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olhar brasileiro em Astrologia
Edição 167 :: Maio/2012 |
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BIOGRAFIA ASTROLÓGICAAhmadinejad, o presidente nuclear do Irã
Mahmoud Ahmadinejad é hoje uma das personalidades políticas mais notórias e menos conhecidas do mundo. Mahmoud Ahmadinejad é o presidente que controla o 18º maior país do mundo, com 70 milhões de habitantes, papel estratégico na produção de petróleo e um poderio militar típico de potência regional. O Irã vem tirando o sono do Ocidente desde 1979, quando foi implantada a República Islâmica. Depois de um período de relativa liberalização sob o governo de Mohammad Khatami (1997-2005), Ahmadinejad elegeu-se como um presidente linha-dura, ultraconservador e apoiado pelos setores mais radicais do regime. Sua postura não poderia ser mais preocupante: uma retórica sempre agressiva com relação aos Estados Unidos e a Israel, retrocesso na abertura política interna, censura, perseguição aos adversários do regime e insistência em levar adiante um projeto de geração de energia nuclear - supostamente para fins pacíficos. Até hoje ainda não foi possível obter o horário de nascimento de Ahmadinejad. O Ascendente do líder iraniano permanece, portanto, um mistério. Mesmo assim, a simples análise da carta solar, levantada para o horário-padrão do meio-dia, já pode revelar algumas características essenciais. Utilizando a técnica dos modelos planetários, ou seja, a análise do desenho geral do mapa, vemos que Ahmadinejad se enquadra no modelo Leque, que se define por uma distribuição planetária onde um planeta ocupa de forma solitária uma metade da carta em contraste com os outros nove, concentrados no espaço de um trígono. No modelo Leque, o planeta solitário ganha uma força imensa, transformando-se numa espécie de "ditador". É como se fosse o cabo sobre o qual se imprime o movimento que irá movimentar toda a folha. No mapa de Ahmadinejad, o planeta solitário, que funciona como a alavanca do Leque, é Marte em Peixes. Carta solar de Ahmadinejad: Marte, planeta mais destacado, é como o cabo que dá impulso ao leque. Ao contrário do que possa parecer, Marte em Peixes não é necessariamente "bonzinho" ou espiritualizado. Marte é e será sempre um símbolo de iniciativa, agressividade e disposição assertiva. A forma de expressão da energia marciana é modulada pelo signo ocupado e, nesse sentido, Peixes indica um padrão decididamente emocional e escorregadio de manifestação. Peixes é signo de Água, e o meio líquido não facilita o deslocamento em linha reta. Daí, Marte em Peixes ataca como um tubarão: através de movimentos circulares, de aproximações sucessivas e de ataques-surpresa. Mobilizar as emoções da massa (e às vezes fazer-se de vítima) faz parte do repertório desse Marte, assim como confundir o adversário, chamando sua atenção para determinado ponto enquanto prepara o ataque em outro, totalmente diferente. É preciso observar que Ahmadinejad tem também um Sol em Escorpião em conjunção com Netuno - exatamente o regente de Peixes: mais Água, mais dissimulação e mais capacidade de confundir e deslizar daqui para ali de forma surpreendente. Netuno e Marte estão em mútua recepção (cada planeta no signo do outro), o que torna o vínculo ainda mais forte. É nessa ênfase Peixes-Escorpião, ou Netuno-Marte, que reside o que há de mais essencial na personalidade do líder iraniano. Estamos diante, portanto, de um homem com enorme capacidade de dissimular e surpreender, e capaz de utilizar tudo isso como arma de ataque ou defesa. De qualquer forma, o mapa confirma o que o mundo já sabe: não é seguro confiar em Ahmadinejad. Um detalhe curioso sobre tubarões é que esses predadores, antes de atacar a presa de maneira mais contundente, costumam dar pequenas "mordidas exploratórias". É uma forma de descobrirem detalhes que permitirão uma decisão final: o sabor da presa é agradável? Será fácil acabar com ela ou oferecerá resistência? Da mesma maneira, podemos entender muitas das provocações do presidente iraniano como "mordidas exploratórias". Nem sempre ele está realmente disposto a fazer o que ameaça, mas apenas testando a capacidade de resistência do outro lado. Suas provocações têm, portanto, um objetivo muito definido. A quadratura mais exata da carta, e que pode, por esse motivo, servir de gatilho para muitas ações importantes, é Saturno-Plutão. Estes dois planetas, quando em contato tenso, trazem à tona a questão da rigidez defensiva frente ao suposto risco representado por aqueles que são diferentes. Mesmo tendo nascido em 1956, Ahmadinejad está conectado à problemática surgida no início do ciclo Saturno-Plutão vigente no momento de seu nascimento. Esse início se deu com a conjunção de 1947-48, um período conturbado onde nasceram diversos conflitos "insolúveis" ainda presentes no mundo contemporâneo. Sob a égide da conjunção Saturno-Plutão vieram à luz o Estado de Israel e a questão palestina; surgiram a Índia e o Paquistão independentes, assim como seus intermináveis conflitos fronteiriços; e ganhou ímpeto a revolução chinesa, de que resultaria a implantação do regime comunista da China Popular, em 1949. Ahmadinejad transita à vontade por essas questões porque seu próprio nascimento, ocorrido na quadratura de 1956, está em ressonância com a conjunção de 1947. Carta solar de Mahmoud Ahmadinejad - 28.10.1956, Garmsar, Irã - 052e13, 35n20. Se não temos as casas do mapa de Ahmadinejad, podemos ao menos tentar projetar os planetas do presidente sobre as casas do mapa do país que ele dirige. O regime do fundamentalismo xiíta teve início com o desembarque do aiatolá Komeini em Teerã, em 1º de fevereiro de 1979, às 9h da manhã. Esse mapa, já bem estudado por Dimitri Camiloto, apresenta um Ascendente em 21º de Peixes, deixando Marte e Júpiter de Ahmadinejad em posição angular. Marte do presidente faz ainda oposição ao Saturno do país. Como resultado desta combinação temos que o papel de presidente do Irã impõe a Ahmadinejad o desafio de ser mais rígido, mais intransigente e mais agressivo do que já seria por natural inclinação. A sinastria enfatiza especialmente o Júpiter em Virgem do presidente, indicando uma certa tendência para a instransigência e para a abertura de conflitos ideológicos por motivos aparentemente menores. Sinastria entre o mapa do Irã dos Aiatólás (1/2/1979, Teerã, 9h) no círculo externo e a carta solar de Ahmadinejad no círculo interno. Mais ainda: Urano de Ahmadinejad está em oposição ao Marte da revolução iraniana, mostrando que a agressividade do presidente pode ser a faísca que vai explodir a panela de pressão da intolerância étnico-ideológica. Verdade seja dita: desde 1979 jamais o Irã tomou a iniciativa do ataque contra qualquer dos seus vizinhos. O regime tem uma retórica radical, mas sempre teve pragmatismo suficiente para não romper as pontes comerciais com os grandes consumidores de petróleo. Com Ahmadinejad no poder, estaria essa postura prestes a mudar? Outros artigos de Fernando Fernandes. Comente este artigo |Leia comentários de outros leitores |
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