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DISCUTINDO O PAPEL DA ASTROLOGIA
Sugestões para a
Astrologia Brasileira
Do prestígio ao banimento
É indubitável o fato
de que o nosso Descobrimento muito se deve à incorporação
de conhecimentos astronômicos e astrológicos oriundos dos
árabes, via Escola de Sagres do Infante D. Henrique, precursor
das grandes navegações dos séculos XV e XVI. E as
observações do céu eram de fundamental importância
para o sucesso ou não das viagens por mares nunca antes navegados.
Isto porque, naqueles tempos, Astrologia e Astronomia eram uma coisa só,
de aplicação prática no cotidiano, muito tempo antes
do decreto do francês Colbert bani-la da Academia de Ciências
Francesa, surgindo então a Astronomia, filha bastarda e (até
hoje) ingrata, concebida nos amores incestuosos com o racionalismo da
época.
O que é mais estarrecedor é o fato de que somente a partir
do século XIX voltaremos a ouvir falar de forma consistente da
presença de Astrologia aqui no Brasil, e mesmo assim, ligada a
círculos ocultistas, como muito bem disse Antonio Carlos Harres,
em seu texto sobre a História da Astrologia no Brasil.
Jean-Baptiste Colbert, Marquês de Seignelay
(1619-1683), foi o Controlador Geral das Finanças na França
de Luís XIV. Foi também o responsável pelo
retirada da Astrologia do currículo das universidades.
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Nosso país carece ainda de uma
tradição astrológica consistente, até em função
da conjuntura histórica que esta disciplina atravessou nos negros
anos dos séculos XVII e XVIII. Depois, era natural que os colonizadores
coibissem qualquer tentativa de desenvolvimento cultural da nova colônia,
o que poderia suscitar idéias revolucionárias...
O que temos de nossas raízes astrológicas, afora os mitos
indígenas, a observação do céu pelos primeiros
navegadores e talvez os primeiros almanaques aqui publicados pelos círculos
ocultistas, provém das tradições francesa e anglo-saxônica.
E somente agora, passados cinco séculos, estamos procurando retomar
o tempo perdido, resgatando não somente o saber que deu origem
a esta "Arte", como também o legado das tradições
latina, medieval e árabe, tendência atual da Astrologia contemporânea.
Somente resgatando o elo perdido da tradição teremos condições
de construir uma base sólida, um solo fértil para podermos
começar a pensar em desenvolver as bases de uma Astrologia tupiniquim,
desvinculada dos padrões culturais dos americanos e ingleses e
mais ligada à nossa realidade.
Reconciliando
as tendências astrológicas clássicas com as nacionais
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