Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 90 :: Dezembro/2005 :: - |
|
|
Novidades em mapas do Brasil Um link direto para os vinte mapas mais recentes Em breve: uma nova versão de Mapas do Brasil. |
MITOLOGIA E LITERATURAO mito da Moira
Um escritor italiano traz para o mundo contemporâneo a marca da Moira, ou da tragicidade compulsiva, e tematiza questões, como a determinismo e do livre arbítrio, que sempre foram caras a todos os astrólogos.
Campailla, no seu livro Il Paradiso Terrestre, objeto do nosso estudo, faz uma ponte entre o passado ultra milenar e o presente. Tendo como pano de fundo a atual herança da civilização grega, o Vale dos Templos, em Agrigento [abaixo] , o escritor em questão vai tecendo o seu romance, entremeado de intertextualidades pós-modernas, assim como de mitos e figuras da cultura grega e universal (Ulisses, Eros e Thánatos, Caim e Abel e tantos outros), com maestria e vigor, dignos de um verdadeiro artista. Os elementos da tradição insular combinam muito bem com os problemas sociais da Sicília moderna dos anos Oitenta, levando-nos a diversas leituras: mitológica, psicológica, sociológica, simbólica, inclusive esotérica. Para uma melhor compreensão, vejamos o que viria
a ser exatamente Moira. Não é possível estabelecer com certeza
se já, antes de Homero, "Moira" fosse representada como
coletivo, mas é muito provável que sim, devido à
origem antiquíssima do esquema trinitário e em geral das
concepções múltiplas de divindade. Em Delfos eram
duas as Moiras veneradas e na gigantomaquia tomavam parte duas Moiras,
armadas com clavas. Na sua mais antiga representação, no
vaso François, estavam retratadas como quatro. Mas a imagem mais
conhecida e mais freqüente entre os líricos e os trágicos
e em toda a literatura posterior são as três Moiras. Quando concebidas em número de três chamam-se Cloto ("a fiandeira") - símbolo dos altos e baixos que cada qual vive entre acontecimentos tristes e alegres); Láquesis ("a que distribui" a cada um a própria sorte); Átropos (a "imutável" ou a "inelutável", que ninguém consegue aplacar quando é chegado o momento da própria morte) [3]. Platão, na República, fala das fiandeiras
que tecem nosso destino. A fábula de Her, o Armênio - que
ressuscita doze dias após a morte - conta como as Moiras determinavam
a nossa vida aqui na terra.. É importante lembrar também da relação
existente entre as Moiras e a lua. Como é sabido, nas culturas
primitivas, o romântico satélite exerceu um papel mitogênico,
ligado tanto à noite (pelo seu caráter noturno), quanto
à fecundidade (pela sua relação com as águas)
e ainda devido à sua ciclicidade natural (por causa da periódica
presença astronômica). Tal relação com a lua
é atribuída, tardiamente, a fontes derivadas da filosofia
e da astrologia.
Ao longo do seu texto, Campailla consegue resgatar a origem
helênica contida no gens siciliano que por um lado está arraigada
no próprio povo da Nova Magna Grécia, e do outro, se origina
no grande amor pelos estudos clássicos, pilar de sua cultura. De
fato, em Il Paradiso Terrestre o escritor em tela extrai da atmosfera
natural de Agrigento, com seus templos gregos, o cenário ideal
para uma neo-tragédia fantasiada de romance. NOTAS: [1] P. Chantraîne,
Dictionnaire Étimologique de la Langue Grécque . Paris:
Éditions Klinchsieck, 1983, p. 679. |
|
Atalhos de Constelar 90 - dezembro/2005 | Voltar à capa desta edição |O batismo cristão dos deuses pagãos | Designações
astrológicas | Nenhum nome é casual?
| Um exercício de aproximação
| |
Cadastre
seu e-mail e receba em primeira mão os avisos de atualização
do site! |
|
2013, Terra do Juremá Comunicação Ltda. Direitos autorais protegidos. Reprodução proibida sem autorização dos autores. |