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Edição 192 :: Junho/2014 :: - |
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ASTROLOGIA MUNDIALO ingresso solar de 2014:
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Fernando Fernandes |
Frieza e ressentimentos no Brasil, impasse na Venezuela, desintegração da Ucrânia e fortalecimento do poder americano: o último ingresso do Sol em Áries permite prever o clima geral do ano astrológico 2014-2015
Na edição de abril de Constelar, já apresentamos, em linhas gerais, o mapa do ingresso solar em Áries de 2014, que permite prognósticos sobre a atmosfera geral do ano astrológico que se estende de março de 2014 a março de 2015. Muito já se falou sobre a quadratura T entre Urano, Plutão e Júpiter. Neste artigo exploramos duas configurações não analisadas no artigo anterior - a conjunção Lua-Saturno e o trígono Mercúrio-Netuno-Júpiter - e apresentamos previsões específicas para alguns países, com base na técnica da relocação: o recálculo do mapa do ingresso solar para a capital de alguns países específicos. A posição do planeta nos signos é sempre a mesma, mas a estrutura de casas muda em cada local da superfície da Terra. Assim, a mesma configuração adquire diferentes interpretações, país por país.
Ingresso Solar 2014 - 20.3.2014, 16h57 UT - Mapa genérico, sem divisão de casas.
Acima, o mapa do ingresso solar considerado em termos abstratos. Na edição de abril estão analisadas a Quadratura T e as aflições envolvendo Marte e Vênus. Contudo, existem ainda duas configurações dignas de nota.
O trígono em Água: Netuno, Mercúrio e Júpiter.
Trígono em Água no Ingresso Solar 2014.
O aspecto mais fluente e mais benéfico do mapa do Ingresso Solar 2014 é o trígono entre Júpiter exaltado em Câncer e Netuno domiciliado em Peixes. O aspecto reúne os dois regentes de Peixes - o moderno e o clássico - e sinaliza a possibilidade de apaziguamento de conflitos, concórdia e afirmação de ideais humanitários. As regiões onde este trígono for angular podem receber refugiados de guerra e de catástrofes naturais, ou articular ações de socorro a áreas conflagradas.
Conjunções em Água no Ingresso Solar 2014.
A conjunção Lua-Saturno em Escorpião pode indicar momentos de amadurecimento das emoções coletivas, que ganham densidade e uma direção definida. Por outro lado, a dimensão negativa do aspecto envolve a emergência de velhos ódios rançosos: ressentimentos, impulsos de vingança e distanciamento. Lua e Saturno têm em comum o fato de serem planetas frios, e ambos se encontram no atento e desconfiado signo de Escorpião. Já a conjunção Mercúrio-Netuno lembra, no seu aspecto mais positivo, a possibilidade de diálogo compassivo; no menos positivo, indica cortinas de fumaça: promessas vazias, mentiras diplomáticas etc.
O ano astrológico 2014-2015 é especialmente importante para o Brasil em virtude de dois eventos: a Copa do Mundo, atraindo as atenções do mundo inteiro, e as eleições gerais de outubro, que definirão o Presidente da República e os governadores para o período 2015-2018.
O mapa do ingresso solar, quando relocado para Brasília, deixa o Brasil com um Ascendente em Câncer enquanto a Lua, seu regente, aplica conjunção a Saturno em Escorpião, na casa 4. O significado é claro: o país está "de pé atrás", atento, desconfiado e exigente (Escorpião), além de pouco disposto a se deixar levar por histórias da carochinha (conjunção com Saturno). Para o povo comum (casa 4), o sentimento dominante é de amargo pessimismo. Não há grandes expectativas nem em relação à Copa nem aos políticos. Não importa quem leve o título no futebol: bem ao estilo da Lua em Escorpião, a opinião pública não parece disposta a esquecer as promessas de obras não cumpridas, os estádios superfaturados e a inversão de prioridades sociais. Seguramente haverá alguma festa nas ruas, mas nada que se compare à euforia jupiteriana de copas anteriores. O nível de exigência da população, consubstanciado no bordão "padrão FIFA", agora está mais alto, e esta tendência não mudará para as eleições, nas quais deve predominar o voto do ressentimento. O mapa indica, aliás, um elevado índice de abstenção, talvez o maior dos últimos trinta anos. Indica também, pela angularidade de Plutão e Marte, que o clima de radicalização e violência estará presente ao longo do ano, com momentos de maior agravamento quando ativações tensas destes dois planetas afetarem o mapa do país. Haverá menos gente em manifestações de rua do que em 2013, porém com maior violência.
