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O governo de Fernando De la Rúa Fernando De la Rúa foi eleito em 24 de outubro de 1999 e chegou à presidência em 10 de dezembro do mesmo ano. Há dois mapas possíveis para o seu governo, ambos com Ascendente em Aquário: o primeiro é o do juramento à Constituição, no Congresso, marcado inicialmente para às 9h da manhã, mas ocorrido apenas às 9h46. Este mapa pode mostrar como o presidente se relacionou com as instituições e as leis do país, a começar pelo próprio Congresso. O segundo mapa é o da transmissão de cargo propriamente dita, às 11h, quando De la Rúa recebeu de Carlos Menem a faixa (como no Brasil) e o bastão presidencial (um bastão: observe-se o aspecto fálico associado ao exercício do poder!). Este mapa da transmissão do cargo é, naturalmente, aquele com maior peso simbólico, e dá informações sobre o estilo pessoal do presidente e as condições que teve de enfrentar. O primeiro, porém, carrega o significado de compromisso do presidente perante os poderes da nação. Analisemos ambos. No mapa do juramento da Constituição, o Ascendente está em 11º46' de Aquário e enquadrado entre Marte e Urano - relações conflituosas ou de resultados imprevisíveis com o Congresso e violência à vista. No mapa da independência da Argentina, Marte rege a casa 7, dos inimigos e dos conflitos. No momento do juramento, Netuno na 12 faz quadratura com Vênus na casa 10, em conjunção com o Meio-Céu, mostrando um presidente confundido por acontecimentos além de seu controle (Vênus aqui simboliza o próprio De la Rúa, por seu posicionamento por casa - o Meio-Céu é o chefe da nação). Vênus já está em Escorpião, signo de seu exílio, e envia ainda uma oposição a Saturno em Touro na casa 4 (restrições provocadas por opositores ou resistência originária da própria população, além de indicar também problemas com a produção agrícola ou com lideranças rurais). Com Marte e Urano - uma dupla "do barulho" - no Ascendente, fatos inesperados e que se desdobram com rapidez, violência e aperto de cintos são fortes indicações. Basta observar que ambos os planetas recebem a quadratura do restritivo Saturno no Fundo do Céu. Mas o segundo mapa é ainda mais importante. O Ascendente se desloca para 27º de Aquário, em conjunção com o Ascendente do Brasil. Não é de estranhar que os acontecimentos do governo de De la Rúa afetassem tão intensamente nosso país nos últimos meses.
Neste mapa da transmissão de cargo, o Meio-Céu está em Escorpião e Mercúrio é o planeta mais elevado (De la Rúa é um virginiano). Os aspectos tensos entre Netuno, Vênus, Saturno, Marte e Urano deslocam-se para as casas 9 (relações com o exterior, mudanças constitucionais e ministros), 12 (os que estão fora da sociedade - desempregados, marginais, miseráveis), 3 (mídia pouco favorável) e envolvem por regência a casa 2, em Peixes (o regente, Netuno, está na cúspide da 12, mostrando a economia fora de controle). Não são cartas excepcionalmente ruins, por dois motivos: em primeiro lugar, Sol e Lua, significadores essenciais em qualquer mapa, não se encontram severamente tensionados; segundo, e mais importante, nenhuma carta astrológica prefigura de forma absoluta e inescapável a ocorrência de eventos negativos. De la Rúa poderia estar ainda no poder, caso tivesse tido a coragem de desengessar a economia argentina, desvinculando o peso do dólar logo no início de seu mandato. Que a moeda era o fator-chave para seu sucesso está indicado nos dois mapas pela presença da Parte da Fortuna na cúspide da casa 2 (economia). A Parte da Fortuna é uma síntese da relação Sol-Lua-Ascendente e a casa onde cai, quando no mapa de eventos, sempre indica uma área que deve merecer toda a atenção. O mapa da posse de De la Rúa potencializa o mapa da Independência da Argentina pelo fato de que as duas Luas encontram-se em conjunção. Como já vimos, esta Lua em exílio e tensionada é um dos fatores mais difíceis da carta do país, indicando uma tendência ao pessimismo, à desconfiança do povo e à depressão. De la Rúa toma posse sob esta mesma Lua desiludida e exigente. A classe média que o elegeu já se distanciaria dele apenas seis meses depois, quando o presidente lança mão dum tarifaço (substancial aumento de impostos) para tentar recompor as contas do país. Daí em diante, os fatos falam por si.
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