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ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS 2002

Lula, Ciro, Serra ou Garotinho?
A chave é Marte

Carlos Hollanda

 

O fator popularidade

Se observarmos o histórico de líderes políticos de peso ou de personalidades de grande apelo popular, encontraremos um elemento comum que os torna figuras de destaque: o carisma. Se olharmos rapidamente os mapas de várias destas pessoas, pode-se perceber a presença marcante do elemento Fogo, geralmente associado a:

1- Urano fortemente presente no mapa - geralmente angular ou com muitos aspectos ou regendo pontos-chave do mapa.

2- Aquário (e por tabela Urano) como fator secundário entre a forte presença de Fogo, o que de algum modo está correlacionado a uma "aura" eletromagnética, capaz de encantar grupos de pessoas pela originalidade e pela dissociação do senso comum.

3- Talvez os mais potentes significadores de carisma: Sol e Júpiter, especialmente Júpiter, se ele estiver em condição privilegiada no mapa e se estiver em aspecto fluente com o Sol.

Outro indicador mais tradicional de popularidade, isto é, de contato e expressão dos anseios da massa, é a Lua na casa 10. Uma ênfase muito grande neste luminar através de um amplo leque de aspectos e de condições cruciais no mapa, tais como uma conjunção com o dispositor final, por exemplo, também indica uma forte tendência à identificação com o público. Sob este ponto de vista, a Lua na 10, mais do que o Sol, representa este ponto de contato. O Sol na 10, de uma maneira ou de outra inclina o indivíduo para a busca ambiciosa de galgar uma posição de destaque e/ou de autoridade perante a sociedade, mas não necessariamente quer dizer identificação do público com o indivíduo. Excetuando-se os casos em que o Sol na 10 tem uma relação por aspecto, signo ou disposição com significadores de popularidade (como Lua e Júpiter), ele ali situado não representa diretamente esta qualidade. Lua e Júpiter são significadores de cultura, como já vimos em matéria publicada em Constelar número 46, de abril de 2002. Mas o são não no sentido de erudição, como normalmente se interpreta o termo, e sim no sentido de identidade de um grupo social (vide o simbolismo do signo de Câncer, sua regência lunar e o fato de Júpiter estar ali exaltado).

Evita Perón é um exemplo clássico de carisma pessoal e enorme popularidade. Seu mapa apresentava uma conjunção Júpiter-Plutão na casa 3, da comunicação, em conjunção com Vênus, regente do Ascendente da Argentina.

Tais indicadores atuando em conjunto podem indicar o grau de capacidade do indivíduo para magnetizar grupos de pessoas com suas idéias, posturas e atitudes. E quando falamos desse tipo de magnetismo ou de fascinação ao tratarmos dos mapas de pessoas carismáticas, logo lembramos do componente religioso que envolve a figura dessas pessoas para o imaginário popular. "Elvis é Deus", chegam a dizer alguns de seus fãs mais fanáticos. Aliás, "fã" deriva de fanático e fanatismo é o pensamento ou crenças sectárias acerca de uma causa última para a realidade. Estamos novamente falando de um dos aspectos mais contundentes em estudos sobre a religião. Vemos uma espécie de idolatria tipicamente religiosa sobre pessoas como Elvis Presley, Evita Perón, Getúlio Vargas, Renato Russo e até Adolf Hitler, entre outros com fatores jupiterianos em evidência. E por "fatores jupiterianos", entenda-se Júpiter angular, enfático por aspectos, Sagitário no Ascendente, a casa 9 com luminares ou repleta de planetas. O empresário e apresentador de TV, Sílvio Santos, um dos mais carismáticos, é extremamente jupiteriano: Sagitariano de Sol, tem Júpiter conjunto a Plutão, passando da casa 10 para a 11.

Neste momento, sem sair do escopo do assunto "campanha política", cumpre diferenciar as noções de propaganda e de marketing. Propaganda = Júpiter; Marketing = Mercúrio. Propagandear não necessariamente é fazer marketing. Não necessariamente é comercializar. Marketing sim. Marketing vem de "mercado", que vem de "mercar", que vem de "Mercúrio". Propagar quer dizer, além de "multiplicar" ou "reproduzir por geração", "dilatar", "estender". Propagar é estender a influência ou a presença que se tem indefinidamente e em todas as direções, é "aumentar as dimensões de". É abranger, englobar, buscar uma espécie de onipresença nas mentalidades e até em locais. Ora, estamos falando de conceitos ligados ao simbolismo de Júpiter. É claro que Mercúrio também pode estar implícito no conceito, uma vez que nos dias de hoje propaganda e marketing estão estreitamente associados em publicidade. Mas se Mercúrio é aquele que torna um conhecimento comum, Júpiter é aquele que alastra esse conhecimento para os mais distantes locais, influenciando as mais diversas culturas. Uma idéia ou uma crença não necessariamente são objetos comerciais e decididamente influenciam o comportamento. Crenças e idéias se propagam indefinidamente sem que seja estritamente preciso haver uma troca material. Já um produto implica a troca. Quando falamos de carisma, o que se propaga é a identificação do povo com o indivíduo. É sua figura, seus trejeitos e seu fascínio que predominam. Se Mercúrio é um planeta normalmente associado ao elemento Ar, ele não tem a mesma função de fascínio que tem Júpiter, um planeta essencialmente ígneo. O fogo e sua luz fazem com que as pessoas se aglomerem ao redor como mariposas.

Apesar de toda esta explicação, com certeza haverá quem não tenha conseguido diferenciar uma coisa da outra. Muito compreensível, pois estamos tratando de uma polaridade, e polaridades são extremos de um único processo. Mercúrio e Júpiter são respectivamente regentes de Gêmeos e Sagitário, além de Virgem e Peixes. Gêmeos e Sagitário são signos cujo simbolismo e manifestação comum no cotidiano remetem imediatamente aos conceitos de propaganda e marketing. Mas como fazem parte de um único eixo, são expressões extremas de uma só finalidade.

Toda esta explicação tem um motivo: é preciso saber que o êxito de uma campanha política e até mesmo o êxito de um governante deve-se, digamos, 70 por cento a seu carisma e à identificação do povo com seus posicionamentos. Muitas vezes fazer uma análise mais sóbria a respeito do comportamento e dos fatos reais envolvendo estes indivíduos pode resultar numa onda de rejeição a quem faz a análise. É como se fosse uma blasfêmia ressaltar os traços mais humanos e, portanto, imperfeitos dessas pessoas que então passam a ser personagens.

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