo do debate, alertando que o objetivo
foi "simplesmente demarcar aqueles assuntos que, num momento
futuro, deverão ser discutidos e aprofundados, visto que
até então eles só foram expostos e não
sofreram análise alguma".
O Fórum não esteve associado a qualquer
órgão de classe, entidade ou grupo, tendo sido organizado
por uma comissão interessada em reunir os astrólogos
para conhecer a realidade atual da Astrologia. Na realidade, a proposta
do Fórum foi, antes de propor soluções, fazer
uma espécie de inventário dos assuntos que devem ter
prioridade nas próximas discussões. Assim, o relatório
expressa as colocações feitas por participantes, sem
um caráter conclusivo e decisório.
Ensino de Astrologia: os
problemas identificados
O primeiro bloco de discussões do Fórum
tratava dos seguintes tópicos: Astrologia e Teoria - Ensino,
Estudos e Pesquisa. Situação atual e real das escolas
de Astrologia. A questão da duração, motivação
e continuidade nos cursos.
Um problema identificado é a redução
do número de alunos interessados em iniciar um curso de astrologia.
Segundo alguns participantes do fórum, a desmotivação
vem do fato de que o curso é sempre mais longo do que o aluno
imagina. Há também os que vêem a causa na concorrência
da Internet, que facilita ao interessado o acesso ao tema. Para
outros, a redução do número de alunos ocorre
porque o público em geral desconhece o verdadeiro significado
da astrologia. Há, portanto, um trabalho de marketing a fazer,
no sentido de divulgar e motivar o público a estudar esta
disciplina.
É necessário buscar novos métodos
em marketing: se faltam alunos, a culpa nunca é do
mercado, mas de quem oferece o serviço.
Sobre a linguagem da astrologia: há
o desafio de como adaptar e traduzir um conhecimento tão
antigo no mundo moderno. Outro desafio é como modernizar
o ensino, mantendo sua estrutura e qualidade e ao mesmo tempo
motivando as pessoas. Segundo alguns opinantes, os cursos
continuam sendo meramente expositivos e não pressupõem
uma maior participação do aluno. O problema
não se encontra no conteúdo, mas na forma como
este conteúdo é transmitido. Daí a necessidade
de o professor rever sua postura e de se preparar melhor.
Antigamente, os alunos procuravam o ensino
astrológico por curiosidade; hoje, procuram por conta
de uma formação profissional, preocupados mais
com a qualidade. Atualmente, algumas escolas de São
Paulo mantêm uma mesma grade curricular, facilitando
a visão para quem vem procurar a astrologia.
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Em outros Estados, não há escolas que
sigam o mesmo cronograma de curso, "cada uma dá aula
no seu canto". Em breve, em Belo Horizonte os profissionais
formarão uma única escola.
Os cursos de astrologia são dados na base
da emergência, ensinando todos os conceitos num curto espaço
de tempo, o que torna o ensino bastante confuso. Ademais, não
há sentido em se formar de 10 a 20 profissionais por ano,
já que o mercado não os absorve.
Algumas propostas
Propõe-se a redução da distância
existente entre o ensino metodológico, teoria e prática:
há que deixar a astrologia mais vivencial, fazer uma ponte
com o dia-a-dia.
Alerta-se que já há a possibilidade
de realizar um curso de astrologia na universidade como curso de
extensão. Hoje, é possível reconhecer a astrologia
como um curso técnico, mas não universitário:
os profissionais podem dar aula, não precisam ter o título
universitário de mestre.
Parte da platéia levantou a dúvida:
por que regulamentar um curso que não tem alunos? Enquanto
isso, outros debatedores propunham estabelecer um currículo
padrão a ser utilizado por todas as escolas brasileiras.
Como primeiro passo, instituir uma comissão para definir
tal currículo de no mínimo 800 horas, que é
a exigência do MEC. Foi lembrado que o ensino de Yoga já
tem esse currículo, que está por ser regulamentado.
Tentar estabelecer um diálogo com os profissionais de Yoga
para compreender melhor os impasses e resoluções que
ela está encontrando.
Discernir quais são as exigências de
um astrólogo na função de professor e na função
clínica: nem sempre um bom astrólogo é um bom
professor.
Relação com
o cliente
A atuação do astrólogo começa
na formação, é imprescindível estabelecer
o que se pode fazer e o que não se pode fazer como profissional.
Quem pode cumprir este papel orientador é a própria
escola. Há também que conhecer os códigos de
ética, a fim de evitar o determinismo.
A ética deve ser trabalhada entre os próprios
astrólogos e clientes. No atendimento clínico alguns
astrólogos pedem para o cliente transcrever a fita e retornar
ao consultório para um segundo atendimento. Esta prática
elimina projeções, fantasias etc.
Além da capacidade teórica é
fundamental o equilíbrio do astrólogo no seu atendimento
clínico. A astrologia é matéria humana antes
de qualquer coisa.
A relação dos
astrólogos com a mídia
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