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NOVAS APLICAÇÕES DA ASTROLOGIA

Princípios de Leitura Astrológica do I Ching

Raul V. Martinez

 

Como fazer uma leitura astrológica do I Ching, tradicional oráculo chinês? Raul V. Martinez dá a resposta associando cada trigramas a um planeta clássico, de forma que cada um dos 64 hexagrama corresponde a uma combinação planetária única.

O I Ching, um dos livros mais antigos, é formado por 64 figuras, cada uma composta por seis linhas, inteiras ou partidas. Acompanham essas figuras, chamadas de hexagramas, as interpretações atribuídas ao Rei chinês Wên (1150 a.C.) e a seu filho Duque Chou, mais acréscimos posteriores, feitos por Confúcio e seus discípulos.

Cada hexagrama é formado por dois trigramas, e cada trigrama, por sua vez, por três linhas. As linhas inteiras, consideradas yang, correspondem a qualidades e a elementos ativos, masculinos, e as linhas quebradas, yin, a qualidades e elementos passivos, femininos. [clique para ver um quadro completo de formação dos hexagramas]

Os hexagramas podem ser gerados por diferentes processos, sempre linha por linha, a partir da base para a parte superior. Um desses processos consiste em jogar três moedas iguais, estabelecendo previamente que uma de suas faces tem valor 2 e a outra valor 3. Dessa forma, a cada lançamento das moedas se obtém 6, 7, 8 ou 9, como resultado da soma dos valores das faces. Os números ímpares geram linhas inteiras e os pares geram linhas partidas. Dessa forma, após seis lançamentos das moedas, surge o hexagrama correlacionado com pergunta presente na mente da pessoa que está consultando o oráculo. Quanto à pergunta, que pode ser de qualquer natureza, para receber resposta correta do I Ching, deve igualmente ser correta e envolver questão que mereça ser respondida.

As linhas geradas pelas somas 6 e 9 são consideradas móveis - devendo ser assinaladas. Quando há linhas móveis surge outro hexagrama, complementar, formado de forma idêntica ao primeiro, mas com as linhas móveis alteradas para suas opostas. Ou seja, se a linha móvel é inteira na primeira figura passa a ser partida na segunda. Se é partida, passa a ser inteira...

Comparando os atributos yang e yin dos trigramas com qualidades
atribuídas ao planeta Terra e aos "sete planetas da astrologia antiga".

Planeta Terra - associado ao trigrama formado por três linhas partidas, femininas. Isso concorda com a condição de ser a Terra (Mãe) o local de geração, de germinação e de procriação das diferentes formas de vida.

Sol - centro do sistema, provedor (Pai) de luz e calor, em quantidades adequadas, indispensáveis para o desenvolvimento e a manutenção da vida na Terra. É associado ao trigrama formado por três linhas inteiras, masculinas.

- Esses trigramas, associados à Terra e ao Sol, formam o primeiro par de trigramas complementares. São os únicos trigramas formados por linhas iguais. Os outros seis trigramas são compostos, cada um deles, por duas linhas iguais e uma diferente.

Os quatro primeiros trigramas, sempre formados com linhas inteiras (masculinas) e partidas (femininas).

Lua - satélite da Terra e astro mais próximo da Terra. Associada ao ciclo menstrual da mulher. Suas fases, com a luminosidade crescendo e diminuindo, lembram o ventre materno, aumentando durante a gestação para depois voltar ao estado anterior após o nascimento do filho. O trigrama associado à Lua tem as linhas da base e do topo femininas e a linha do meio masculina. Na base e na cabeça é um trigrama feminino.

Saturno - planeta mais afastado da Terra, na astrologia antiga. Rege Capricórnio, signo oposto a Câncer, que é regido pela Lua. Saturno e a Lua formam o segundo par - associado à forma do que está sendo gerado. O trigrama correspondente a Saturno tem em sua base e em seu topo linhas masculinas. Entre essas linhas está a linha feminina.

Os trigramas de Mercúrio, Júpiter, Marte e Vênus.

Mercúrio - planeta mais próximo do Sol, o mensageiro dos deuses, ligado ao comércio, às comunicações e às criações mentais. Regente de Gêmeos (signo dos elementos iguais) é associado ao trigrama que tem na base e no centro linhas femininas. No topo (na aparência) está uma linha masculina. Mercúrio é o menor planeta da astrologia antiga.

Júpiter - o maior planeta, forma com Mercúrio outro par de elementos complementares. Mercúrio e Júpiter também regem signos opostos. O trigrama de Júpiter tem duas linhas masculinas, na base e no centro. No topo está a linha feminina - concordando com a exaltação astrológica de Júpiter em Câncer, signo da Lua.

Vênus - A Lua é associada à mulher como mãe, enquanto Vênus é associado à beleza, à mulher jovem. O trigrama de Vênus tem as duas linhas superiores femininas, ficando na parte inferior a linha masculina.

Marte - O Sol é um dos significadores masculinos, mas é Marte o significador masculino do ser humano por excelência. À ele é associado o trigrama que tem as duas linhas masculinas na parte superior, ficando na parte inferior a linha feminina. Vênus e Marte também regem signos opostos na astrologia.

Os quadros acima resumem as associações dos trigramas com o planeta Terra e com "os sete planetas da astrologia antiga".

- Nesse quadro os trigramas são apresentados aos pares. Em cada par os trigramas possuem linhas correspondentes complementares e associações astrológicas com astros que também possuem qualidades opostas ou complementares.

Em português, uma das melhores traduções do I Ching foi publicada pela Record, com o título I Ching, o livro das transmutações, de John Blofeld. Os significados dos nomes dos hexagramas, conforme são apresentados nesse livro, são os utilizados neste estudo - que procura estabelecer princípios de uma leitura astrológica dos hexagramas, a partir de associações com os trigramas que os compõem.

Texto com Registro de Direitos Autorais na
Biblioteca Nacional, no. 270.829, Livro 486, Folha 489

Os hexagramas

O I Ching e os planetas clássicos
Os hexagramas de 1 a 10
Os hexagramas de 11 a 20
Os hexagramas de 21 a 30
Os hexagramas de 31 a 40
Os hexagramas de 41 a 50
Os hexagramas de 51 a 64
Exemplos de aplicação

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