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O GRANDE ALINHAMENTO DE MAIO DE 2000
O encontro marcado

Fernando Fernandes
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Efeitos políticos

A configuração de maior risco é aquela que une por quadratura Urano em Aquário a Sol, Júpiter e Saturno em Touro. O componente desestabilizador é representado por Urano, significador de processos rápidos, surpreendentes, turbulentos ou autocráticos que agem sobre estruturas estáveis (Saturno em Touro) ou forças que representam o poder e a lei (Sol e Júpiter). A conjunção Júpiter-Saturno, exata em 28 de maio, reforça a dimensão social desta configuração. O alinhamento de maio afeta diferentes planetas e casas em cada mapa nacional, de governantes e de grandes instituições, cabendo analisar cada caso em particular para prognósticos mais precisos. De forma geral, ocorrências políticas possíveis neste período envolvem motivações econômicas, especialmente aquelas relacionadas à estabilidade da moeda e a gêneros de primeira necessidade, assim como motivações territoriais, seja de caráter internacional (disputas fronteiriças, por exemplo), seja de ordem interna (conflitos pela ocupação de terras produtivas).

Efeitos geológicos

Muitos astrólogos, especialmente os que seguem filosofias esotéricas que prevêem grandes transformações planetárias nos próximos anos, associam o alinhamento de maio à possibilidade de um movimento de verticalização do eixo da Terra, com conseqüências imprevisíveis. Em escala regional, esta configuração vem sendo relacionada com a possibilidade de grandes movimentos sísmicos na região da Califórnia (falha de San Andreas) e em outras áreas de instabilidade ao redor do mundo, como o Mediterrâneo (Itália, Grécia, Turquia, Marrocos etc., que fazem parte do "Cinturão do Fogo"), os Andes, o Caribe, o Himalaia e a Oceania. Muitas previsões são tentativas de corroboração astrológica de profecias de Nostradamus e de comunicações paranormais recebidas por sensitivos de todas as religiões, cujas percepções coincidem na descrição de um período de grande escassez, transformações geológicas bruscas e mudanças climáticas perturbadoras. As visões de Nostradamus também referem-se com insistência à possibilidade de um grande conflito militar envolvendo potências do Ocidente contra forças orientais. Não há concordância quanto a serem islâmicas, eslavas ou chinesas, nem tampouco quanto às datas.

Aqui, cabe uma observação: catástrofes geológicas ou conflitos em escala mundial vêm sendo sucessivamente anunciados por astrólogos e videntes desde pelo menos os anos sessenta. A maioria das previsões não se concretizou, mas algumas, de caráter mais específico, foram surpreendentemente precisas. O astrólogo francês André Barbault, por exemplo, previu com vinte anos de antecedência o declínio do império soviético em correspondência com a conjunção Saturno-Netuno em Capricórnio, o que efetivamente veio a ocorrer. A astróloga brasileira Martha Pires Ferreira, que tem uma visão bastante pessimista sobre os próximos anos, também acertou diversas previsões sobre a política mundial.

Previsões de grandes terremotos tendem a ganhar força em alinhamentos planetários e eclipses, mas representam apenas uma dentre muitas possibilidades.

É inevitável, se bem que indesejável, que, ao elaborar prognósticos de alcance tão vasto, o astrólogo deixe-se contaminar pelas próprias crenças ou convicções pessoais, muitas delas construídas a partir de revelações de sensitivos ou afirmações de líderes religiosos. Hoje já existe suficiente evidência de que intuições, premonições, vidências e comunicações mediúnicas são uma realidade a ser considerada. Há também, por outro lado, a constatação de que os mecanismos que regem tais fenômenos são em boa parte ainda desconhecidos, o que torna extremamente difícil identificar o que é realmente premonição e o que resulta de interferências do próprio sensitivo. Assim, os fenômenos ditos extra-sensoriais estendem-se por uma vasta gama que compreende desde a histeria e o puro charlatanismo até manifestações legítimas e confirmáveis, passando por todas as nuances intermediárias. Um ponto em comum é o fato de que mesmo as profecias que vieram a confirmar-se raramente foram enunciadas com datas precisas.

A mídia sensacionalista contribuiu em muito para confundir junto ao público a imagem do astrólogo e do sensitivo. Em princípio, a técnica astrológica prescinde totalmente de outros recursos e não se confunde com fenômenos psi. Na prática, muitos astrólogos são também sensitivos, em maior ou menor grau. O problema é que raramente deixam claro, ao divulgar suas previsões, se estas são resultado da investigação astrológica, pura e simples, ou da utilização de outros recursos. Assim, percepções extra-sensoriais truncadas, mal compreendidas ou simplesmente falsas resultam em previsões erradas que acabam sendo lançadas na conta da Astrologia, contribuindo para seu descrédito.

Do ponto de vista puramente astrológico, verificou-se um aumento de ocorrências geológicas em áreas tradicionalmente instáveis nos meses subseqüentes ao eclipse de agosto de 1999. Houve, por exemplo, uma bateria de terremotos de magnitude variável em regiões da Turquia, Grécia e países vizinhos, todos na chamada linha do eclipse (áreas em que foi visível). O grande alinhamento de maio, por envolver Touro (signo de Terra e significador da natureza, de forma geral), Saturno (estruturas geológicas), Júpiter (um amplificador de eventos) e Urano (significador de abalos sísmicos) também apresenta um potencial que pode traduzir-se em ocorrências geológicas de grande porte. Dá-las como uma certeza seria, entretanto, altamente temerário.

Localização de eventos com uso de equivalentes geodésicos
O grande alinhamento na carta de países e personalidades


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