O que pode acontecer?
Naturalmente, a proximidade de Marte em relação
à Terra e sua conjunção com Urano podem ser
interpretadas como fatores de deflagração ou aceleração
de crises envolvendo tudo que está na outra ponta do alinhamento:
Sol, Júpiter, Vênus e Regulus na fronteira Leão/Virgem.
Quatro eventos, em especial, parecem preencher os
requisitos que os credenciam como primeiras expressões da
original configuração. Vamos a eles:
- A inédita onda de calor na Europa, com temperaturas
na faixa de quarenta graus na França e outros países
de clima normalmente temperado. Excesso de calor é uma das
associações mais imediatas que se pode fazer com um
Marte no periélio (Marte rege o calor) em conjunção
com Urano (o inusitado) e oposição a Júpiter
(um efeito amplificador).
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Nova Iorque às escuras: manifestação
de Urano-Marte em Peixes. |
- Apagão em Nova Iorque e região dos
Grandes Lagos em 14 de agosto - Tanto Marte quanto Urano são
significadores de energia: Urano é significador de eletricidade,
enquanto Marte rege especificamente as termelétricas. Novamente
Júpiter contribui ampliando a magnitude do quadro (Júpiter-Urano
- um apagão em grande escala).
- A escalada de violência entre judeus e palestinos,
com nova onda de atentados e a represália israelense, consubstanciada
na morte do líder do grupo Hamas, em 20 de agosto.
- Atentado contra as instalações da
ONU em Bagdá, provocando 23 mortes, entre as quais a do chefe
da missão, o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de
Mello.
Tanto os conflitos na Palestina quanto os atentados
no Iraque colocam em questão a disputa pelo controle de territórios
(um assunto Marte-Júpiter) e a tentativa de preservação
de uma autoridade legítima (Júpiter/Sol/Regulus em
Leão) em contraposição ao caos. É evidente
que no momento não há acordo sequer sobre o que significa
"autoridade legítima", sendo este, exatamente,
um dos focos da discórdia. Nada mais de acordo, aliás,
com a natureza da oposição Júpiter-Urano.
Após o ingresso de Júpiter em Virgem,
em todos os mapas para 27 de agosto Mercúrio é o dispositor
final da carta, considerando regências clássicas. Isto
faz lembrar o papel de destaque que Mercúrio teve nos mapas
do ataque ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, e na
origem do movimento fundamentalista Talibã, no Afeganistão.
Mercúrio estará, aliás, transitando sobre o
Meio-Céu da carta da Independência dos Estados Unidos.
A oposição no eixo Virgem-Peixes coloca em evidência
a temática da discriminação social, racial,
linguística e religiosa. De um lado, as forças do
establishment (Júpiter e Sol) tentarão preservar o
status quo mediante ações excludentes, que promovam
distinções seletivas entre a população.
Do outro, grupos rebeldes tentarão sabotar tais ações,
em nome de projetos sociais, políticos ou religiosos de caráter
utópico, messiânico ou revolucionário. Assim,
pode-se pensar, por exemplo, em Israel restringindo ainda mais a
entrada no país de trabalhadores palestinos e gerando, em
represália, mais revolta entre os grupos islâmicos
radicais. No Iraque, grupos islâmicos das mais variadas tendências
podem formar uma frente de oposição à ocupação
americana, intensificando a resistência e trazendo ainda mais
dificuldades para as tropas de Bush e de Tony Blair.
Já no Brasil, parece ocorrer uma inversão
determinada pela estrutura de casas do mapa da Independência:
Júpiter, normalmente um significador da autoridade constituída,
transita pela casa 7 - a dos opositores do regime - dando força
e gás (Júpiter rege gases junto com Netuno!)
aos movimentos sociais, como o dos sem-terra. Na medida em que Marte
rege a casa 3 do Brasil, pode-se aventar a hipótese de que
as vias de transporte e comunicação - especialmente
as rodovias federais e ferrovias - sejam palco de conflitos, inclusive
com risco de intensificação de bloqueios temporários,
como já ocorreu em junho e julho de 2003 em estradas nordestinas
e gaúchas. Marte e Urano opostos a Júpiter em Virgem
falam também da possibilidade de incêndios no campo
- no sentido literal ou figurado.
Sérgio Vieira de
Mello
Nascido no Rio de Janeiro em 15 de março de
1948, em horário ainda não apurado, Sérgio
Vieira de Mello era um dos melhores quadros da diplomacia brasileira,
cotado, inclusive, para suceder Koffi Annan como próximo
Secretário-Geral da ONU. Sua morte em 19 de agosto de 2003,
em decorrência da explosão de um carro-bomba posicionado
exatamente sob a janela do escritório em que o diplomata
trabalhava, em Bagdá, representou um duro golpe para as Nações
Unidas.
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Sérgio Vieira de Mello, carta solar
para as 12h de 15.03.1948 - Rio de Janeiro. O horário
exato não é conhecido. Observar a quadratura T
(destacada em vermelho-claro) entre Sol, Urano e Júpiter. |
Sérgio Vieira de Mello nasceu sob uma quadratura
T cujo ápice é o Sol em Peixes formando quadraturas
com Urano em Gêmeos e Júpiter em Sagitário.
A configuração indica necessidade de movimento e trocas
periódicas de ambiente (são signos mutáveis),
assim como o gosto pela aventura e pelo risco (Júpiter e
Urano tensionados). Contudo, Lua e Vênus bem posicionadas
em Touro contrabalançam a instabilidade dos signos mutáveis
e, pela quadratura com Plutão, Saturno e Marte em Leão,
mostram um homem obstinado e disposto a ir às últimas
conseqüências (ênfase em signos fixos e envolvimento
de planetas pessoais com Plutão e Saturno, que conferem rigidez
e inflexibilidade).
O interesse pela carreira diplomática pode
ser explicado pelo fato de que os dois regentes de Peixes, signo
solar, estão em Libra (Netuno) e Sagitário (Júpiter),
exatamente os dois signos mais intimamente ligados aos acordos internacionais
e aos negócios exteriores.
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Carta interna: atentado a bomba contra o
QG da ONU em Bagdá - 19.8.2003, 16h30, hora oficial de
Bagdá. Planetas no círculo externo: carta natal
de Sérgio Vieira de Mello, morto no atentado. Observar
que Plutão do atentado ativa Sol e Urano da carta de
Sérgio. |
Por ocasião do atentado
em Bagdá, Vieira de Mello tinha Plutão em trânsito
ativando toda sua quadratura T. Um fato notável é
que o mapa do diplomata apresenta ênfase em Peixes e Leão,
dois signos fortemente envolvidos nas configurações
do dia 22 de agosto, que analisamos neste artigo. Além disso,
Vieira de Mello tem na carta natal a mesma oposição
Júpiter-Urano que se observa nos céus no momento de
sua morte, apenas em signos diferentes. É um mapa em ressonância,
pois, com a própria carta do atentado.
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Fernandes.
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