O fator popularidade
Se observarmos o histórico de líderes
políticos de peso ou de personalidades de grande apelo popular,
encontraremos um elemento comum que os torna figuras de destaque:
o carisma. Se olharmos rapidamente os mapas de várias
destas pessoas, pode-se perceber a presença marcante do elemento
Fogo, geralmente associado a:
1- Urano fortemente presente no mapa - geralmente
angular ou com muitos aspectos ou regendo pontos-chave do mapa.
2- Aquário (e por tabela Urano) como fator
secundário entre a forte presença de Fogo, o que de
algum modo está correlacionado a uma "aura" eletromagnética,
capaz de encantar grupos de pessoas pela originalidade e pela dissociação
do senso comum.
3- Talvez os mais potentes significadores de carisma:
Sol e Júpiter, especialmente Júpiter, se ele estiver
em condição privilegiada no mapa e se estiver em aspecto
fluente com o Sol.
Outro indicador mais tradicional de popularidade,
isto é, de contato e expressão dos anseios da massa,
é a Lua na casa 10. Uma ênfase muito grande neste luminar
através de um amplo leque de aspectos e de condições
cruciais no mapa, tais como uma conjunção com o dispositor
final, por exemplo, também indica uma forte tendência
à identificação com o público. Sob este
ponto de vista, a Lua na 10, mais do que o Sol, representa este
ponto de contato. O Sol na 10, de uma maneira ou de outra inclina
o indivíduo para a busca ambiciosa de galgar uma posição
de destaque e/ou de autoridade perante a sociedade, mas não
necessariamente quer dizer identificação do público
com o indivíduo. Excetuando-se os casos em que o Sol na 10
tem uma relação por aspecto, signo ou disposição
com significadores de popularidade (como Lua e Júpiter),
ele ali situado não representa diretamente esta qualidade.
Lua e Júpiter são significadores de cultura, como
já vimos em matéria publicada em Constelar
número 46, de abril de 2002. Mas o são não
no sentido de erudição, como normalmente se interpreta
o termo, e sim no sentido de identidade de um grupo social (vide
o simbolismo do signo de Câncer, sua regência lunar
e o fato de Júpiter estar ali exaltado).
Evita Perón é um
exemplo clássico de carisma pessoal e enorme popularidade.
Seu mapa apresentava uma conjunção Júpiter-Plutão
na casa 3, da comunicação, em conjunção
com Vênus, regente do Ascendente da Argentina. |
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Tais indicadores atuando em conjunto podem indicar
o grau de capacidade do indivíduo para magnetizar grupos
de pessoas com suas idéias, posturas e atitudes. E quando
falamos desse tipo de magnetismo ou de fascinação
ao tratarmos dos mapas de pessoas carismáticas, logo lembramos
do componente religioso que envolve a figura dessas pessoas para
o imaginário popular. "Elvis é Deus", chegam
a dizer alguns de seus fãs mais fanáticos. Aliás,
"fã" deriva de fanático e fanatismo é
o pensamento ou crenças sectárias acerca de uma causa
última para a realidade. Estamos novamente falando de um
dos aspectos mais contundentes em estudos sobre a religião.
Vemos uma espécie de idolatria tipicamente religiosa sobre
pessoas como Elvis Presley, Evita Perón, Getúlio Vargas,
Renato Russo e até Adolf Hitler, entre outros com fatores
jupiterianos em evidência. E por "fatores jupiterianos",
entenda-se Júpiter angular, enfático por aspectos,
Sagitário no Ascendente, a casa 9 com luminares ou repleta
de planetas. O empresário e apresentador de TV, Sílvio
Santos, um dos mais carismáticos, é extremamente jupiteriano:
Sagitariano de Sol, tem Júpiter conjunto a Plutão,
passando da casa 10 para a 11.
Neste momento, sem sair do escopo do assunto "campanha
política", cumpre diferenciar as noções
de propaganda e de marketing. Propaganda = Júpiter; Marketing
= Mercúrio. Propagandear não necessariamente é
fazer marketing. Não necessariamente é comercializar.
Marketing sim. Marketing vem de "mercado", que vem de
"mercar", que vem de "Mercúrio". Propagar
quer dizer, além de "multiplicar" ou "reproduzir
por geração", "dilatar", "estender".
Propagar é estender a influência ou a presença
que se tem indefinidamente e em todas as direções,
é "aumentar as dimensões de". É abranger,
englobar, buscar uma espécie de onipresença nas mentalidades
e até em locais. Ora, estamos falando de conceitos ligados
ao simbolismo de Júpiter. É claro que Mercúrio
também pode estar implícito no conceito, uma vez que
nos dias de hoje propaganda e marketing estão estreitamente
associados em publicidade. Mas se Mercúrio é aquele
que torna um conhecimento comum, Júpiter é aquele
que alastra esse conhecimento para os mais distantes locais, influenciando
as mais diversas culturas. Uma idéia ou uma crença
não necessariamente são objetos comerciais e decididamente
influenciam o comportamento. Crenças e idéias se propagam
indefinidamente sem que seja estritamente preciso haver uma troca
material. Já um produto implica a troca. Quando falamos de
carisma, o que se propaga é a identificação
do povo com o indivíduo. É sua figura, seus trejeitos
e seu fascínio que predominam. Se Mercúrio é
um planeta normalmente associado ao elemento Ar, ele não
tem a mesma função de fascínio que tem Júpiter,
um planeta essencialmente ígneo. O fogo e sua luz fazem com
que as pessoas se aglomerem ao redor como mariposas.
Apesar de toda esta explicação, com
certeza haverá quem não tenha conseguido diferenciar
uma coisa da outra. Muito compreensível, pois estamos tratando
de uma polaridade, e polaridades são extremos de um único
processo. Mercúrio e Júpiter são respectivamente
regentes de Gêmeos e Sagitário, além de Virgem
e Peixes. Gêmeos e Sagitário são signos cujo
simbolismo e manifestação comum no cotidiano remetem
imediatamente aos conceitos de propaganda e marketing. Mas como
fazem parte de um único eixo, são expressões
extremas de uma só finalidade.
Toda esta explicação tem um motivo:
é preciso saber que o êxito de uma campanha política
e até mesmo o êxito de um governante deve-se, digamos,
70 por cento a seu carisma e à identificação
do povo com seus posicionamentos. Muitas vezes fazer uma análise
mais sóbria a respeito do comportamento e dos fatos reais
envolvendo estes indivíduos pode resultar numa onda de rejeição
a quem faz a análise. É como se fosse uma blasfêmia
ressaltar os traços mais humanos e, portanto, imperfeitos
dessas pessoas que então passam a ser personagens.
Indícios de
alcance de poder
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