ASTROLOGIA MUNDIAL E PREVISÕES

Bush: "A Posse" (do mundo?)

O mapa da posse de Bush para um segundo mandato presidencial, em janeiro de 2005, não prenuncia nada de bom para os Estados Unidos e para o mundo nos quatro anos subseqüentes.

George W. Bush e sua postura pseudomessiânica não é o único elemento sobre o qual pretendo falar aqui, embora o início de seu segundo mandato, em 20 de janeiro de 2005, seja um dos pratos principais deste bastante breve conjunto de observações. Na verdade o ponto focal desta análise é a possibilidade ou não de vivermos um decorrer de 2005 complicado, com potencial para ações/invasões militares, crises diplomáticas e desacertos em negociações de paz. Falo de crise político-diplomática não apenas do ponto de vista dos interesses estadunidenses, mas também de questões que envolvem governos de outros países e seus antagonistas, como veremos adiante ao falarmos sobre problemas como os da Espanha, da Coréia do Norte, Irã, Cuba, Israel/Palestina, Venezuela etc.

Um primeiro tópico a tratar é o ângulo de 150 graus entre os planetas Saturno e Plutão, conhecido astrologicamente como "quincunce". Desde a segunda metade de 2004 até o término do primeiro semestre de 2005, Saturno e Plutão (o primeiro, tradicionalmente denominado "Grande Maléfico", e o segundo, um planeta descoberto somente em 1930, igualmente compreendido entre os fatores "maléficos" de mais alto teor) vêm formando esse ângulo.

Segunda posse de George W. Bush - 20.01.2005; 11:56h. Washington DC.

E onde entra Bush nisso tudo? Não é exatamente ele, mas o momento de sua posse e as diversas combinações entre seu mapa, os trânsitos planetários ao longo do ano e a convergência de aspectos violentos mais ou menos nas mesmas épocas, tanto para Bush quanto para os Estados Unidos. Igualmente, a ocorrência de configurações tensas (várias formações de quadraturas, oposições, quincunces entre planetas que têm entre seus atributos elementos de violência), atuantes no céu nos próximos meses, também manifestam-se para todos os outros países. Todavia, pelo fato de os Estados Unidos deterem atualmente a primazia em assuntos relacionados à guerra, dificilmente poderíamos pensar em um mundo sem intervenções estadunidenses. Isso, aliás, ficou bastante claro no discurso de posse do presidente. Ele praticamente disse que as forças armadas do Tio Sam estavam prontinhas para intervir em regimes que não seguem a cartilha neoliberal e a estranha "liberdade" de opinião e direitos que defendem enquanto usam de subterfúgios maniqueístas na propaganda para burlar as regras que, ao menos em teoria, deveriam ser respeitadas até perante a ONU.

Pelo desenho pode-se notar não apenas o quincunce Saturno-Plutão (assinalado em amarelo), mas algumas quadraturas (aspectos tensos) entre Sol, Saturno, Júpiter e Vênus, além da quadratura de Lua com Urano (tudo assinalado em vermelho), entre trígonos e sextis (aspectos fluentes, em azul). A configuração geral do mapa, com o dispositor do Ascendente (Vênus) na nona casa (estrangeiros, relações internacionais, religião/crenças, jornadas, peregrinações, ensino superior...), em meio a uma quadratura com Júpiter, identifica de imediato uma certa indisposição para o trato diplomático com culturas diferentes. Isso é bem reforçado pelas condições dos significadores de poder estabelecido (Saturno, Meio do Céu e Sol) e os de política exterior (Júpiter, casa 9, regente da casa 9). Saturno, que rege a casa 9 e o Meio do Céu daquele mapa, encontra-se em signo de seu exílio (Câncer) e numa "desconfortável" quadratura com Júpiter. Tal aspecto ocorre com alta freqüência em épocas de conflito que envolvem territorialidade, crenças, credibilidade e até guerras. Muito depende, entretanto, do posicionamento que esses planetas têm quando confrontamos sua localização com mapas radicais. Em que casas eles caem e com quais planetas desses mapas eles fazem contato?

Alguns exemplos

Tanto a quadratura de Saturno com Júpiter quanto o quincunce de Saturno com Plutão permanecem por um bom tempo no cenário celeste de 2005, e marca o mapa da posse acima apresentado. Saturno e Júpiter terminam uma primeira fase da quadratura em fevereiro, mas tornam a formá-la em dezembro de 2005. Saturno-Plutão mantêm o quincunce até julho de 2005. Vários fatores levam a crer que a fase mais crítica do ano se concentra entre os meses de julho e dezembro, adentrando, ainda, 2006 (ano que pode ter seu início marcado pelo recrudescimento das crises de 2005). Mais adiante veremos que julho e agosto, numa análise do mapa natal de Bush, de sua revolução solar e do mapa dos Estados Unidos, são meses em que a inabilidade diplomática pode desembocar em situações mais graves.

Israel, Palestina e Irã

No mapa do novo líder palestino o quincunce Saturno-Plutão ocorre precisamente com Saturno em trânsito em conjunção com Plutão radical. Não se pode esperar quietude e ausência de situações um tanto dramáticas num caso como esse.

O mapa de Israel ainda conta com a oposição de Plutão com Urano até meados de 2006, sendo este um dos aspectos comumente mais característicos de situações conflituosas. Isso pode estar indicando não só a dificuldade de Abbas e seus colaboradores em controlarem as ações terroristas, como uma certa vulnerabilidade de Israel a crises "dentro de casa", com o mesmo Plutão em quadratura com o Ascendente do país. Israel pode ainda ter que enfrentar crises com o abastecimento de água e o mesmo desgoverno (ou pior) nas áreas periféricas.

