Os temores quanto à
regulamentação
Claudia Lisboa entregou ao deputado o Astromanifesto
e em seguida justificou o temor de muitos astrólogos quanto
as conseqüências da regulamentação com
a leitura do artigo inicial do estatuto da entidade paulista ABA,
que declara:
A "ABA - Ordem Nacional dos Astrólogos
e Cosmo-Analistas", regida por estes Estatutos, (...) é
uma sociedade civil, de Classe dos Astrólogos e ou Cosmo-Analistas,
de âmbito Nacional e sem fins lucrativos, de representação
legal da classe perante a sociedade e os poderes públicos.
Órgão fundamental da Astrologia Brasileira, não
divide com outrem sua autoridade, nem a subordina; luta pela moralização
e regulamentação da classe, sendo, em sua jurisdição,
o único poder de onde emanam Leis e Regulamentos para todos
os Astrólogos, Cosmo-Analistas, Professores e Entidades astrológicas
a ela filiados. (...)
A preocupação vem do fato de que a
ABA se define como "único poder de onde emanam Leis
e Regulamentos" e de "não dividir com outrem sua
autoridade".
Diz Antonio Carlos "Bola" Harres:
-Nisso caiu a ficha para muito gente que começou
a entender que havia um movimento contra por receio das conseqüências.
Existe a possibilidade de que o poder de fiscalização
venha a cair nas mãos de uma entidade que não reconheça
a existência das entidades congêneres. Por isso, em
nosso projeto de substitutivo, que será encaminhada via deputado
Fernando Gabeira, colocamos a exigência de formação
da Ordem ou Conselho.
|
Leiloca (esq. ) assinou o manifesto pela auto-regulamentação,
assim como Vanessa Tuleski, Fernando Fernandes, Carlos Hollanda
(dir., primeira fila), e José Maria Gomes Neto (no
fundo, à direita, ao lado de Anna Maria Costa Ribeiro).
A foto é da assembléia da SARJ.
|
|
|
Cinco propostas em jogo
Finda a exposição do deputado, sucederam-se
pequenos debates de cinco minutos. Bola contou um pouco da história
do primeiro Colóquio de Astrologia, em São Paulo (início
dos anos oitenta), e do racha que houve depois. Também
questionou a competência do Estado para realmente controlar
a prática astrológica.
Maria Eugenia de Castro, da SARJ, reforçou
a necessidade de um futuro Conselho Nacional organizado de forma
realmente democrática e representativa. Ricardo Lindemann,
de Brasília, defendeu a necessidade da existência de
uma faculdade de Astrologia. Celisa Beranger, presidente do SINARJ,
acrescentou que já há em discussão uma proposta
curricular para ser submetida ao MEC. Patrícia Bonis, do
Fórum de Astrologia promovido pela Gaia (SP), falou da necessidade
de esquecer o passsado e buscar uma união da classe.
As discussões do Pré-Simpósio
e as conversas informais no intervalo das palestras deixaram claro
que havia pelo menos cinco propostas concorrentes:
a) a regulamentação nos termos propostos
pelos projetos
de lei já encaminhados, com formação de
um novo Conselho ou Ordem. Esta é a proposta defendida pelo
SINARJ.
b) a regulamentação nos termos propostos
pelos projetos já encaminhados, mas com a oficialização
da ABA, na condição de órgão pré-existente,
como Ordem Nacional dos Astrólogos. Esta parece ser a opção
da ABA e do Sindicato
de São Paulo.
c) a auto-regulamentação, nos termos
do manifesto do Movimento
Céu Aberto, também endossado pela SARJ
e pelas associações baiana e paranaense (ASAS);
d) a manutenção da plena liberdade
do exercício da Astrologia, sem regulamentações
ou auto-regulamentações.
e) a adesão dos astrólogos ao SINTE,
Sindicato dos
Terapeutas, órgão que agrega diversas modalidades
de terapias holísticas e que vem, inclusive, tentando obstar
o registro de alguns sindicatos especificamente astrológicos,
como o SINDASTRO, de Minas Gerais. Esta opção é
defendida apenas pelo próprio SINTE. Muitos astrólogos,
especialmente de São Paulo, inscreveram-se no SINTE com vistas
à obtenção de empregos em empresas que exploram
serviços de tele-atendimento.
Foi neste contexto de múltiplas alternativas
que aconteceu a reunião de 18 de agosto, após o encerramento
do simpósio.
Domingo, 18 de agosto: a hora
do acordo
|