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O GRANDE ALINHAMENTO DE MAIO DE 2000
O encontro marcado

Fernando Fernandes


Uma forma de compreender o encontro dos sete planetas clássicos em Touro é relembrar o alinhamento semelhante ocorrido em 1962, no signo de Aquário, e tentar entender o que significou. Neste artigo, exploram-se também algumas possibilidades relacionadas a acontecimentos na esfera geológica, ambiental, econômica e política - incluindo a projeção do stellium em Touro na carta de algumas cidades e de personalidades brasileiras.

O grande alinhamento de 1962

No dia 4 de fevereiro de 1962 ocorreu o auge do último grande alinhamento planetário a envolver os sete planetas clássicos, ou aqueles visíveis a olho nu, a saber: Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Neste dia, os sete planetas encontravam-se ocupando um estreito arco de pouco mais de dezesseis graus, em Aquário. Cinco deles estavam em órbita de quadratura com Netuno em Escorpião.

Em 3 de maio de 2000, a situação se repete, com a diferença, agora, de que os sete planetas estão em Touro, dois deles em quadratura com Netuno em Aquário e quatro em quadratura com Urano, também em Aquário. Antes de tentar entender o significado do alinhamento atual, caberia perguntar o que caracterizou os últimos 38 anos, intervalo de tempo entre os dois alinhamentos, e o que tornou este período substancialmente diferente das décadas anteriores.

Se vasculharmos a memória, não vamos encontrar nenhuma lembrança de eventos que tenham caracterizado 1962 como um ano excepcionalmente importante. Houve, é claro, alguns acontecimentos notáveis em várias campos de atividade humana, mas nada que pudesse ser identificado de maneira insofismável como um divisor de águas, o marco inaugurador de uma nova era. Contudo, se tomarmos estes 38 anos em bloco e compararmos com - digamos - as quatro décadas anteriores, veremos claramente a marca aquariana em toda parte. As mudanças não se deram de forma instantânea, nem foram percebidas em todo o seu alcance no momento em que se iniciaram, mas foram profundas e definitivas.

A primeira grande transformação está ligada à corrida espacial, já iniciada em meados dos anos 50, mas cujo auge ocorre no final dos anos sessenta. Em 1969 o homem pisa na Lua pela primeira vez. Se bem que este fato, em si, não tenha afetado significativamente a vida do homem comum, a corrida espacial gerou uma série de subprodutos, como a disseminação dos satélites de telecomunições, a miniaturização de equipamentos e um desenvolvimento sem precedentes na eletrônica, todos com forte impacto sobre as atividades produtivas e o comportamento das massas. Os microcomputadores de mesa e os laptops, os telefones celulares, as transmissões de TV em escala mundial, a automação bancária, a internet e as bolsas de valores virtuais são algumas das novas realidades que vieram no bojo da evolução tecnológica.

No rastro do agrupamento planetário de 1962, em Aquário, a chegada do homem à Lua em 1969.

O mundo ficou menor e a noção de fronteiras nacionais fragilizou-se diante da impossibilidade de estabelecer barreiras à invasão invisível da massa de informações. A única barreira que, contraditoriamente, continuou eficaz foi a idiomática: se o conceito de aldeia global difundido por Marshall McLuhan em meados dos anos sessenta não chegou a viabilizar-se plenamente, deve-se à multiplicidade de línguas e de alfabetos, que continuam a dividir o mundo em continentes culturais e a impedir, por exemplo, um intercâmbio mais eficaz entre Oriente e Ocidente.

Outra grande mudança refere-se ao fato de que, pela primeira vez, a capacidade humana de transformar o ambiente natural conseguiu superar amplamente a capacidade da própria natureza em reconstituir-se. Em 1962 é lançado nos Estados Unidos um livro que não chegou a ser exatamente um best-seller, mas que abriu caminho para uma ampla discussão ainda hoje em aberto. O livro em questão chamava-se Primavera Silenciosa, um libelo contra a destruição dos ecossistemas naturais e suas terríveis conseqüências. A década de 60 vê surgir a consciência ecológica e o movimento hippie, sintomas de que uma parcela da população começava a acordar para o potencial destrutivo do rompimento do "pacto com a natureza". Esta consciência está hoje plenamente disseminada, mas não se transformou em ações concretas de reversão do caos. O modelo atual da sociedade industrial - e isso é fato mais que sabido - é inviável a médio prazo, e levará a uma perda brutal da qualidade de vida em todo planeta em menos de cinqüenta anos.

Terra, um planeta mutilado

O alinhamento de maio de 2000 e seus efeitos
Localização de eventos com uso de equivalentes geodésicos
O grande alinhamento na carta de países e personalidades


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