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A morte sob um trânsito de Plutão Marte em Leão, que Cássia também tinha, extroverte a ação. O dela estava em trígono com o Sol e com Mercúrio, permitindo que sua natureza de Fogo se manifestasse com mais espontaneidade. Marte em Leão gosta de aparecer. No mapa de alguém cujo espaço de trabalho é o palco, não é um aspecto problemático. Mas Marte em Leão também gosta de rugir e sente verdadeiro prazer nisso. Cássia cantava vigorosamente, não se escondia atrás da guitarra nem parecia que estava pedindo desculpas por ser artista. Os dois planetas da arte e da musicalidade, Vênus e Netuno, aparecem juntos em Escorpião. Arte intensa, com densidade emocional e com freqüentes sugestões eróticas. Mostram também que Cássia encontrava prazer e relaxamento (Vênus) em experiências regidas por Netuno, como embriagar-se ou drogar-se. Poderia ser para ela uma saída para o constante estado de tensão e excitação mental relacionado aos aspectos de Sol e Lua com Urano e Plutão. Outra saída era o comportamento extravagante, simbolizado pela oposição Júpiter-Urano. Cássia Eller faleceu quando a Lua surgia no horizonte leste do Rio de Janeiro, bem junto ao Ascendente do mapa de sua morte. Esta Lua está em oposição a Vênus que rege a casa 4, do fim da vida. Mas o que merece ser considerada é a combinação dos planetas do momento da morte com os do mapa do nascimento da cantora. Ela enfrentava uma oposição de Urano ao Marte natal, mostrando o risco de ações precipitadas ou sem medida. Urano está na casa 8 do mapa da morte.
Também há aspectos difíceis de Plutão transitando sobre o Sol natal e de Saturno fazendo o mesmo nas proximidades da Lua natal. Cássia Eller devia estar deprimida, esgotada e com dificuldades de relacionamento. São trânsitos sob os quais achamos que não vale a pena contar o que estamos sentindo, pois ninguém nos entenderá ou nos levará a sério. Nem sempre é verdade, mas é assim que percebemos. Ainda havia Netuno transitando sobre Saturno natal, dissolvendo o senso de limite da cantora. E havia Marte em Peixes fechando quadratura com o Sol natal. Muita pressão ao mesmo tempo. Overdose ou excesso de trabalho? No fundo, não importa muito. O essencial é que foi uma auto-agressão, quase um suicídio. Alguns desses trânsitos já estão atuando há muitos meses, desde o início de 2001. Agora, atenta ao mapa, já posso vislumbrar algumas das pulsões interiores que levavam Cássia Eller a ser tão "mal-comportada". Aquele gesto dela que me soara tão gratuito, de levantar a blusa e exibir os seios, parece-me agora ter sido apenas uma forma meio uraniana de pedir socorro. Gestos assim, o público aplaude ou detesta. Mas raramente faz força para compreender. Leia outros artigos de Rita
Kamil
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