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ASTROMETEOROLOGIA
Para entender as chuvas

Helvécio Herkenhoff Lima
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Trígonos de brisa, quadraturas de furacão

4 - Trígonos e sextis envolvendo planetas significadores de ventos produzem brisas suaves. Aspectos tensos produzem ventanias e até mesmo furacões, se o mapa referir-se a região onde o fenômeno for possível.

Não é preciso dizer que Marte significa temperaturas elevadas, principalmente quando nos ângulos ou em aspecto com os luminares (Sol e Lua).

5 - Os signos em que os ângulos do mapa e os planetas mais fortalecidos se encontram também devem ser levados em conta. Sua natureza pode ampliar ou amortecer aquilo que é significado pelo planeta. Por exemplo: Marte em signos de Fogo será ainda mais quente do que de costume; em signos de Água, poderá significar calor, mas não secura, pois signos de Água sempre aumentam a umidade. E assim por diante.

6 - Ninguém falou de Júpiter? Júpiter é um excelente significador de bom tempo. Quando proeminente, mitiga condições adversas significadas por outros planetas. Do ponto de vista climatológico, costuma ser um bom negócio encontrá-lo nos ângulos de um ingresso solar.

Ingresso do Sol em Capricórnio - 21.12.2001, 17h21m16s HV (-02:00) - Petrópolis, RJ - 22s32, 43w11.

Testando a teoria com as chuvas de Petrópolis

Para ver se a teoria funciona na prática, podemos aproveitar as ocorrências que enlutaram o município fluminense de Petrópolis. Lá, e também na cidade do Rio de Janeiro e outras da mesma região, chuvas fortes e contínuas (mais de doze horas seguidas) caíram a partir da noite de domingo, 23 de dezembro de 2001. O resultado foram mais de 50 mortos, algumas dezenas de desaparecidos e centenas de desabrigados. A maioria das mortes (quase 40) ocorreu em Petrópolis, onde houve deslizamentos, casas levadas pela enxurrada e vários soterramentos. No Rio e na Baixada Fluminense, houve principalmente inundações em áreas baixas.

A chuvarada ocorreu apenas dois dias depois do ingresso do Sol em Capricórnio, que teve lugar em 21 de dezembro, às 17h21 (horário de verão). O mapa calculado para Petrópolis mostra o Ascendente no primeiro grau de Gêmeos e o Meio do Céu em 5º46' de Peixes. Os planetas mais próximos dos ângulos ou em casas angulares são Marte em Peixes na casa 10 conjunto ao Meio do Céu e em quadratura com Saturno na casa 1. Marte está em conjunção com a Lua na 10 em Peixes (aspecto um tanta aberto, já que são nove graus) e quadratura com Plutão em Sagitário na casa 7. O outro planeta em casa angular é Vênus na 7, em Sagitário, já em conjunção com o Sol.

O planeta mais proeminente é Marte, por estar no Meio do Céu. Em segundo lugar, Saturno na 1. Em terceiro, Plutão, numa casa não tão importante quanto a de Marte e Saturno, mas fazendo o aspecto mais fechado com a Lua (uma quadratura com órbita de três graus). Esta quadratura é o aspecto mais forte de um luminar com outro planeta.

Marte mostra, por si só, que a estação pode ser muito quente e seca, mas o fato de estar em Peixes reduz drasticamente a secura, deixando apenas o calor. Além disso, Saturno na casa 1 mostra condensação, precipitação. Saturno está em oposição a Plutão, planeta que tem dois significados: por um lado, é quente e seco, como Marte; por outro lado, é um planeta de condições extremas, aumentando a violência da manifestação de outros planetas com que se relacione por aspecto tenso. No caso, pode aumentar o calor de Marte e a precipitação pluviométrica significada por Saturno.

A conclusão possível é de um verão muito quente e com muitas chuvas na região para onde foi calculado o mapa (Petrópolis, mas com pouca diferença se calculássemos para Rio, Baixada Fluminense, Niterói ou Juiz de Fora). Como o normal no sudeste brasileiro é um verão quente e chuvoso, até aí não há muita novidade. Mas como Marte, Saturno e Plutão são planetas destrutivos, os excessos de calor e de precipitação podem alcançar níveis muito perigosos. Marte e Saturno são maléficos na Astrologia Clássica, e Plutão tem características de ambos, podendo também ser considerado assim.

Mas por que as chuvas se concentraram em Petrópolis, e não no Rio de Janeiro, em Teresópolis ou qualquer outra cidade? Um meio de descobri-lo é utilizar o mapa da Lua Cheia ou da Lua Nova mais recente. Este mapa mostra as condições gerais para um período de aproximadamente quinze dias (da Lua Cheia até a Lua Nova, ou da Lua Nova até a Lua Cheia seguinte). Assim, a partir das tendências gerais da estação verificadas no mapa do ingresso solar, é possível observar tendências quinzenais, mais específicas, levantadas para as lunações.

Em 23 de dezembro, vivia-se ainda o ciclo iniciado pela Lua Nova de 14 de dezembro, que aconteceu às 17h46. Para testar, vamos levantar dois mapas, um para Petrópolis e outro para Vitória, capital do Espírito Santo, estado em que vivo. As posições planetárias são as mesmas nos dois mapas, mas, como as coordenadas geográficas são ligeiramente diferentes (pouco menos de três graus de longitude), os graus onde caem os ângulos serão também diferentes.

No mapa da Lua Nova calculado para Petrópolis, o planeta mais angular é Plutão no Descendente, que forma oposição com Saturno no Ascendente. Saturno condensa e Plutão radicaliza, mostrando que poderia haver fenômenos meteorológicos intensos durante o período. O mesmo mapa calculado para Vitória mostra Vênus como planeta mais angular. Se bem que Vênus também signifique chuva, não é chuva tão concentrada e destrutiva quanto aquela mostrada pela oposição Saturno-Plutão (em Petrópolis choveu em um dia o correspondente a um mês).

Cruzando os dois métodos, do ingresso solar e das luas cheia e nova, e exemplificando com duas cidades, os resultados foram de acordo com a teoria. Em Petrópolis, tudo indicava problemas, e eles realmente aconteceram. Em Vitória, o mapa do ingresso solar mostra calor e chuva para a estação (o verão como um todo), mas a Lua Nova não ratifica esse prognóstico para a quinzena iniciada em 14 de dezembro.

Lua Nova anterior ao início das chuvas em Petrópolis - 14.12.2001, 18h46m45s HV (-02:00) - Petrópolis, RJ - 22s32, 43w11.

Nota sobre o mapa de Petrópolis


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