Ingresso solar 2014 relocado para Brasília, DF e válido para o Brasil.
A presidente Dilma será facilmente reeleita? As indicações do mapa não estimulam qualquer conclusão neste sentido: Marte, regente da casa 10 (o governante), está retrógrado e exilado em Libra, no Fundo do Céu - uma das piores configurações possíveis para quem deseja permanecer no poder. O ano não será nada fácil para Dilma e para a administração petista, de forma geral.
A carta do ingresso solar, por si só, é insuficiente para determinar se Dilma será bem sucedida nas eleições. É preciso considerar também outras cartas, o que faremos na época apropriada. O clima geral, porém, é de dificuldades sérias para o Executivo. A reeleição, se vier, será à custa de um processo penoso e de grandes concessões, que poderão comprometer de vez a governabilidade do país no próximo mandato.
Durante o Simpósio do Sinarj de 2013, num painel de previsões integrado por quatro astrólogos (Maurício Bernis, Rui Sá, Clelia Romano e Alexandre Chut), todos apontaram a vitória de Dilma em 2014. Cabe lembrar que, em previsões eleitorais, é possível utilizar um grande número de técnicas, algumas baseadas em ativações do mapa do país, outras com base no mapa dos candidatos, outras ainda utilizando ciclos de planetas exteriores, eclipses e ingressos. Os resultados podem ser contraditórios, e uma previsão segura deve ser baseada na reiteração da mesma tendência mediante o uso de diversas técnicas. O ingresso solar é uma técnica "macro", que permite perceber tendências muito amplas, ou a atmosfera geral de um período. Para o Brasil, o ingresso indica, pura e simplesmente, um enorme desgaste para a governante máxima e para o Poder Executivo, de forma geral. Previsões mais específicas só serão possíveis com a definição clara do quadro de candidatos, o que ainda não ocorreu.
É interessante analisar também o grau simbólico associado ao Ascendente do país no ingresso solar 2014, segundo as velhas técnicas da Volosfera e do Calendário Tebaico:
Câncer 17. Sob um céu noturno sulcado por relâmpagos, um homem caminha sem medo, com os olhos fixos em um clarão azul, não vendo uma mulher sentada ao pé de uma árvore, que aperta, em gesto receoso, suas roupas em torno dela.
ou – Uma mulher em pé, imóvel.
O céu noturno sulcado por relâmpagos sugere, inequivocamente, uma situação de crise, de tonalidade uraniana (raios = acontecimentos súbitos, repentinos, que lançam luz naquilo que até estão não podia ser percebido). Porém, quem são o homem e a mulher que reagem à situação com atitudes opostas? Como as interpretações possíveis são muito variadas, melhor deixar que os acontecimentos dos próximos meses definam com mais clareza esta imagem. Uma primeira tentativa: a mulher que se protege, apertando as próprias roupas, parece representar os grupos que têm a perder com as súbitas revelações, enquanto o homem que caminha resoluto sugere os grupos que apostam em processos uranianos, ou que deles tiram vantagens.
Urano colado ao Meio do Céu, no ápice de uma quadratura T, mostra que, na Argentina, o maior fator de instabilidade do país é a própria presidente Cristina Kirchner. A configuração deixa claro que a voluntariosa herdeira do peronismo não pretende tirar o pé do acelerador, e que seu estilo autoritário de governar continuará acirrando ânimos e radicalizando as contradições internas do país vizinho.
Ingresso solar 2014 relocado para Buenos Aires e válido para a Argentina.
Júpiter na casa 1, regendo a 6, revela que o povo argentino estará especialmente sensível a questões que digam respeito a empregos e salários. Os sindicatos estarão especialmente ativos.
Trata-de de um dos três países do mundo com ingresso solar mais crítico (os outros são Egito e Ucrânia). Basta observar a angularidade dos três planetas integrantes da quadratura T cardinal, indicando um elevado grau de tensão social e a eclosão de confrontos de toda ordem. Júpiter em Câncer colado no Ascendente traz para primeiro plano os conflitos internos do país. Como a Venezuela não se caracteriza por rivalidades étnicas intensas, o que está em pauta é a questão da luta de classes, aguçada nos últimos anos do governo Chavez e no desastroso governo atual de Nicolás Maduro. Classe média, lumpesinato urbano e elites econômicas tendem a radicalizar suas diferenças, com interferência de milícias e do aparato repressivo estatal (Júpiter tensionado por Urano e Plutão). Não há solução à vista no horizonte.