Mahmoud Abbas - Círculo interno: mapa solar calculado para o meio-dia de 26.03.1935,
sistema de casas iguais com o Sol na cúspide da primeira casa.
Processo usado no caso de ausência de horário de nascimento.
Círculo externo: trânsitos para o dia 12 de fevereiro de 2005.

Círculo interno: Israel - 14.05.1948, às 14:15 - Jerusalém.
Círculo externo: trânsitos para o dia 12.02.2005.

Por fim, há o caso do Irã: o embaixador do país em Cuba, Hamad Edrisian, no dia 11 de fevereiro de 2005, emitiu uma nota afirmando que o Irã não tem medo de uma possível invasão dos EUA e advertiu que tentar ocupar seu país custará "caro".

Crises de 2005 e o novo governo Bush

Tudo o que foi colocado acima demonstra que os aspectos que ocorrem no céu nessa primeira metade de 2005 não podem ser negligenciados ou tidos como apenas prenúncios de momentos piores a posteriori. Isso também é verdade, tanto quanto o potencial belicoso que já anda no ar e que se manifesta em atentados como o do ETA e em "trocas de gentilezas" entre países com poderio nuclear.

Podemos inferir, pensando no padrão de manifestações do que vimos, que a fase mais crítica de 2005 será a segunda metade do ano, com o término do quincunce Saturno-Plutão e com o andamento do mesmo aspecto com Urano no céu. Além disso, é na segunda metade do ano, mais para o final (novembro/dezembro), que a Lua progredida dos Estados unidos faz oposição com Plutão, um aspecto costumeiramente beligerante e coincidente com processos de perda e destruição, sobretudo se interpretamos o tema de alguém ou de uma entidade coletiva cujo histórico recente vem apresentando tal tendência.

No mapa de nascimento de Bush, Urano faz uma oposição com Marte simultaneamente a uma Lua progredida em quadratura também com Marte. Ambos os aspectos são formados de julho em diante, sendo agosto um mês de grande intensidade. Não bastasse essas reiterações do arquétipo marcial, na revolução solar de Bush para julho de 2005, o planeta Marte está extremamente evidente. Ele ficará mais enfático ainda na virada de 2005 para 2006, mais precisamente na primeira semana de janeiro.

Revolução solar de George Bush que ocorrerá em 05 de julho de 2005.
Esta presume que Bush passará o dia em Washington DC. Se ele estiver em outras
coordenadas geográficas a domificação do mapa ficará alterada.

Coincidindo com o potencial expansionista e relativamente intolerante que vimos no mapa da posse do presidente, a revolução solar de 5 de julho de 2005 (e não no dia 6, aniversário de Bush) para ele próprio, reitera a tendência a posturas pseudomessiânicas. Júpiter, conjunto ao Ascendente, Marte e Sol, igualmente angulares e envolvidos numa quadratura T, podem estar indicando que "fé demais não cheira bem". O trocadilho com o título do filme pode deixar de ser humorístico, se a tendência à intervenção militar justificada por questões de moral religiosa e crenças numa uniformização ideológica mundial se confirmar e o presidente levar o país a um novo conflito. Apenas lembrando que esses fatores do mapa de Bush são reiterados:

1. pela Lua progredida em quadratura com seu Marte radical, de abril a outubro - sendo julho o mês mais potente do aspecto;
2. pela oposição de Urano com Marte, aspecto altamente vinculado a posturas destrutivas e auto-destrutivas, que ocorre em três etapas específicas: de março a outubro, sendo abril e agosto meses de maior potência; de dezembro de 2005 a março de 2006, sendo fevereiro um mês mais intenso; término de outubro a dezembro de 2006.

Finalizando com um texto tradicional

Segundo as interpretações da Volosfera e do Calendáro Tebaico, o mapa da posse de George W. Bush, com o Ascendente no décimo-terceiro grau de Touro, vincula-se ao seguinte texto:

• Um cão tendo um osso corre a toda velocidade para escapar de outro cão que o persegue para lhe tomar seu osso, enquanto duas comadres se injuriam, prontas a se baterem; ou
• Duas mulheres que se batem.

Quem seriam as duas "comadres"? Podemos arriscar dizendo que uma delas é a Inglaterra. Uma comadre é alguém aparentado e cuja relação normalmente é de proteção mútua e de responsabilidade para com filhos. E a analogia pode ser estendida para potências européias e países emergentes com potencial para abocanhar uma bela fatia do mercado mundial - eis aí algo que se aproxima do cão correndo atrás do osso do outro. Por fim, as questões de desentendimento apresentadas no texto simbólico compreendem duas mulheres, o que leva a crer que a problemática pode envolver nações cujos poderes políticos ou estejam nas mãos de mulheres ou sejam representadas como figuras maternas.

Surpreende também a interpretação dada ao décimo-nono grau de Sagitário, onde se encontra o Marte da posse:

• De uma casa cercada por chamas ardentes, sai fugindo uma serpente, que se vê detida por um círculo de fogo; ou
• Uma casa cercada por tochas ardentes.

Esse não seria um ponto crucial daquele mapa, mas, em vista de tantas indicações belicosas, é tentador deixar esses trechos para que outros possam ler e pensar a respeito.

Este artigo foi publicado originalmente no site Astro-Síntese em 13 de fevereiro de 2005. Muitos dos prognósticos nele levantados revelaram-se corretos nos meses seguintes, especialmente no que diz respeito à incapacidade de Bush e seus aliados para promover a paz, especialmente no Oriente Médio.

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