Vanessa Tuleski

Expectativas diferentes: FHC em 1994, Lula em 2002

Na eleição de 1994, a Lua estava em Virgem. Nós queríamos alguém eficiente, que promovesse ordem. Esta Lua está em sextil com Júpiter e Vênus, e, conforme já dissemos, as razões econômicas foram importantes nesta eleição. Nós queríamos alguém que desse continuidade ao que foi feito, organizado.

Eleições de 1994 - 03.10.1994, 8h - Brasília, DF - 15s47, 47w55.

Na eleição de 98, a Lua está conjunta a Júpiter em Peixes, mas estes dois planetas estão praticamente isolados no mapa, indicando uma possível dificuldade em se concretizar este anseio do povo, que, com a Lua em um signo da Água, esteve mais ligada a questões sociais. E, novamente, nesta eleição, temos uma Lua em Água, só que agora em Câncer (signo em que Lula também tem a Lua, e mais três planetas). Esta Lua em Câncer é um indicativo de que o povo vota com o coração. Seu anseio é para ser notado, atendido. O povo estará aguardando maior sensibilidade de seu governante. Comida em casa, segurança, emprego são as motivações. Aqui mesmo no Rio de Janeiro, embora o Rio de Janeiro tenha um mapa próprio, tivemos uma governadora eleita cujas promessas estavam justamente baseadas nisso. No primeiro turno, a Lua não estava em Câncer, mas estava conjunta ao Sol em Libra, e predominando sobre ele (o Sol encontra-se em exílio em Libra). Por conta desta Lua forte em ambos os mapas, em todo o Brasil os discursos mais racionais não estão pegando. Os candidatos que conseguiram se eleger no primeiro turno estão apelando para a emoção.

Eleições de 1998 - 04.10.1998, 8h - Brasília, DF - 15s47, 47w55.

Neste mapa do segundo turno, a Lua faz uma quadratura para Marte em Libra. Marte em Libra seria a frieza, o sentido de estratégia. Tem a ver, também, com alianças, com entendimento. Esta Lua canceriana está quadrada com Marte e em quincunce com Plutão, o que representa que o povo não está mais querendo a manutenção das alianças existentes e está ansioso por mudanças. O que é o Marte em Libra? É o amaciamento excessivo. São as concessões para grupos hegemônicos, pois Marte está na casa onze. O candidato Serra teve maior rejeição porque foi mais associado ao que este Marte em Libra na casa onze representa.

A Lua está adentrando a casa oito, representando um sentimento de crise, tanto que a palavra 'mudança' foi utilizada à exaustão durante esta campanha. Por outro lado, a Lua faz trígono com Vênus, retrógrado no signo de Escorpião, que é o signo das finanças. Isto lembra os recentes acordos que foram feitos com o FMI, os quais, inclusive, tiveram de ser endossados pelos candidatos a presidência. Vênus em Escorpião e retrógrado simboliza um acordo que foi feito nas condições de quem emprestou o dinheiro, um acordo realizado por necessidade. Lula passou a ter um expressivo apoio da população à medida que se comprometeu com este acordo, mas a quadratura da Lua com Marte, que rege este Vênus em Escorpião, indica que o povo quer manter as 'concessões necessárias', mas não perpetuar todas as parcerias que estão aí, que vêm do governo anterior. Ou seja, esta quadratura com Marte e este trígono com Vênus representam um desafio. O desafio de cumprir os acordos necessários, mas descartar aqueles que estão impedindo o atendimento das necessidades do povo, como aquele que foi feito com as empresas de fornecimento de energia elétrica na época do racionamento. Claramente o acordo foi com estas empresas, e não com a população, que teve de pagar o custo pelo racionamento que foi obrigada a fazer.

Com base, portanto, nesta Lua, o candidato que sensibilizaria o povo teria de se mostrar afinado com as questões do povo (Lua em Câncer), disposto a realizar mudanças profundas (Lua na casa oito e em quincunce com Plutão), mas capaz de cumprir os acordos econômicos existentes (trígono da Lua com Vênus em Escorpião). A quadratura da Lua com Marte em Libra na casa onze pode indicar 'fazer mais pelo social', e menos por grupos que 'só pensam em si próprios' (uma das possíveis manifestações de Marte na casa onze).

Por que Lula ganhou: sinastria eleições x candidatos