Ingresso solar 2014 relocado para Caracas e válido para a Venezuela.
Difícil encontrar, nas relocações do ingresso solar 2014/2015, uma carta mais preocupante do que aquela calculada para Kiev. Marte retrógrado e exilado está na casa 1, enquanto o regente do Ascendente - Vênus - sofre a quadratura da Lua, regente da 10, na casa 2. A quadratura T envolve Meio do Céu, Fundo do Céu e Descendente, em aspectos muito fechados. Temos aí o retrato de um país em risco de implosão, devastado por forças desagregadoras e tendo de enfrentar a presença do inimigo (casa 7) dentro de seus próprios muros (Marte, regente da 7, na 1, indicando a parcela da população ucraniana que defenda a união com a Rússia). O argumento que resta ao governo do país é o apelo à legalidade nos fóruns internacionais (Júpiter no Meio do Céu). Contudo, a tendência é que este apelo venha apenas na forma de vagas manifestações de solidariedade, sem eficácia objetiva: Mercúrio, regente da casa 9 (justiça e organismos internacionais), está exilado em Peixes e em conjunção com o enganoso Netuno.
Em resumo: não é, de forma alguma, um ano tranquilo para a Ucrânia. O grau simbólico do Ascendente do ingresso solar da Ucrânia é um dos mais assustadores do zodíaco:
Libra 10. Uma fortaleza bastante desmantelada, mas onde subsistem moradores e onde se nota uma enorme porta guarnecida com pregos e espetos. A poucos passos, um resto de forca sob a qual dois ou três corvos bicam a terra em busca de quaisquer restos de carniça.
ou – Uma ave negra escavando a terra com seu bico.
A "fortaleza bastante desmantelada" é a própria integridade do Estado Ucraniano. A cena fala de resistência popular, de possíveis tentativas de fazer justiça com as próprias mãos (a forca) e da presença de potências estrangeiras (os corvos), prontas para tirar vantagem do esfacelamento do país.
Ingresso solar 2014 relocado para Kiev e válido para a Ucrânia.
O mesmo mapa, relocado para a Rússia, apresenta características semelhantes, porém sem o toque dramático da angularidade. Plutão, regente da casa 2 (recursos), está na casa 3 (vizinhos), mostrando que o regime de Vladimir Putin interferirá com mão pesada em países próximos em função de interesses econômicos. De qualquer forma, a economia russa tende a permanecer estagnada no período (Lua-Saturno na 2), com possibilidade de restrições monetárias e perda de poder aquisitivo do rublo (Vênus em quadratura com Saturno). O país vive uma onda nacionalista e militarista, cujo combustível é o ressentimento pelo fim do império soviético (Lua, regente da 10, em Escorpião e tensamente aspectada). Marte retrógrado na 1 pode indicar uma tendência a intervenções militares onde o uso do fator surpresa será decisivo. Lembrando a velha fábula do lobo e do cordeiro, a Rússia é um dos lobos do ano (veja a interpretação da fábula em Constelar de abril/2014).
Ingresso solar 2014 relocado para Moscou e válido para a Rússia.
Tal como o Brasil, os Estados Unidos contam com Câncer no Ascendente do ingresso solar e com a oposição Júpiter-Plutão junto ao eixo Ascendente-Descendente. As semelhanças param por aí, pois o planeta mais próximo ao Meio do Céu é o Sol exaltado em Áries, agregando poder ao país. Em associação com o Júpiter no Ascendente, este Sol no Meio do Céu indica um ano de reafirmação do império americano, o que inclui uma certa recuperação econômica (Sol rege a casa 2). Por outro lado, Plutão muito próximo ao Descendente e Urano na 10 lembram a velha beligerância de Tio Sam, sempre pronta para manifestar-se em terras distantes. O risco para o governo americano é superestimar sua própria força e acabar enrascado num novo enfrentamento de longo prazo com um inimigo muito mais resistente do que parecia à primeira vista (Plutão no Descendente). Outro risco, associado ao mesmo posicionamento, é ver inimigo onde eles não existem.
Ingresso solar 2014 relocado para Washington e válido para os Estados Unidos.
O governo Obama não tem-se caracterizado por demonstrações ostensivas de poderio bélico. Contudo, a opinião pública americana e o poderoso complexo industrial-militar poder empurrar o Executivo para novas aventuras armadas, como já aconteceu tantas vezes na história do país. Esperemos que Obama cumpra as promessas de campanha, que incluíam a redução da presença de tropas e armamento pesado em frentes de batalha remotas, como a Afeganistão e o Iraque.
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