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Direções Primárias As Direções Primárias são aquelas que se fundamentam nos primeiros movimentos do Primum Mobile, logo após o nascimento. Onde primum mobile, o primeiro motor, a esfera que em seu movimento diário arrasta consigo todas estrelas e corpos do firmamento, é a esfera celeste. As direções primárias, por princípio, são aquelas que se formam pelo movimento da esfera celeste, vista do local do nascimento, logo após o instante em que aconteceu esse nascimento. Nessas direções são considerados os primeiros aspectos, no espaço, que as novas posições na esfera formam com posições iniciais. Os aspectos nessa situação espacial não podem ser medidos da mesma forma como são medidos no plano da eclíptica. Na esfera celeste, vista de um local, dois astros que nascem ao mesmo tempo (que possuem a mesma ascensão oblíqua), estando juntos ao mesmo tempo no horizonte, são considerados como estando em conjunção, embora possam ter longitudes bastante diferentes. Também são considerados em conjunção na esfera celeste, se culminarem juntos, se atingirem ao mesmo tempo o meridiano local. Mas essa situação de união, de conjunção, não se dá apenas quando dois astros estão ao mesmo tempo no horizonte ou no meridiano do lugar. Ela ocorre também quando eles estão no mesmo semi-círculo de posição - semi-plano (ou superfície, no caso Placidus) da mesma natureza que aqueles utilizados no processo de domificação que está sendo utilizado. Isso faz com que todo processo de direções primárias, fundamentalmente, esteja ligado à forma da domificação adotada. Planos (ou superfícies), com características comuns, determinam as posições de cúspides e as posições dos astros na esfera celeste, para efeito de direções primárias. Infelizmente, é comum astrólogos que utilizam ou escrevem sobre direções primárias desconhecerem esse princípio que fundamenta essas direções. H.Selva, em nota da página 34 de seu livro La Domification, edição de 1917, cita erro desse tipo, cometido pelo primeiro Zadkiel (Commandant Morrison) no livro Grammaire d'Astrologie, 2a. edição, página 76.
A rotação da esfera celeste faz com que seus astros ou pontos descrevam arcos de círculos paralelos ao equador. Dessa forma, cada um desses arcos pode ser medido pela diferença da AR (ascensão reta) de sua posição inicial e de sua AR no outro instante considerado. O movimento da esfera celeste pode ser considerado de duas formas diferentes: pode-se considerar a Terra fixa e a esfera celeste girando, ou pode-se admitir a Terra girando em torno de seu eixo e a esfera celeste fixa. Essas formas diferentes geram arcos de direção primária também diferentes, quando envolvem pontos com declinações diferentes. Por exemplo, o arco que o ponto "A" deve descrever para atingir o círculo de posição do ponto "B", que tem declinação diferente de "A", é diferente do arco que "B" deve descrever, em sentido contrário, para atingir o círculo de posição de "A". No exemplo, em ambos os casos, está-se procurando o arco de direção que deve ser percorrido para que "A" e "B" fiquem sobre um mesmo círculo de posição - para que estejam em conjunção (ou oposição), em termos de direções primárias. Em um dos sentidos diz-se que houve direção direta (quando a esfera gira), no outro que houve direção conversa (a esfera é fixa e a Terra gira). Essas direções em ambos os casos, são direções mundanas, por terem sido consideradas no espaço. Nas direções primárias conversas o planeta ou ponto que está sendo dirigido é considerado como estando rigidamente ligado à Terra, acompanhando seu movimento de rotação, contrário ao da esfera celeste, converso com relação a ela. Se esses círculos de posição passassem pelas projeções de "A" e de "B" sobre a eclíptica, pontos que caracterizam suas longitudes, o mesmo procedimento anterior diria respeito a direções zodiacais, diretas e conversas. Para se calcular o arco que um astro deve caminhar, em certo sentido, para formar determinado aspecto, por exemplo um sextil, com um ponto da esfera celeste, deve-se inicialmente considerar os círculos de posição, um pelo ponto e o outro (ou outros, um de cada lado, se for o caso) que estão a 60° (sextil) do primeiro. Em seguida deve-se calcular o ângulo sobre o equador (como diferença de ARs) que separa o astro desse último círculo de posição. - (No processo de Placidus, deve-se entender círculo de posição como sendo superfície de posição).
Equivalência entre arco de direção e intervalo de tempo
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