Um
olhar brasileiro em Astrologia
Edição 90 :: Dezembro/2005 :: - |
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25 ANOS SEM JOHN LENNONNem a força bruta pode um sonho apagar
No mapa de nascimento, as configurações que deixaram marcas em toda uma época. No mapa da morte, as estrelas da inevitabilidade. Na noite de 8 de dezembro de 1980, na calçada do edifício em que vivia, John Lennon foi assassinado com cinco tiros disparados pelo jovem Mark David Chapman, um desequilibrado que chegara a lhe pedir um autógrafo mais cedo, no mesmo dia. Aconteceu há 25 anos, mas continua na memória de uma geração inteira. Como Lennon conseguiu produzir um impacto tão forte na cultura popular? Qual era a fonte de sua criatividade e de seu carisma? No mapa natal de Lennon, Saturno, planeta da singularidade, rege o Meio do Céu - o papel assumido diante da coletividade - e encontra-se na casa 1 (auto-expressão), em oposição a Mercúrio na 7. Este Mercúrio, por si só um significador de comunicação e linguagem, é também regente da casa 3, que diz respeito a estes mesmos temas. Lennon carregava, pois, a marca de alguém cuja contribuição ao mundo viria exatamente de uma forma muito singular de auto-expressão, fadada a provocar reações de incômodo e de estranhamento. Foi o que aconteceu, por exemplo, em 1966, quando, num rompante de provocação, Lennon disparou durante uma entrevista a famosa afirmação de que "os Beatles eram mais populares do que Jesus Cristo". Ou em 1969, quando John e sua mulher Yoko Ono promoveram o primeiro bed in num hotel em Amsterdã: sete dias deitados na cama de pijamas, cercados de jornalistas e discursando sem parar pela paz ao mundo. Antes, em 1967, as rádios inglesas haviam proibido a execução de Lucy in the Sky with Diamonds, do álbum Sgt. Pepper's Lonely Heart Club Band, porque as iniciais do título formavam LSD, sigla de uma potente droga alucinógena em moda nos anos 60. John Lennon - 9.10.1940, 18h30 (+01:00) - Liverpool, Inglaterra - 53n25, 02w55. Dos quatro Beatles, Lennon era, de longe, o mais politizado, o mais ácido, o mais sarcástico e também - contradição que só o mapa explica - aquele capaz de transformar em música os mais pungentes conceitos e as mais generosas utopias. Ao mesmo tempo agressivo e terno, crítico e romântico: é a Lua em Aquário na 11 (a identificação com os anseios coletivos, a insatisfação com o status quo) em oposição ao duro e intenso Plutão; é a conjunção Júpiter-Saturno em plena casa 1, mostrando a sintonia com as grandes questões sociais de seu tempo; é o Sol em Libra, enfim, cuja disposição para a polêmica e cujo espírito de contradição escondiam um profundo anseio de harmonia. Mercúrio em Escorpião e Lua oposta a Plutão: o duplo toque escorpiano mostra como Lennon sabia chegar no ponto e tocar as feridas mais incômodas. Mas a presença de Marte em Libra, regente do Ascendente, em conjunção com Netuno ajuda a entender a dimensão poética e visionária do homem que compôs Imagine, um dos dois mais significativos hinos pacifistas do século XX (o outro é "Blowin' in the wind", de Bob Dylan). O mapa da morte está em perfeita correlação com o de nascimento em função da presença de uma nova conjunção Júpiter-Saturno, desta vez em quadratura com o agressivo Marte na casa 5. Júpiter-Saturno estão em Libra, signo tão venusiano quanto Touro, onde estavam na carta de nascimento. Mercúrio, regente do Ascendente, encontra-se em exílio em Sagitário no Fundo do Céu, ponto do mapa associado ao fim da vida. Assassinato de John Lennon - 8.12.1980, 22h52 (-05:00) - New York, 40n42, 74w00. Contudo, é um mapa que fala menos de violência do que de carisma. Sol e Netuno, planeta do sonho e das utopias, estão em conjunção na casa 4, em Sagitário, como se para mostrar que a presença de John Lennon continuaria a se fazer sentir como inspiração e semente. Num mundo em que ainda se morre de fome enquanto a superpotência de George Bush torra milhões de dólares para dizimar inimigos reais ou imaginários, a mensagem de John Lennon ainda continua viva e necessária. A brotherhood of man, You may say I'm a dreamer, [Imagine todas as pessoas Ronaldo
Bastos (foto), um dos grandes letristas da MPB, compôs com Beto
Guedes no início dos anos 80 a Canção do Novo
Mundo, um belo tributo a John Lennon e ao que ele representou para
toda uma geração. É dessa canção, aliás,
o verso que dá nome ao presente artigo. Quem sonhou As canções Oh, nem o tempo, amigo, (...) Oh, minha estrela amiga, É claro que os últimos versos não pretendem ser mais do que uma licença poética. Contudo caberia perguntar: haveria no mapa da morte alguma "estrela amiga" que poderia fazer a bala parar? A resposta, infelizmente, é não, e com detalhes impressionantes. Uma das estrelas mais enfatizadas na carta de Lennon é a temível Algol, ou Cabeça da Medusa, considerada pelos clássicos como a mais maléfica, relacionada à paixão violenta, ao ciúme e à destruição. No mapa natal, Algol está na casa 1, em conjunção com Urano, regente da 12 (inimigos ocultos); e no mapa da morte Algol está em oposição ao mesmo Urano, reiterando a possibilidade de um fim violento e provocado pelo ciúme de um fã desequilibrado. Das estrelas de maior grandeza, Algol é exatamente a que se encontrava mais elevada no céu naquele momento. Entretanto, duas outras estrelas não tão conhecidas ocupam exatamente os ângulos da carta do mapa do assassinato: Tuban no Ascendente e Prima Hyadum no Meio do Céu. Quando Tuban (Alfa do Dragão) está no Ascendente e Marte está mal aspectado (o que é exatamente o caso), esta conjugação de fatores indica risco de morte em execução pública ou de queimaduras que acontecem na própria casa do nativo (Tuban é a cabeça do dragão, um ser que "solta fogo"). Já Prima Hyadum, de acordo com Ptolomeu, ocasiona lágrimas, eventos repentinos, ferimentos ou injúrias provocadas por armas. Se culminando (como no mapa da morte de Lennon) indica desgraça, ruína e morte violenta. Não havia, portanto, nenhuma estrela amiga que pudesse fazer a bala parar. Para tristeza de uma geração inteira que cresceu embalada pelas canções dos Beatles, o sonho acabou naquela noite de 8 de dezembro, em frente ao Edifício Dakota. Leia outros artigos de Fernando Fernandes. |
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