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Dois mapas muito semelhantes Como a independência dois dois países foi declarada no mesmo momento, os respectivos mapas são idênticos quanto às posições planetárias nos signos. A única diferença diz respeito à distribuição dos signos pelas casas, já que o Ascendente da Índia está pouco mais de 13 graus à frente do Ascendente do Paquistão, assim ocorrendo com as demais cúspides. É uma diferença pequena, mas importante. Temas como afirmação da identidade étnica, dignidade nacional e segurança territorial são comuns na retórica de ambos os países. Os mapas apresentam cinco planetas no orgulhoso signo de Leão, sendo que a conjunção Sol-Vênus forma quadratura com o exagerado Júpiter em Escorpião. Marte em Câncer - o planeta guerreiro no signo da ligação com as raízes familiares e étnicas - está em conjunção com o imprevisível Urano no final de Gêmeos. É um aspecto "nervoso", indicando países capazes de uma mobilização bélica extremamente rápida e sempre vinculada a motivações patrióticas e raciais (o que é reforçado pela Lua em Câncer). Este aspecto também fala de uma perigosa vinculação entre as autoridades constituídas (Urano regendo a casa 10) e movimentos ocultos ou ilegais (Marte regendo a casa 12). Em outras palavras: as autoridades de ambos os países podem recorrer em larga escala a ações militares escusas ou clandestinas, como atos de sabotagem, espionagem ou ações terroristas. Ou podem, ainda, ter de lidar com este problema. Tanto é verdade que vários governantes indianos e paquistaneses foram vítimas de atentados fatais. Outro significado desta conjunção diz respeito à economia. Ambos os países têm nas estradas de ferro (Marte) herdadas dos ingleses um recurso (casa 2) precioso. Têm bons recursos hídricos para a produção de eletricidade (Urano) e, pelo menos no caso da Índia, a indústria de softwares (também associável a Urano) já atingiu um bom nível de desenvolvimento. A Lua em Câncer (ligação afetiva com o passado) somada à presença de muitos planetas nas proximidades do Fundo do Céu (senso de pertencimento às próprias raízes e ênfase em questões étnicas), assim como a conjunção entre Saturno (a tradição) e Plutão (os conteúdos arcaicos), fazem de Índia e Paquistão países onde os condicionamentos históricos têm uma importância capital. Questões que para nós pareceriam anacrônicas não o são para essas culturas. Palavras ditas no século XVI e conflitos pendentes há trezentos anos ainda possuem força para motivar uma guerra. Em ambos os mapas, Saturno rege a casa 9, da religião, e sua conjunção com Plutão expressa a poderosa força liberada pelo confronto entre estruturas inflexíveis (Saturno) e a irracionalidade coletiva (Plutão). Mas há também algumas diferenças entre as duas cartas. Vamos explorá-las.
O Paquistão O Paquistão tem Ascendente em Touro e Júpiter no Descendente. A motivação territorial é mais forte aqui do que no caso da Índia. A dependência de apoio político e econômico do exterior é também maior (Júpiter angular regendo a casa 8, dos empréstimos e dos recursos compartilhados). Exemplo recente foi o da submissão do governo paquistanês aos interesses militares dos Estados Unidos, na guerra do Afeganistão. O povo não viu com simpatia essa concessão ao Ocidente, mas o governo garantiu a continuidade dos empréstimos internacionais. Como o Paquistão sofre agora o trânsito de Netuno por seu Meio-Céu, o governo paquistanês corre o risco de perder o rumo e dissolver-se em crises internas. Pode ser substituído por um regime mais radical (Netuno às vezes funciona como um símbolo de extremismo religioso) ou pode compensar a impopularidade desviando as atenções para um novo conflito com a Índia. Em ambos os casos, o risco de radicalização é elevado. No Ocidente, a Índia, com seu "falante" Ascendente Gêmeos, é muito mais divulgada do que o Paquistão, país sobre o qual se sabe muito pouco (o Ascendente Touro é mais "silencioso"). Touro se reflete também no brasão oficial, que exibe as quatro lavouras de maior importância econômica para o país: trigo, juta, chá e algodão. Lavouras são assunto taurino. O brasão inclui também, em língua nativa, as palavras Fé - Unidade - Disciplina, simbolizando os princípios que guiam a nação. Se procurarmos pelo regente do Ascendente taurino, vamos descobrir que Vênus está na casa 4, em Leão, em conjunção com Saturno (disciplina) e com o Sol (unidade). A fé também está presente pelo fato de ser Saturno o regente da casa 9, da religião organizada. O aspecto Vênus-Saturno, mais importante para o Paquistão do que para a Índia, revela um país "travado" pelos limites impostos pela religião. É um fator estruturador, mas também um entrave à maior flexibilização das relações externas.
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