Os trânsitos de janeiro de 2004 ajudam
a entender os atritos diplomáticos entre Brasil e Estados
Unidos, incluindo o dedinho fálico do piloto da American
Airlines. Também mostram a crise da multinacional Parmalat
e anunciam futuras loucuras de Bush, que continuará sendo
o macaco na cristaleira.
Numa pequena leitura de eventos e manifestações
coletivas dos últimos dias e meses, observa-se que são
análogas à combinação de vários
fatores em trânsito nos céus do momento. Podemos selecionar
as seguintes:
a) a entrada de Urano em Peixes e a mútua
recepção de Urano e Netuno (mútua recepção
- um planeta no signo regido pelo outro, respectivamente, Peixes
e Aquário);
b) a passagem de Saturno pelo signo de Câncer
e, nos últimos dias de 2003, bem como nos 5 primeiros de
2004, a oposição do Sol em Capricórnio com
Saturno.
c) a quadratura de Júpiter em Virgem com Plutão
em Sagitário, que tornará a ser exata em agosto de
2004. Mesmo assim podemos entender que as características
análogas a este aspecto estão em voga com uma órbita
relativamente larga.
Vêm-se confirmando as afirmações
que prenunciaram, em publicações e simpósios,
palestras e seminários sobre Astrologia, as características
da passagem de Urano em Peixes. E tais confirmações
chegam, entre várias outras formas, através das discussões
entre países em desenvolvimento e superpotências. Basta
entender que Urano em Peixes - e, mais especificamente, em mútua
recepção com Netuno - ocorre em épocas de movimentos
de inversão de ordem de autoridade (o poder passando para
quem antes era mais fraco, revoltas e similares). Igualmente o trânsito
ocorre simultaneamente a períodos prolongados de ações
organizadas de grupos sociais menos favorecidos (entenda-se "menos
favorecidos em relação a") com o intuito de fazerem
valer seus direitos e de reduzir a influência que os grupos
dominantes têm sobre eles. Um indício das tendências
anunciadas pode ser verificado na última Cúpula Extraordinária
das Américas, onde o governo norte-americano percebeu ser
estrategicamente mais lógico ceder às pressões
dos países em desenvolvimento da América Latina. E
isso a despeito do tom de ameaça do discurso de George W.
Bush em direção aos governos de Cuba e Venezuela,
considerados autoritários pelos Estados Unidos.
O discurso de Lula, conforme foi noticiado nos jornais
brasileiros, reafirmou na Cúpula das Américas a necessidade
lógica de que seja promovida a justiça social. A tendência
a privilegiar-se o capital e os interesses de grupos de investidores
em detrimento do desenvolvimento do poder aquisitivo, da educação,
da saúde e de condições dignas de moradia é
incompatível com o crescimento da economia mundial. É
algo prejudicial não somente para os países em desenvolvimento,
mas, sobretudo, para as potências: como haverá uma
circulação maior de produtos e investimentos, que
favoreceria o crescimento da economia, se na maior parte do mundo
não há poder de compra? Essa percepção
não é em absoluto nova, mas toma corpo e grandes dimensões
agora que Urano passa por Peixes e Netuno em Aquário.
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